Capítulo 12

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HampellVille - julho de 2018.

- Por que tá sendo egoísta assim? Medeleine, você não pode parar sua vida, nem se privar de fazer coisas só porque está com medo. - Ouvi a voz da Camila, do outro lado da chamada.

- Amiga, você sabe que eu, mais do que ninguém, gostaria de viver um romance. Mas tem que ser algo mútuo, eu não vou dar mergulho em lago rasa. - A ouvi suspirar.

- Você tem razão, ele é um galinha mesma. Aileen viu ele com uma garota na festa e só essa semana o vi com duas diferentes. Não adianta você tentar algo com alguém que não tem os mesmos objetivos que você. - Ela disse e eu assenti, mesmo sabendo que ela não pode me enxergar.

- E todo mundo sabe que eu não tô preparada pra isso ainda, Cami. - Suspirei, sentindo-me cansada.

- É... - Ela fez uma pausa. - Com todo esse lance do P e essa sua dependência emocional por ele. - Bufei, rangendo os dentes.

- Não, Camila, eu não sou dependente emocional dele.

- É sim, Medeleine. Qual é, não conseguia viver um minuto longe dele. Me desculpe por soar rude, amiga, mas vocês não se desprendiam, pareciam imã. Muitas coisas sobre a vida que você sabe, foi ele quem te ensinou, o que em partes é bom.
Mas Medeleine, o Peter era mais presente na sua vida do que seu próprio pai, então sim, as chances de você ser um pouco dependente emocional são tão grandes que você nem imagina. - Ela disse com voz suave, tentando ser doce comigo, mas ao mesmo tento tentando me alertar. Ponderei o que ela me disse por alguns segundos.

Peter e eu sempre fomos grudados.
Depois do dia que nos conhecemos, nada nos separou. Nem mesmo os namoradinhos da juventude, a puberdade, nem mesmo meus surtos de raiva e ciúmes com ele na TPM. Nada nos separou e talvez isso realmente seja motivo pra minha dependência naquele garoto.

- Eu não sei, amiga. Talvez você tenha razão. - Sussurrei para Camila e ela murmurou um "uhum".

- Mudando de assunto, você sabe do meu beijo com o Davies aquele dia e... - Camila começou, mas eu a cortei.

- Tudo bem, Mila. Não éramos absolutamente nada, nem amigos. Foi um beijo, nada demais. - Falei, sem me importar com isso.

- Não é como se nunca tivéssemos beijado o mesmo cara antes. - Camila disse e eu sorri, ao lembrar dos nossos dezesseis anos, onde dividimos o "namoradinho".

Depois de mais alguns minutos conversando sobre vários assuntos aleatórios, encerrei a chamada.
Depois de um banho longo, me deitei na cama e tentei dormir, falhando vergonhosamente ao pensar em várias coisas.

Pensei em Davies.
Estou há uma semana ignorando ele, quase todos os dias ele me liga e manda mensagens perguntando como estou me sentindo. Algumas vezes ele manda mensagens do tipo "por que tá me ignorando, Med? :(" ou "me responde, docinhooooo" e bom, não preciso nem dizer que me sinto culpada por isso, muito menos negar os sorrisinhos bobos que eu dou. Mas a real é que não posso me deixar levar, Davies vai partir meu coração e eu vou quebrar, pela segunda vez.

Mais uma vez o nome aparece na minha tela:

Petz ❤️

É, além de não atender, eu ainda não consegui mudar o nome do contato. É demais pra mim.
Não consigo me desprender de Peter e, a cada dia que passa, me sinto mais agarrada à Davies, mesmo que tenha se passado pouco tempo.

Recusei a chamada, dando a entender que não quero conversa e voltei a me deitar.
Já trabalhei o dia todo hoje e amanhã é minha folga, tudo que eu quero agora é descansar.

BROKEN | sem revisãoWhere stories live. Discover now