Capítulo 42 - Uma Fofoca Básica

8 5 0
                                    

Juca sentiu a claridade do sol bater em sua cara. A preguiça fez com que ele apenas esfregasse os olhos e virasse de lado. Ao fazer isso, viu, de forma ainda desfocada, Ana à sua frente. Arregalou os olhos. Droga! Não estou em casa.

Ele se levantou e começou a procurar as calças. Isso fez com que Ana acordasse e, com cara feia, perguntou:

— O que houve? Parece que o mundo vai acabar.

— Atrasado. Eu devo estar atrasado pra ir pra loja. Olha o sol onde já está.

— Juca, se acalma – Ana resmungou se sentando na cama e bocejando de preguiça. – Que horas você precisa entrar na loja?

— Às nove horas da manhã.

Ana olhou seu relógio no celular.

— Ainda temos tempo – ela falou. – Deixa de desespero. Você quer tomar um banho? Vou preparar um café.

Juca parou um instante a tentativa falha de tentar vestir as calças.

— Sim... banho... tempo... café.. é...

— Ali – Ana falou apontando o banheiro. – O banheiro, ali.

Ela sorriu e desceu para a cozinha fazer um café. Preparou ainda alguns sanduíches e colocou na mesa algumas frutas, poucas, afinal, ela não tinha muito hábito de comer frutas.

Quase dez minutos depois, Juca desceu as escadas correndo, arrumando os cabelos molhados com as mãos.

— Você me enganou – ele falou ofegante. – Não tínhamos tempo. Eu estou atrasado mesmo.

— Bem, agora se atrasar mais dez minutinhos pro café não vai fazer diferença. Senta aí e come.

Juca ficou um tempo parado a encarar Ana. Os olhos semicerrados.

— Juca, relaxa. A floricultura é do teu pai. O que ele vai fazer? Te demitir?

— Não duvido. A lei permite isso?

Eles riram. Juca tentou relaxar um pouco e tomar o café com mais calma. Ana bocejou mais uma vez.

— Você não acorda cedo, não é? – Juca perguntou.

— Não. Sou mais noturna.

Por breves minutos, Juca esqueceu o atraso e o compromisso. Tomar café da manhã com Ana foi algo formidável pra ele. Ele sentia um prazer único. Ele sorriu e a agradeceu.

— Foi ótimo passar a noite com você aqui na sua casa.

— Eu também gostei muito.

— Atrasado – Juca falou rindo e se levantando. – Eu realmente preciso ir. Espero que meu pai esteja em um dia bom.

Juca deu um longo beijo em Ana, agradeceu mais uma vez e saiu. Ele costumava ir a pé até o centro circular, com calma, sem ficar cansado, mas não tinha o tempo que costumava ter. Quase chegou a correr, dava passos largos e rápidos para chegar logo à loja.

Chegou ofegante e suado na floricultura. Ficou ali na porta ao lado de uma vitrine, disfarçando como se nada tivesse acontecido.

— Não precisa ficar aí parado fingido que não chegou agora – falou o senhor Antônio se aproximando de Juca.

Juca suspirou: foi pego.

— Tem café na cozinha.

— Já tomei café, pai.

— Hummmm... – falou brincalhão o senhor Antônio. – Ela cozinha bem?

— Pai. Para! É machista essa sua fala.

Todas as Paixões de Juca AomiWhere stories live. Discover now