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TAEHYUNG

Quando eu penso em todo o caminho que percorri até chegar onde estou agora, me sinto deveras orgulho da minha pessoa. Porque se estou onde estou, com certeza foi graças unicamente a mim.

Eu passei por infernos que jamais desejaria a ninguém, eu caí muitas vezes e quase que sem forças, me levantei. E viveria tudo outra vez, todos os momentos ruins e os bons também. Não existe nada na minha história que eu mudaria caso tivesse a chance.

Aprendi a aceitar o meu passado, e que, não tem porque se lamentar por algo que aconteceu, se não há formas de mudar isso. Não tem porque almejar um presente diferente do que vivemos, se a única coisa que podemos mudar agora é o futuro.

Aprendi a não olhar para trás, a não teorizar sobre como poderia ter sido. Apenas aceito o que eu sou agora e o momento em que estou.

Aceitar. Seguir em frente.

Erros só servem para que aprendamos a não repeti-los. E tudo bem.

Quando chegou o dia da minha reunião na terça e me vi sentado diante de tantas pessoas – pessoas importantes e bem mais velhas do que eu – que mesmo assim, me ouviram e me deram tamanha atenção. Senti como se estivesse preso em um sonho, e o meu maior medo era acordar, e descobrir que não era real.

Mas era, era mais real que o ar que eu respiro e minhas mãos não pararam de tremer nem por um segundo.

Me lembro da falta de ar que me puxou de volta à realidade, assim que deixei aquela sala. Mal podendo sentir minhas pernas, foram quase três horas de reunião.

Saí de lá mais trêmulo do que vara verde, e um contrato com mais de dez páginas para ser assinado em mãos.

Um processo extremamente lento, eu de vinte e um anos não esperava chegar tão longe assim. O eu quem desenhou o Tata na contracapa de um livro durante uma aula, com toda certeza, não esperava que seria aquilo a trazê-lo até aqui.

Mas trouxe. Assim como todos os outros três personagens. Assim como as pessoas que paravam para ler os quadrinhos na internet.

Acho que nunca vou esquecer de nenhum desses dias.

Assinei o contrato e em uma semana já fazia parte de tudo aquilo. E sinceramente, não sei se todas aquelas pessoas se sentiam confortáveis em seguir orientações de um garoto de vinte anos que brincava de desenhar na internet, mas a vida tem dessas.

Conhecer pessoas nesse ramo me acrescentou bastante. Quando eu dizia que estava cursando design gráfico, os outros ilustradores ficavam empolgados. Eu era o bebê deles.

Com o tempo, isso começou a ficar puxado, as ilustrações levavam horas, meses se passavam e eu nem mesmo tinha chegado na metade do livro ainda.

Em menos de dois meses trabalhando com eles, precisei trancar a faculdade outra vez. Minha atenção precisava estar concentrada em uma única coisa. E bom, para um aspirante a ilustrador, ter uma história em quadrinhos publicada já é um grande passo.

Eu devo ter dado sorte. Ou simplesmente, era para ter sido assim.

Levou um ano inteiro para o livro estar pronto.

E hoje é o dia da pré-venda..

– Como eu estou? – indaguei encarando Hoseok pelo reflexo do espelho.

– Gostoso pra caralho – disparou, me medindo dos pés a cabeça e franzindo o cenho.

– Meu cabelo está bom? – questionei,olhando para ele e esperando por uma opinião.

– Está lindo – sorriu abobalhado, sentando-se no espaço vazio do colchão ao meu lado – Muito lindo – entrelaçou nossos dedos, beijando as costas da minha mão.

VANTE: GIRASSÓIS DE DANTEWhere stories live. Discover now