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AVISO DE GATILHO!
Esse capítulo contem a descrição detalhada de um ataque de pânico. SEM ROMANTIZAÇAO. Caso não se sinta bem com isso, a leitura não é recomendada! De qualquer forma vai haver um aviso nesse trecho em específico.

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TAEHYUNG

2 MESES DEPOIS DO CASAMENTO

Tem algo estranho acontecendo em casa, e eu sei que é sobre mim, porque ninguém me conta nada.

Estou acostumado com minha mãe me escondendo coisas, coisas que ela considera difíceis para eu lidar. Coisas sobre o meu pai, sobre o tempo em que eu passei indo ao psicólogo, sobre minha anemia, dentre outras milhares de perguntas que ela se recusa a responder. Isso me irrita profundamente. Minha mente é como as prateleiras de um armário, prateleiras incompletas, algumas inteiramente vazias, e eu sei que as respostas dela poderiam me ajudar a completá-las, se ela me contasse.

No entanto, agora parece que todos naquela casa sabem de algo, posso ouvi-los cochichar pelos cantos e percebo quando mudam de assunto assim que me veem.

Isso sim, me deixa puto.

- Eu estou puto - grunhi, fechando o caderno com força, o jogando dentro da mochila.

- É, eu sei - Daehyun suspirou - Você já deixou isso bem claro umas três vezes só hoje - começou a guardar seus materiais, da forma mais calma possível.

- Hoseok está mentindo pra mim - choraminguei, me deitando sobre a mesa, escondendo o rosto entre os braços.

- Mentindo sobre o quê, Taehyung? - perguntou rindo fraco, tenho certeza de que revirou os olhos.

- Eu não sei! - alterei a voz, erguendo a cabeça para encará-la na carteira da frente - Todos eles estão escondendo algo de mim.

- Você deve estar imaginando coisas - deu de ombros, me oferecendo um de seus milhares chicletes de melancia.

- Eu não estou - desembrulhei o doce, para então levá-lo até a boca - Depois do casamento eles ficaram estranhos. Será que descobriram sobre Hoseok e eu?

- Sua mãe surtaria se fosse isso - negou com a cabeça. Faz pouco tempo que lhe contei sobre Hoseok e eu, e a reação dela foi totalmente diferente do que eu esperava. Quando contei, tudo o que ela fez foi balançar a cabeça e murmurar: "faz sentido, você fala tanto dele que eu já estava começando a desconfiar". E isso me deixou em alerta, porque se ela notou, outras pessoas podem notar. E o que a deixou realmente eufórica foi saber em detalhes tudo o que fazemos quando estamos sozinhos.

- É verdade - solto o ar, batucando os dedos na mesa - De qualquer forma, tenho certeza de que é algo ruim - concluo, jogando a mochila nas costas para acompanhá-la porta afora.

- Não deve ser nada demais, Tae... - tentou me acalmar, deve estar cansada de me ouvir falando sobre isso a semana inteira.

- Acho que vou cabular os últimos horários - penso alto, fazendo com que ela traga seus olhos para mim.

- Você já tem faltas demais - ela lembra, pondo mais um chiclete na boca.

- Tanto faz, eu quero ir pra casa - resmungo, me assustando quando um trio de garotas esbarra em mim.

Uma delas, a que quase me arrastou junto consigo, é quem se vira para me encarar, soltando um pedido de desculpas apressado, antes de correr para acompanhar as amigas.

Eu odeio tanto esse lugar.

- Eles são mais velhos, Jihyo - escuto uma das garotas dizer para a que está no centro delas - Caras mais velhos não se interessam por garotas que ainda estão na escola.

VANTE: GIRASSÓIS DE DANTEWhere stories live. Discover now