61. Ninguém

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Boa noite, eu me chamo América, rainha de minha amada Illéia. Atualmente resido no palácio junto ao meu Marido, rei Maxon Calix Schreave. Nós conhecemos durante a seleção, um processo de escolha do Príncipe. Esta por sua vez foi uma proposta determinada pelo rei anterior, sua majestade Clarkson Schreave, casado com sua adorável esposa e amada rainha Amberly Schreave, que assim como eu participou de uma seleção para chegar ao coração do rei, seu amado, ainda príncipe na época. Durante o período da seleção o Príncipe conheceu 35 belas moças, comigo inclusa, representando sua província com castas de 5 até 2. Ambas reunidas para garantir o coração do príncipe ou a coroa. E eu era a exceção, minha maior motivação durante minha chegada foi aproveitar a comida até ele me chutar. E sim, eu literalmente disse isso na cara dele. E como vocês podem ver, eu não fui chutada.

Na realidade eu o chutei, mas isso não vem ao caso.

Apesar de inúmeras complicações durante minha estada na seleção, e então na elite até o final, posso afirmar que cresci muito neste período. Fiz amizades incríveis, aprendi a tentar entender antes de julgar e que julgar antes de conhecer é um erro e uma defesa do ser humano. Entendi que o príncipe, agora rei, gosta de apostas e deixa mulheres usarem calças e passear pelo jardim livremente. Quando me permitir sugerir um possível "nós" entre a alteza e eu, tive que abrir mão de minhas vontades, preconceitos e encontrar o meu papel como America Singer, e futura esposa, e mais futuramente o exemplo para o povo, a rainha.

Quando penso sobre ter chegado ali e ver toda a minha percepção, de vida e escolha, ter mudado durante minha estada me surpreendo pois eu encontrei refúgio na primeira pessoa que eu acusei antes mesmo de conhecer.

Eu sempre estava disposta a arriscar tudo pelo que considerava justo e correto. Eu jogava tudo para o alto e fazia mesmo que bem no fundo, próximo a uma fonte de pré-sal instalado em minha alma, literalmente no profundo do meu ser, eu sentisse que ia dar ruim. Mas eu fazia. E mesmo que depois gerasse problemas e inconveniências, o príncipe, meu lindo marido, estava disposto a me ajudar a catar do chão cada coisa que eu joguei para cima, sem nem um "eu te amo" em troca, apenas por amor e respeito, mesmo que isso o machucasse...

O amor verdadeiro geralmente é o mais inconveniente.

Hoje somos felizes, ainda com um reino para cuidar. E mesmo que tentem nos parar sabemos que temos as melhores intenções. Somos abençoados pelo que temos. Valorizamos o agora torcendo por um amanhã melhor.

Sobre o final de a Seleção?

O Príncipe encontrou o abismo que devia saltar, e me achou do outro lado.

Pronunciamento de sua majestade, rainha America Schreave, para Gravil no jornal oficial fingindo ter que fazer uma nova apresentação aos seus súditos para descontrair e perder a insegurança.

***

Aspen

A tarde estava se passando e a insegurança me tomou por completo por fim me rendi.

-Preciso contar.

Maxon, que estava tomando café com as pernas esticadas e o corpo um pouco afundando na cadeira, sentou corretamente deixando a xícara de lado.

-Diga Benzinho. – ele sorriu de canto falando e eu fiz uma careta.

-É algo sério que deveria ter contado horas atrás.

Ele baixou as sobrancelhas preocupado e esperou.

Passei a mão pelo rosto tentando achar as palavras e soltei de uma vez.

-Fui ameaçado pelo Andrey por uma mensagem do meu celular. Coloquei pessoas pra verificar meus celular e a mensagem, mas é impossível encontrar ele. Ele quer...

-America está fora de questão – cortou, sério.

-Não, calma, quer Nicolas e Richard em frente ao castelo durante a madrugada.

-Em troca do que? O que ele falou?

-Disse que acidentes acontecem e relendo a mensagem e a forma que ele se pronunciou a mim, acho que tem algo com Lucy.

-Mas não tem certeza.

-Eu sei, mas..

-O que ele falou?

-Me chamou de amante e se referiu a mim como "alguém que tem um novo amor".

O rei parou calmo. Se estava aflito escondeu tudo.

Eu não conseguia mais segurar isso. Senti meus ombros curvarem e minhas pernas perderem a força, mesmo eu estando sentado. Minha vista estava turva e meus olhos quentes me avisavam sobre as lágrimas que eu não iria deixar de derramar.

-Eu sei o que é para se fazer, mandei pessoas para achar ela... eu iria atrás dela agora mesmo se eu não estivesse recebido uma mensagem dela e depois um aviso que ela estava voltando com a guarda. Minha família está segura.

Parei para respirar.

Eu não aguentava mais tanta pressão. Meri não falava mas eu a conhecia, ela estava sofrendo e o que estava a minha mão eu fazia. E Cristo! Se a minha morte fizesse ela ficar melhor eu me mataria.

Todos esses dias eu tenho me esforçado por Lucy e Maxon, todos esses dias tenho treinado e estudado, eu tenho me dedicado. Eu quero ser merecedor do posto que assumi e me afastei da Meri no processo, exceto por nossas poucas conversas rápidas e as peças. Devo assumir que desde que ela voltou, ficou diferente. O beijo foi um erro.

Um pequeno batimento em um coração deixado para morrer.

O Capitão está certo. Dói ver quem a gente ama ser feliz diante dos nossos olhos. Cristo! Dói! Eu não a amo como antes, eu sei, tenho certeza, mas ninguém se importa!

Ninguém.

E nunca saberão, pelo menos não por mim. Serei apenas o homem que as pessoas especulam coisas entre a rainha e o rei. O puxa saco real. O amigo íntimo. O garoto de sorte.

Algo que não faz sentido pra muitos, algo que não faria sentido pra mim. E tem a Lucy, o carinho que agarrei com todas as forças para não me perder quando via America escapando pelas minhas mãos, e isso partiu dela o que mudou muita coisa. Ela me deu um antídoto a todo o sofrimento que eu tinha. Não posso deixa-la, ela é a pessoa que esteve ao meu lado apontando um novo caminho quando eu mesmo estava disposto a me perder, eu na verdade não tinha muito a perder. Ela viu algo em mim quando eu ainda admirava a antiga chama do outro amor definhando.

Ela me mostrou que ainda haveria amor após aquela morte.

Levantei em um impulso indo em direção a porta e Maxon passou na minha frente me puxando para um abraço.

-Me solta, eu..

Eu queria empurrar ele e ser tudo o que dizem que eu sou, mas o que dizem de mim não me justifica. O agarrei forte e chorei em seu ombro. E ele ficou firme lá, me puxando para si carregando todas as nossas emoções.

-Aspen, eu vou cuidar para que tudo dei certo. Eu permito que entregue Nicolas e o Richard. – ele falou baixo e fim, estava chorando... e chorei mais ainda.

-Eu já perdi quem eu amava uma vez.

-Eu sei, eu acordo ao lado dela.

Ele se afastou do abraço como se precisasse de espaço para pensar.

-Me perdoe, amigo. - eu vi sinceridade em seus olhos – Aspen, se eu pudesse teria feito de um jeito melhor para todos.

-Eu sei que sim.

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Oi gente, esse é um pedido de desculpas pela demora, estou faz 3 dias nesse capitulo e acho que só vai fluir se eu ficar mandando como antes. Esse lance de capitulo longo não é pra mim. Espero que não se percam comigo. Confiem em mim, espero deixar tudo correto e justo. Me falem suas opiniões. Obrigada por estarem aqui cmg. Mil beijos.

Eu não desisti.

Amada Rainha America - Vol.1Where stories live. Discover now