Capítulo 24

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- Davies, acho que esqueci minha chave na casa do Max. - Contei enquanto revirava minha bolsa em busca da maldita chave.

Depois da nossa conversa, Davies e eu ficamos trocando beijos e conversando mais sobre nós no sofá da sala. Uma ou duas horas depois, Max e Verônica chegaram, então viemos embora.

- Tem certeza? Quer que eu pare o carro pra você procurar melhor? - Perguntou diminuindo a velocidade aos poucos.

- Não, tenho certeza que esqueci na mesinha da sala. - Bufei e penteei o cabelo prá trás com os dedos, já nervosa. - Max deve estae dormindo e meus pais também. - Mordi a bochecha interna, pensando no que fazer.

Davies encostou o carro e me olhou.

- E agora? - Perguntou e apertou a ponta do nariz com o polegar e o indicador.

- Posso tentar escalar a janela até meu quarto. - Dei de ombros. - Já fiz algumas vezes na adolescência, talvez eu consiga de novo. - Ele soltou uma risadinha e fixou o olhar no retrovisor do carro, como se imaginasse a cena.

- Dorme em casa. - Sugeriu em voz baixa. Tão baixa que achei que estava delirando e escutando coisas.

- Quê? - Perguntei, franzindo a testa.

- Dorme em casa hoje. - Pediu, parecendo nervoso. Agora, eu que soltei uma risadinha. - Te levo pra casa cedinho e você se arrumar para o trabalho. - Pediu com cara de cachorrinho sem dono.

- Mas eu nem tenho roupa, Davies. - Me ajeitei no banco e ele voltou a dirigir.

- Você usa alguma troca de roupa minha, sei lá. Eu te empresto uma das minhas cuecas novas e uma camisa. - Mordi o lábio superior. Uma mania que tenho, sempre que estou pensativa.

Posso tentar escalar a janela e me esborrachar. Ou dormir com o Davies. O que já não me era novidade, tirando a parte de que dormiríamos na casa dele.

- Tudo bem, mas você precisa me levar cedo para casa. - Aceitei, relutante.

Seria bom conhecê-lo melhor, saber onde mora e como era a vida dele. Assim contruiríamos o nós.

Comecei a pensar, como será a casa dele? É uma casa grande? Davies parece ter dinheiro, talvez more no bairro nobre que tem por perto.
Será que ele ainda mora com os pais? Ele já me falou sobre eles. E a irmã dele? Talvez eles morem juntos.
Fiquei um pouco apreensiva ao imaginar que esbarraria com a família dele. Eles não me conhecem. Eu serei uma total estranha pra eles.

- Relaxa, Med. - Ele disse, colocando a mão sobre minha coxa e a apertando de leve, como se quisesse me confortar. - Não é como se nunca tivéssemos feito isso antes. - Completou e eu suspirei.

- É, eu sei... mas nunca fizemos na sua casa. - O encarei e ele me encarou de volta. Franziu as sobrancelhas, não entendendo o motivo do meu nervosismo. Nem eu sequer entendia. - Você mora com seus pais e com sua irmã? - Perguntei e o rosto dele iluminou em compreensão.

- Med, relaxa, meus pais devem estar dormindo e minha irmã é uma adolescente chata que vive no quarto lendo e vendo romances. - Sorriu, parecendo um irmão babão e orgulhoso falando da irmã.

- Qual o nome deles? - Perguntei.

- Meus pais se chama Michael e Scarlett, minha irmã, Melanie. Já comentamos sobre eles. - Eu concordei, me lembrando de termos conversado vagamente sobre isso.

- Você tem foto deles?

- Hm... deve ter uma no porta luvas, dê uma olhada. - Assenti e abri o porta luvas.

Revirei entre as coisas que estão aqui: maço de cigarros, esqueiro, documentos, alguns trocados e finalmente, a foto.

Observei todos com atenção; na ponta esquerda da foto, a mãe do Davies, loira e com olhos castanho claro. O pai dele na outra ponta, uma cópia mais velha do filho, única diferença são os olhos azuis. Já a irmã, que está ao lado do pai, meu deus, a garota é uma graça! Cabelos loiros, ondulados e olhos azuis. Uma mistura perfeita dos pais. E então, Davies ao lado da irmã, os dois entre os pais. Todos com um sorriso feliz no rosto.
Pois é, essa é a família da beleza.

BROKEN | sem revisãoWhere stories live. Discover now