Dei uma voltinha, ele e mamãe me olharam de cima à baixo, com sorrisos orgulhosos.
Eu realmente estou bonita.
Coloquei um vestido rosa de cetim, curto e colado. Um salto alto fino, preto.
Fiz uma maquiagem bem noite, com uma sombra rosa claro pra combinar com o vestido e um batom nude.

- Eu te digo que sou gata, Caleb. Essa aí puxou toda minha beleza. - Mamãe deu uma leve cotovelada nele e sorriu.

- Vocês são as mulheres mais lindas que eu já vi, Rubia. - Ele sorriu, orgulhoso. - Guardamos três cupcakes pra você. Não conseguimos aguentar, você demorou muito pra se arrumar e nós comemos sem você. - Mudou de assunto bruscamente. Gargalhei da cara de cachorro sem dono deles e neguei com a cabeça.

- Vocês são incríveis, meu deus.

Fui até a cozinha e devorei os três deliciosos e apetitosos cupcakes. Estavam uma delícia, até lambi dos dedos.
Nós evoluímos na produção deles, quando eu e Peter ainda éramos crianças, fizemos cupcakes com meu pai e eles queimaram, pareciam carvão. Além de duro e queimados, ficaram com um gosto horrível.
De uns anos para cá, viramos quase profissionais nisso.
Peter era tão bom nisso que dava até inveja. Nunca comi doces melhores que os dele em toda minha vida, nem mesmo os da vovó.

Afastei qualquer pensamento que me lembrasse dele com uma balançada de cabeça. Por enquanto não, Medeleine. Você não pode chorar agora, pensei comigo mesma. Eu sei que se lembrar, vou cair em lágrimas.

- Obrigada por guardar os cupcakes pra mim. - Sorri meio forçadamente para os dois, quando terminei de comer.

Olhei para o relógio de parede da cozinha, marcava 20:55.
Ok, eu definitivamente demorei pra me arrumar. Daqui uns 20 minutos Camila chega.

Subi para escovar os dentes novamente e rotocar o batom rapidamente.
Coloquei alguns Tridents na minha bolsa junto com dinheiro, celular, chave e documento.

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- Ai, amiga, desculpe se pareci meio sem sentimentos ao te convidar para uma festa, mas é que eu achei que você precisasse se distrair um pouco. - Camila comentou com a voz doce, enquanto dirigia para a festa. Ela desviou os olhos da pista por alguns segundos para me encarar.

Camila é negra. Os cachos dela chama atenção de longe. Ela tem um cabelo black, castanho bem escuro, os olhos são pretos e os lábios cheios. Embora seja uma baita gostosa com um corpo magnífico, Camila é um neném. Uma amiga que quero levar pra vida toda, tão atenciosa e carinhosa.

- Está tudo bem, Cami. Acho que eu preciso me distrair, está tudo tão deprimente. - Comentei cabisbaixa e suspirei.

- Eu encontrei a tia Margot com sua mãe no shopping, - Comentou depois de alguns segundos em silêncio. Ela me encarou novamente, parecia se lembrar do que aconteceu mais cedo. De certo uma lembrança triste, o rosto denunciava isso. - ela estava tão mal, Med. Tia Rubia parecia querer animá-la, mas ela me parecia tão sem vida. - Senti um nó se formando em minha garganta ao escutar cada palavra pronunciada.

Eu nem imagino o quão doloroso é para ela. Se para mim está sendo difícil, quase impossível, imagine para ela.

- Ela me disse que desde que ele se foi, ela não entrou mais no quarto dele. Imagina o quão doloroso é? - A voz dela começou a embargar, ela suspirou. - Ai, Med. Eu sinto falta dele. Ele me ajudou tanto, queria ter feito mais por ele.

- E-eu.. eu sinto tanto, Cami... Numa hora ele era tudo pra mim... e na outra, não era mais nada. Eu nem.. pude fazer muito. - O nó em minha garganta só apertava mais, eu mal conseguia falar. Minha vista estava embaçada e minha voz saiu embargada ao falar.

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