- Eu sei que é nosso local de trabalho, mas você é a privilegiada aqui e pode me chamar de Max, doidinha. - Levantei as sobrancelhas duas vezes seguidas, em brincadeira. - E muito bom dia.

- Tô podendo, ein. - Brinquei e sorrimos. - Como tá a loirinha e os pequenos, senhor Maxuel? - O chamei novamente assim e entrei de vez na sala dele, fechando a porta em seguida.

Caminhei até a mesa dele e me sentei na cadeira em frente à ele.

- Estão bem. Minha loirinha anda muito chata, diz que tá com TPM. - Massageou as têmporas e soltou um longo suspiro. - O que eu faço pra ela ficar um pouco menos mal humorada? Me ajuda a pensar em alguma surpresa, sei lá. - Praticamente suplicou e eu soltei uma risadinha baixa, coitado.

- Leva ela pra jantar no melhor restaurante que você encontrar. Reserva uma mesa e vai com ela. Depois fiquem de chamego, sei lá. - Sugeri e dei de ombros.

- Como eu fico com os pequenos? A maluca da Lili foi embora, ia em um show de rock com os amigos. Ela e a Verô só tem aparência de igual, as personalidades são completamente diferentes. - Sorri e concordei.

Verô é toda fofinha e amorosa, já Lilian é toda maluca e grossa. Tão iguais, mas ao mesmo tempo opostas.

- Eu fico com as crianças pra você, Max. Liga para o restaurante aí e quando você for me dar a carona para casa, a gente passa na sua e pega as pestinhas. - Ele arqueou a sobrancelha esquerda.

- E essa carona aí que eu não fui informado? Está folgadinha, ein? - Brincou e eu ri. - Você fica em casa com as crianças. Agora vai trabalhar, a Lívia vai te ensinar tudo direitinho e o que você tem que fazer. - Concordei e saí da sala dele.

**

- Obrigada novamente pela explicação, Lívia. - Agradeci quando ela terminou de me dizer o que eu deveria fazer.

Era fácil, atender os telefonemas, agendar uma reunião ou algum dia e horário para que o Max possa falar com os clientes, e depois só passo tudo pra ele.

Como hoje era só um dia para eu aprender como tudo é e poder entrar no ritmo, não tenho muito trabalho. Aproveitei pra checar as mensagens.
Suspirei ao ver que Davies não havia mandado nenhuma mensagem, pela terceira semana seguida.

Mas o que você quer, Medeleine? Está o ignorando desde o dia que o viu na cachoeira, quer que ele seja seu cachorrinho agora?

Ele me mandava mensagens e ligava quase todos os dias, mas eu simplesmente ignorava. Até que há três semanas o vi na praça e ele fingiu que nem me conhecia.

- I'm saying, baby. Please have mercy on me. Take it easy on my heart. - Cantarolei junto com o Shawn Mendes, que tocava no meu fone.

Estou em uma das minhas caminhadas diárias na praça, recomendação do Dr. Williams.
Vi de longe, as garotas skatistas andando com alguns garotos. Observei-as de longe, até que alguém conhecido chamou minha atenção.

Davies.

Com a típica jaqueta de couro e os coturnos. O vi fazer uma manobra e fiquei com a impressionada com as habilidades dele.

- EI MED, VEM AQUI! - Escutei a Amélia, a menina de cabelos coloridos, me chamar. Embora música tocasse nos meus fones, eu conseguia facilmente escutar tudo ao meu redor.

Andei em passos rápidos até a pista onde eles estavam e retirei meus fones.

- Oi, gente. - Cumprimentei todos com um beijo na bochecha, mas parei quando cheguei na frente do Davies. - Oi, Davies. - Sussurrei para ele, sentindo meu coração batento fortemente dentro do peito.

- Oi. - Ele disse de maneira grossa e mexeu a cabeça, em cumprimento.

Mordi o lábio inferior e voltei ao lado da Amélia.

Fiquei algumas horas conversando com eles e ele continuou me ignorando.

Fiquei chateada por não ouvi-lo me chamar de Med ou de docinho, mas não tiro a razão dele, o ignorei por quase um mês. Mas ainda assim, ainda estava magoada pelo que aconteceu na cachoeira.

Suspirei. Tudo que eu queria era que ele me mandasse uma mensagem. Eu poderia o fazer, mas talvez eu fosse orgulhosa demais.

Lembre-se, Medeleine, seu orgulho não vai te levar à lugar nenhum, pensei comigo mesma.

Não é como se eu tivesse muito a perder mesmo.

Oi, Davies. Vai sair hoje?

Não acredito que vou te dizer isso, mas tô com saudade, af.

Esperei alguns minutos pela resposta, mas ela não veio. Vi os dois tracinhos cinzas, indicando que a mensagem foi entregue, mas não foi lida.

Parei de prestar atenção nisso quando recebi um telefonema.

- Bom dia, empresa Hughes de advocacia, com quem eu falo? - Perguntei amigavelmente.

E foi assim o resto do meu dia, até que por volta das 15h, parei pra almoçar. Normalmente faria isso antes, mas fiquei bem ocupada.

Antes de sair, verifiquei minhas mensagens e fiquei feliz ao ver o nome na tela.

Petz oi, docinho. Tbm tô com sdds.

Petz hoje to o dia todo livre, pq? Quer almoçar cmg? Fiquei com preguiça e ainda não comi nada.

Suspirei. Ainda não consegui trocar o nome do Peter do contato, era como se ainda tivessem presa naquilo. Balancei a cabeça e tentei esquecer disso por um breve momento.
Conferi a hora que a mensagem foi enviada.

Há seis minutos.

Ainda não comi tbm, quer me encontrar no restaurante perto da livraria Central?

O respondi e saí quando vi a resposta positiva dele. Era perto, então fui andando mesmo.

Eu sentia muita saudade dele e estava ansiosa para vê-lo, embora eu nunca fosse admitir em voz alta.

Ou talvez sim.

----

Ok, eu sei, eu sei. Davies deu mancada mas relaxem que daqui uns capítulos ele paga por isso :) hehehe

Desculpem pelo tombo no capítulo passado, logo logo respondo os comentários de vcs, taok? ❤️ Obrigada pelo apoio

Kisses,

Angel ❤️

BROKEN | sem revisãoWhere stories live. Discover now