Capítulo 11

2.8K 464 372
                                    

HampellVille - julho de 2018.

- MEDELEINE! - Ouvi Davies gritar e bater na porta do meu quarto.

- Davies, me deixa sozinha, por favor. - Pedi e o escutei suspirar alto do outro lado da porta.

- Med, me deixa entrar... Por favor, docinho. - Levantei e encostei a testa e as duas mãos na porta.

- Tá doendo muito, Davies. Eu não consigo parar de pensar nele, todos os dias ele me atormenta nos sonhos. Eu amo ele, mas sonhar com ele e me lembrar dos nossos momentos é a pior coisa que me acontece, Davies. O nó na minha garganta dói de tanto segurar o choro, meu peito dói como se alguém estivesse arrancando meu coração, e a culpa. - Suspirei e soquei a porta, sem usar força. - A culpa já nem cabe em mim e porra, Davies, eu não consigo olhar pra Margot sem sentir vontade de me socar. Tá doendo mais do que eu aguento, Davies. É pesado demais pra mim. - Solucei e comecei a chorar.

Destranquei a porta e abri, decidindo deixá-lo entrar.

Quando ergui a cabeça pra o olhar, ele também chorava. Eu não entendi porque o bad boy marrentinho e orgulho está chorando, bem na minha frente. Chorando por uma dor que é minha.

Não, ele não tá chorando como eu, que chego a sentir as pernas bambearem, mas algumas lágrimas descem pela bochecha dele e ele as secou com a costa da mão esquerda.

- Vem aqui. - Ele me abraçou e eu enterrei o rosto no pescoço dele. - Não chora, Medeleine. Vai ficar tudo bem, eu prometo. Eu tô aqui com você, ta bom? - Fechei os olhos, feliz por saber que posso contar com ele.

- Obrigada por isso, Davies. - Suspirei e como mais cedo, ele arrepiou. Sorri. - Eu sinto muita saudade, Davies. Muita.

- Eu sei, Medeleine. Eu sei.

Eu me apertei nele e me afastei depois de minutos, que pareceram eternidade.

- Eu vou tomar um banho rápido, me espera aqui? - Pedi e ele assentiu.

Abri a porta do guarda roupa, peguei um pijama qualquer e entrei no banheiro, Davies ficou analisando minha parede de fotos. Olhando todas com curiosidade.

Tomei um banho rápido e saí do banheiro.

- Nossa, quanta comodidade, ein? - Perguntei para o garoto que no momento estava deitado de bruços, na minha cama e mexendo no celular. Ele me olhou e abriu um sorriso de criança que foi pega no pulo.

- Parecia muito confortável, aí me senti no direito de deitar. - Deu de ombros e se apoiou nos cotovelos. Folgado.

- Tá, então. - Me joguei ao lado dele e olhei o sol se pôr pela janela que é perto da cama.

- A vista aqui é muito bonita. - Ele encarou a vista também. Sorri e concordei.

- Davies? - O chamei e ele desviou o olhar da janela para me encarar. - A Savannah é sua namorada? - Por um momento fiquei curiosa sobre aquilo.

- Não, por quê?

- Ah, sei lá. Vocês se beijaram ontem no lago, pensei que fossem. Além de que você disse que ela é muito ciumenta, sei lá.

- Medeleine, eu não namoro com todas as garotas que eu beijo. Se fosse assim, você seria minha namorada também. - Ele sorriu de lado, convencido e eu revirei os olhos.

- Aquilo definitivamente não foi um beijo, Davies. Não mesmo.

- Mas isso aqui é. - Ele disse e puxou meu pescoço e encostou os lábios no meu.

Arregalei os olhos, sendo pega totalmente de surpresa. Mas o deixei me beijar. Senti a maciez dos lábios e a língua dele em ritmo certo com a minha.
Me aproximei e apoiei-me nos cotovelos pra o beijar melhor. Davies colocou uma mão na minha cintura e a outra continuou no meu pescoço.

BROKEN | sem revisãoWhere stories live. Discover now