𝙽𝚒𝚗𝚎𝚝𝚎𝚎𝚗

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Jungkook

Depois da notícia sobre a volta de Yesung, eu e Taehyung andávamos bastante inquietos. Não conseguia parar de pensar na possibilidade do ex-namorado de Taehyung bater em nossa porta, perseguir o mais velho, lhe tentando fazer mal, ou mesmo se instalar, novamente, no apartamento 316 — apesar de ainda ter uma ordem de afastamento do de cabelos negros.

Já Taehyung, estava nervoso a um ponto extremo, preferia ficar em casa durante o dia e havia noites em que ele não dormia direito; por consequente, eu parecia um zombie durante meu dia de trabalho, quase adormecendo em cima da mesa e sobrevivendo à base de café forte, recheado de açúcar. Porém, sempre tentava o acalmar, lhe mandando mensagens frequentes e perguntando como ele se encontrava, recebendo a resposta em questão de minutos.

Demorou algum tempo — quase duas semanas, na verdade — para que eu, finalmente, tomasse uma atitude calculada e que o permitisse estar mais seguro e descansado. Agora, Taehyung possuía dois seguranças, que sempre andavam com ele e o seguiam para todo o lado — quer fosse para o mercado ou para o seu local de trabalho. Podia ser um pouco extremo, mas eu não poderia permitir que algo de mal acontecesse com o outro apenas porque não tomamos as medidas de segurança necessárias, afinal, eu não sabia como a mente de Yesung funcionava e o que ele planeava contra Taehyung ou, quem sabe, contra mim.

Tinham se passado três semanas desde que Yesung havia sido solto e, nesse momento, eu me encontrava em meu escritório. Analisava uma papelada deixada por Jackson no dia anterior quando meu celular tocou, o nome "Taehy" brilhando no ecrã iluminado, e não demorei muito a atender, poderia ser algo de urgente. — Oi, Jungkookie! — a voz animada do meu companheiro de casa ressoou pela chamada e eu sorri, felizmente, parecia que não era nada de grave.

— Oi, meu bem, como você está? — questionei, minhas orbes passavam pelos papéis que descansavam em cima de minha secretária, atoalhada por arquivos e documentos sobre processos de empresas e particulares. Taehyung estava a caminho do estúdio, Yugeum avisou que tinha uma novidade para o mesmo e que queria a transmitir pessoalmente, para além de acertar alguns pormenores acerca da agenda do de cabelos negros.

Bem. Não estou interrompendo você, pois não? — eu podia sentir seu tom de voz preocupado, sem necessidade, claro.

— Não, claro que não, eu estou disponível agora. Pode me ligar quando quiser, tudo bem? — o esclareci, era bom que ele me ligasse de vez em quando, para não parecer que eu estava sempre o controlando. — Já está no vagão? — questionei, apesar de ser pouco provável, uma voz feminina robótica soava no fim da ligação, enunciando os destinos disponíveis.

Não, estou esperando que o trem chegue. — assenti, mesmo que ele não conseguisse ver. Escrevi uma pequena nota na folha que iria entregar a Jackson e o outro soltou um suspiro, me chamando novamente à atenção. — Jungkook, eu realmente tenho que ter esses... brutamontes me seguindo para todo o lado? — Taehyung questionou, claramente incomodado, ele ainda não se havia acostumado com a presença de seus seguranças. Apesar de todo o desconforto, eu sei que ele estava com medo e em pânico de rever o ex-namorado e, por esse motivo, isso apenas era por precaução. — Eu nem posso ir no banheiro que eles insistem em me seguir. — dessa vez, ele falou mais baixo, o que me fez querer rir.

— Sim, anjo. Não se esqueça que é para sua própria segurança, eu não quero que nada aconteça com você, não quero que esteja em perigo e que ele tenha sequer uma oportunidade para magoar você. — depois de saber que Yesung o seguiu até no mercado, no dia anterior a nosso jantar, meu sangue ferveu, e eu apenas estava esperando uma boa altura para o apanhar em flagrante e o mandar de novo para o lugar onde ele merecia estar — não sem antes apanhar uns valentes socos e, talvez, partir alguma coisa.

Apartamento 316Onde as histórias ganham vida. Descobre agora