Capítulo 42 - Verdades através de mentiras

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Uma estranha coceguinha no nariz fez com que Christian despertasse.

Franzindo o cenho, ele abriu os olhos devagar e deparou com um rosto idêntico ao próprio, encarando-o com uma expressão bastante intrigada. Por um instante, ele pensou que estivesse de frente para o espelho, mas era Christinie que estava prosternada por cima de si. E o que lhe despertou foram as pontas dos cabelos flutuando soltos e rebeldes rentes ao seu rosto.

Ele olhou rapidamente para os lados, tomando consciência de onde se encontrava, e tateou as folhas sobre as quais dormira. Vislumbrou outra vez a irmã, que não parava de analisá-lo.

— Por que dormiu aqui? — perguntou ela — Fiquei surpresa em não o encontrar no quarto, afinal, você não costuma descer sem mim. Então, esse foi o primeiro lugar que pensei em...

Pegando-a de surpresa, Christian prendeu as pernas em volta da cintura dela e fez o mesmo com os braços na altura do pescoço. Sorrindo, puxou-a e apertou contra o peito em um abraço.

Christinie resmungou com o rosto enfiado na camisa dele, perguntando o que raios estava fazendo, de um jeito que soou engraçado; Christian balançou de um lado para o outro com ela presa entre seus braços e pernas, incapaz de conter a alegria, e enfim segredou:

— Eloïs e eu, fizemos amor.

Ao ouvir isso, Christinie lutou contra o aperto do irmão e põe-se sentada, tão rápido que teve de soprar os cachos para longe do rosto. Com os olhos arregalados pela notícia, falou:

— Vocês realmente fizeram? — chegou mais perto

— Sim!

— Como foi? Diga-me!

O ruivinho riu do entusiasmo da irmã, mas a verdade era que estava tão entusiasmado quanto para contar sobre sua primeira noite de amor com Eloïs.

— Foi como você tinha dito. — começou ele — Apesar de ser um pouco desconfortável de início, senti tanto prazer que... Oh, céus! Pensei que derreteria nos braços dele.

Christinie sorriu perante a felicidade do gêmeo, pois, sabia exatamente o que ele sentia.

Aquela forte sensação de plenitude.

— É por isso que as partituras estão espalhadas pelo chão? — indagou ela, divertida.

— Acabaram escorregando quando nós, bem, nos empolgamos um pouco.

Christinie gargalhou.

As bochechas de Christian estavam praticamente a cor de seus cabelos.

— Você acha que foi como Augustus tinha dito? — questionou ela.

— Honestamente, refletindo agora, eu não sei. — encolheu os ombros — Contudo, admito que foi muito especial. Todos aqueles beijos, toques, e outros detalhes que tenho vergonha de mencionar. Mas eu não me senti culpado ou como se estivesse fazendo algo de errado. Eu somente senti alegria, amor, e como se fôssemos as únicas pessoas de todo o mundo.

Soltou um suspiro apaixonado, rememorando os beijos gentis e toques calorosos do amado.

Continuou contando o que aconteceu na noite anterior, fazendo suas confissões a irmã, até que chegaram a um ponto que causou certa preocupação em ambos.

— Não devemos mais arriscar. — comentou Christian — Não estamos em Londres. Aqui, as chances de sermos flagrados são muito maiores. Tanto pelos criados, quanto por nossas irmãs e pai. Seria imprudente continuarmos com esses encontros escondidos dentro do palácio.

O Mais Belo VermelhoWhere stories live. Discover now