Amada Rainha America - Vol.1

46. Sereia

15 meses antes de A seleção.

- Andrey!

- Jacob, amigo!

-Não acredito que você veio! Agora tenho um motivo para sentar e beber a noite toda sem minha esposa incomodar.

-Sempre estou disposto servir e me oferecer dedicadamente a uma boa ação.

Rimos juntos e adentrei a sua casa e fomos até o bar ali.

-Martíni?

Revirei os olhos e ele riu.

-Vodca sem gelo, diabo.

Ele riu enquanto preparava as nossas bebidas e estendeu uma a mim.

-Ah que bom que veio, sério, odeio estragar minha noite conversando sobre negócios, e está cheio de homens com esse interesse aqui. Como poderei recompensar a sua presença aqui?

Eu sorri, Jacob era surpreendente, e apesar de odiar festas nunca nega que sua esposa faça uma, e ela faz ele ser receptivo com cada pessoa que chegar ali como um bom anfitrião. E dessa vez com muita sabedoria ele me convidou pra essa, novamente, e decidi não falhar dessa vez, como nas outras três, já que detesto fingir interesse por coisas pouco interessantes.

-Eu vim como amigo. Me conte as novidades.

-Bom, meu primo Richard chegou a cidade, vai trabalhar como oficial para o rei. Se ele chegar eu lhes apresento.

-Sempre é bom fazer contato com pessoas do palácio.

-Ah, bom...- ele disse sem jeito- Você sabe que o rei Clarkson tem feito..

-Sei, sou declarado um exilado também, então por gentileza seja discreto com minha presença e..

-Andrey, meu honroso capitão.. - revirei os olhos com a piada - eu medirei todos os esforços para não vazar sua presença aqui..

- Obrigado, amigo.

-... Mas desde que me conte o que aconteceu de verdade.

O olhei sério mas ele soltou um sorriso de lado como que me mostrando que não liga pra esse tipo de cuidado ou pertubação.

E ele não liga mesmo.

Jacob é simples e prático. Herdeiro de uma fortuna vinda do petróleo, nos conhecemos graças a eventos como este, eu o cobri quando ele decidiu conquistar a sua atual esposa, e uma hora após isso viramos amigos e hoje sou o padrinho de casamento dele. Se bem que Beth teria que ser tonta a rejeitar ele. Rico, de boa família, com boa educação, louco por ela, não muito exigente e com calorosos olhos azuis contrastando com um leve bronzeado. Ele tem uma idade próxima a minha, tenho 24 anos e assumi o posto de capitão com 22, posição que não me trouxe orgulho mas me foi merecido após fazer vista grossa com tantas crueldades e me mostrar leal ao rei e aos meus superiores. Ah! o dinheiro da minha família também me ajudou.

Meu amigo sempre me cobra sobre conseguir conhecer alguém, uma esposa, para caminhar comigo até o fim dos meus dias. Mas não é tão fácil assim.

Ainda piora com a situação em que me envolvi.

-Isso é sigiloso.

-Não esperaria menos de você,- ele disse com um sorriso e se inclinou levemente em direção a mim - ande, fale logo. - sussurrou.

-Eu interrompi a venda de pessoas, ou melhor escravos para servidão eterna, no sul. O rei tem profundo interesse nesse comércio, eu fodi com tudo pois e eu não aguentava mais viver isso. Ver e não fazer nada me sufoca.