Capítulo 2

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HampelleVille - junho de 2018.

Estou caminhando em direção à cafeteria Dreams & Coffee.

Mesmo com o meu casaco de pelo, luvas, touca, cachecol, uma legging e um jeans, ainda sinto o frio invadir cada célula do meu corpo. Meus pés estão cobertos apenas por um par de meias e meu coturno de salto, estou os sentindo congelados.
Antes de sair de casa, me olhei no espelho, não queria assustar quem quer que seja com minha aparência deprimente.
Penteei meu cabelo castanho claro, passei um corretivo e um gloss. Meus olhos castanhos esverdeados estavam opacos e meus lábios rosados implorando por uma manteiga de cacau.

Há exatamente uma hora o número do Peter me ligou.
No começo fiquei tão feliz, mas foi como um balde de água fria em minha cabeça quando escutei a voz do outro lado da linha.

- Ai meu deus, Peter? É você?

- An? Desculpe, meu bem, mas você está ligando para o número errado. - Uma voz grossa veio do outro lado da linha. Nada além do tom grave é igual a voz do meu Peter.

- Que? Você está blefando, esse número é do Peter sim. Por que diabos você está com o telefone dele? Quem é você? - Perguntei exasperada. Só pode ser um amigo idiota dele me zoando. Sério? Estou de luto pelo meu melhor amigo e um babaca vem tirar uma com a minha cara? Não pode ser.

- Desculpe, mas meu nome é Davies. E sim, esse número é meu.

- Oh céus, tudo bem. Você está ocupado agora?

- Não, por quê?

- Pode me encontrar na cafeteria Dreams & Coffee? Preciso conversar com você. - Nah, eu não vou conversar com ele, vou arrebentá-lo por tirar comigo.

- Aquela do centro da cidade? - Assenti, mesmo que ele não possa ver. - Ok, me encontre em uma hora. - Desligou.

E aqui estou eu, caminhando há 15 minutos até essa maldita cafeteria. Maldita hora que eu não comprei um carro.

Quando avistei o letreiro colorido da cafeteria a alguns metros, parecia que meu corpo estava todo congelado. Andar por 20 minutos no frio é complicado.
Embora ainda não fosse nem cinco da tarde ainda, o frio estava demais. Antes de sair de casa, conferi o clima e fazia nove graus.
Andei mais um pouco, cheguei e entrei no estabelecimento. O calor do aquecedor me invadiu e me esquentou.

Dei um tapa na minha própria testa, como diabos eu marquei com uma pessoa se ao menos sei quem ela é?
Olhei ao redor, o lugar está cheio, tentei procurar um rosto familiar no meio das pessoas, talvez um amigo do Peter. Nada.
Pensei em mandar uma mensagem e ver se alguém mexe no celular. Peguei meu telefone e mandei.

Para: Petz

Hey, já estou aqui. Cadê vc?

Olhei em volta e muitas pessoas estavam com o celular na mão.

Ligar para Petz

Um telefone começou a tocar alto em uma mesa afastada, direcionei meu olhar até ela e vi um garoto bonito, que até hoje nunca vi por aí.
Ele recusou a chamada e começou a digitar. Em poucos minutos meu celular apitou.

Petz : vai ficar aí em pé?

Li a mensagem e revirei os olhos.
Caminhei lentamente até a mesa e parei na frente dela.

- Sente-se. - Ele disse com a mesma voz grossa e tom seco que usou comigo quando me ligou.

Me sentei e limpei a garganta, o fazendo me olhar por cima da borda do copo que ele bebericava, com sabe se lá o que ele está bebendo.

BROKEN | sem revisãoDonde viven las historias. Descúbrelo ahora