VANTE: GIRASSÓIS DE DANTE

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LEIAM OS AVISOS FINAIS, POR FAVOR!

HOSEOK

   Faz pouco menos de quatro dias que Taehyung e eu não nos falamos direito, ele desistiu de conversar acho que no segundo dia e tem me evitado desde então, eu particularmente acho melhor assim. Minha cabeça ainda parece conturbada demais para formular uma conversa decente, ainda que eu saiba que continuar prolongando essa situação não é lá a melhor opção, mas é mais fácil para mim, e eu prefiro adiar essa conversa, porque não estou afim de me irritar mais.

Ele ainda não sabe sobre a minha decisão de ir embora, eu ainda não conversei com o meu pai corretamente sobre isso, e até não ter a "aprovação" dele, ou até pelo menos deixar as coisas esclarecidas com ele, eu pretendo esconder isso de Taehyung. Ele vai saber, quando for a hora dele saber.

Nos sentamos todos à mesa de jantar, tentando parecer o mais normal possível, quando era mais do que perceptível a tensão ao nosso redor. O silêncio angustiante que tomava o cômodo, piorando a cada tinir dos talheres, a cada bufada de ar e a cada troca de olhares de estranheza e confusão.

E continuou assim até Yerim perguntar, enfurecida:

– O que aconteceu com vocês dois? – ela dispara, levando seus olhos de mim para Taehyung – Faz praticamente três ou quatro dias que estão assim, o que houve?

– Assim como? – perguntou Taehyung ao meu lado. Tornando-se o alvo de seu olhar irritado.

– Quietos. Vocês costumam falar e falar que nem dois periquitos, brincando feito crianças, sempre soltando piadinhas internas. Agora estão quietos, e eu quero saber o porquê.

– Não é nada demais – murmurei, fazendo pouco caso da situação.

– Tudo bem, Yerim – meu pai comentou pausadamente – Devem ter se desentendido, uma briguinha boba... – seu olhar então alcançou o meu, como se me acusasse de algo.

– Seja lá o que for, conversem e resolvam – mandou ela, e pude ouvir Taehyung bufar ao meu lado.

O jantar se estendeu por mais alguns minutos, completamente silenciosos. O tempo todo eu desejei apenas fugir dali, por simplesmente não aguentar mais aquela pressão.

– Eu posso subir? – perguntou Taehyung, encarando a mãe. Seu prato mal foi tocado, ele não fez nada a noite inteira além de cutucar a comida com o garfo.

Ela o encarou, encarou o prato e soltou um suspiro arrastado, desistindo. Yerim só fez assentir com a cabeça e murmurando um "pode".

Sem mais um segundo ele se levantou, passou por mim e deixou o lugar em silêncio. Yerim foi a segunda a deixar a mesa, com um "boa noite, meninos" ela subiu as escadas.

E quando eu estava prestes a ir também, meu pai mandou eu me sentar, sem tirar os olhos do próprio prato.

– Quer que eu tire a mesa? – perguntei, sem entender muito bem o motivo de eu precisar ficar.

– Também, mas não é só isso – grunhiu, levando o copo de suco até a boca, me encarando enquanto bebia – Vamos conversar, Hoseok – disse, passando a empilhar os pratos vazios deixados na mesa.

– Agora?

– Agora, não vai fugir de mim a vida toda – por fim me encarou, passando os olhos por todo o meu rosto por um tempo – Você querer ir embora, tem a ver com Taehyung, ou não?

Abaixei a cabeça, correndo os dedos pela toalha da mesa, a alisando enquanto pensava. Sentindo o peso de seu olhar sobre mim.

Uma pequena parte tem sim a ver com ele, mas o restante nem tanto. Eu já pretendia ir, o nosso desentendimento só adiantou mais a minha decisão.