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– O que fizeram enquanto estávamos fora? – ouço a voz de Yerim. Faz pouco mais de dez minutos que acordei e tudo ainda parece confuso, talvez seja a ressaca.

Estreito os olhos para olhar para ela, com a resposta para a sua pergunta na ponta da língua e a imagem de Taehyung clareando minha mente, ele embaixo de mim, com as mãos no meu cabelo, o cheiro gostoso dele em todo canto, tão forte que quase posso sentir agora, parece até um sonho.

– Comemos pizza e assistimos um filme – Taehyung responde por nós dois, parado de pé em frente a geladeira.

Olho para ele e para as roupas amassadas que está vestindo, o cabelo preso, totalmente largado, como se tivesse acabado de sair da cama e mesmo assim, continua um absurdo de tão bonito.

Não consigo parar de pensar na madrugada de hoje, não consigo parar de pensar no quanto eu quero ficar sozinho com ele de novo.

Essa merda tá toda errada e o meu plano de afastá-lo sequer chegou a ser executado, eu cedi muito antes de pensar em dizer não e agora é como se eu estivesse preso nessa maldita teia de aranha, pouco me fodendo para as possíveis consequências. Eu quero ele e eu vou ter.

– Quer sair hoje, Tae? – pergunto, sem sequer parar para pensar antes e não só os olhos dele se voltam para mim como os dos nossos pais também.

– Sair? – ele riu meio confuso, levando o copo de água até a boca.

Faço que sim com a cabeça, enchendo a boca de comida para não precisar responder nenhuma das possíveis perguntas que possam vir a seguir.

– Quem mais vai? – é meu pai quem pergunta, estreitando os olhos ao me encarar.

É como se soubesse o que estou tentando fazer, e isso me assusta pra caralho, e por um segundo ou dois ele me faz refletir sobre minhas ações, quase me faz recuar até que me ouço dizer:

– O Yoon e o Jimin – minto, enchendo a boca mais uma vez.

Estremeço só com a ideia de ter meu pai desconfiando do que estou pretendendo com Taehyung. Ele não pode sequer sonhar com isso. Nunca.

O vejo balançar a cabeça em concordância, transferindo o olhar para o garoto que agora parece estar considerando a proposta, tenho a sensação de que ele vai recusar, batucando os dedos no copo enquanto olha pra mim.

– Tá bom... – responde receoso, sorrindo quando sua mãe sorriu para ele como apoio. Ela não faria isso se soubesse que minha intenção é levá-lo para longe dessa casa pra poder me agarrar com ele.

O garoto se senta ao meu lado para começar a comer, e depois disso não tocamos mais no assunto.

Olho para ele vez ou outra, sem prestar atenção em nada do que nossos pais dizem, olho para sua orelha, sua boca, seu pescoço, a corrente fina que desce por ele e se perde dentro da camisa, as mechas de cabelo soltas que tocam sua pele da nuca, tão bonito que tenho a impressão de que vai quebrar caso eu encoste.

Será que estou criando algum tipo de obsessão por ele?

Saio da mesa quase que ao mesmo tempo que ele, o acompanhando escada acima até estarmos sozinhos no corredor de cima.

Sou tomado pelo impulso e quando me dou conta estou o arrastando comigo para dentro do quarto, o ouvindo rir quando tranco a porta e o coloco contra ela.

– Nossos pais estão em casa, Hoseok – avisou, calando a boca quando lhe roubei um beijo rápido.

– Agora você se importa com eles? Sério? – empurro o corpo contra o seu, colocando minha perna entre as suas e o escutando grunhir – Se arruma, a gente vai sair – mando, lhe roubando um segundo beijo antes de me afastar.

VANTE: GIRASSÓIS DE DANTEWhere stories live. Discover now