Summer with you -Shawn Mendes (A EDITAR)

3ºcapítulo

A Al caminhava lentamente pela casa enquanto me contava cada história que tinha acontecido dentro das quatro paredes, cada facto curioso sobre uma jarra que tinha vindo de Portugal ou um prémio que ela tinha ganho.Do lado de fora, a casa tinha um jardim muito agradável, depois de se passar o telheiro ligado à casa pela grande janela de vidro, acabando por se encontrar também uma piscina, junto à relva verde acabada de cortar. Para além de todos os quartos que a casa tinha, a cozinha e a sala de estar e jantar, a casa tinha umas escadas que levavam a uma garagem, esta estava dividida em duas salas: uma sala de jogos e uma sala de música que a rapariga me explicou que era utilizada especialmente pelo seu irmão.

 Acabamos por ir todos jantar no fim da visita.A minha mãe tinha feito uns bons bifes à portuguesa, como nós lhes chamava-mos lá em casa e todos pareciam estar a gostar, especialmente o meu pai.

-Amanhã o Ed vai cedo para o aeroporto, certo querido?-perguntou a minha mãe

-Sim, claro! Pai, podes levar-me?-perguntou ele

-Claro que sim!- respondeu ele

-Eu vou com vocês!-disse o Manny, com um sorriso na cara, continuando animado a conversa que ele e o meu pai estavam a ter sobre como as suas vidas tinham seguido rumos tão diferentes depois da universidade.

Eu ouvia a conversa atentamente, sendo que os meus irmãos começaram a socializar com o Shawn, e como era de esperar eu fiquei de parte, e era entre ouvir a conversa do meu pai ou a dos dois miúdos mais novos. A conversa do destino deixou-me a pensar no meu futuro, nas minhas amigas, como tudo era incerto e como tudo podia mudar de um momento para o outro. O meu pai e o Manny eram melhores amigos e perderam o contacto, o Manny, pelos vistos, tinha acabado com um emprego totalmente diferente da área que ele tinha estudado. Nada estava definido, e o futuro, muito honestamente, assusta-me.  

-Bem, eu não sei quanto a vocês meus queridos, mas eu estou exausta e estou a ver que amanhã vou acordar cedo.- a minha mãe interrompeu-me os pensamentos profundos e ligeiramente melancólicos que eu estava a ter, felizmente-Vou arrumar a cozinha e vou para a cama-disse a minha mãe enquanto começava a recolher os pratos da mesa, depois do maravilhoso bolo de chocolate que Karren tinha feito. Todos ajudamos e acabamos por ir para os quartos, visivelmente cansados enquanto as mães subiam também para os quartos e os pais ficavam a beber mais uma cerveja e a conversar, e ainda dizem eles que as mulheres não sabem estar caladas.

Vesti rapidamente o meu pijama, como era verão eram uns calções e uma t-shirt do Logan que me ficava bastante larga, escondendo todas as imperfeições do meu corpo.

-Al, vou dizer adeus ao meu irmão que amanhã não quero acordar cedo, venho já!-disse eu antes de sair do quarto, deixando-a na sua cama a ler uma revista.

Bati na porta- Posso?

-SIM!-exclamou o Luke, que estava em cima da cama, a lutar com o pobre Cameron

-Hey, era só para dizer adeus ao Ed, diverte-te pela Europa maninho, e traz-me prendinhas!!!- Fui até à cama onde ele estava e dei-lhe um abraço. Eu adoro todos os meus irmãos não consigo dizer o contrário, e, para ser sincera, ia ter tantas saudades do meu irmão mais velho sempre a pensar que é meu pai e a despentear-me... 

-Vou ter muitas saudades tuas mana, e não te preocupes que eu vou trazer presentes- ele deu-me um beijo na testa- I love you

-I love you too

-Awwe, momento amoroso de irmãos- disse o Cameron a gozar, aproveitando o momento para escapar dos braços fortes e musculados de Luke, atirando-nos uma almofada.

-QUE NOJO!!- comentou o Joe que estava na idade de odiar tudo o que fosse mimos, se bem que eu não dispensava os meus beijinhos diários da criança bochechuda. 

-Calem-se- Disse eu enquanto revirava os olhos, cansada da confusão diária que é ter uma família grande.

-Esperemos que não sejas assim com os rapazes na escola- riu-se o Luke

-Vocês são mesmo impossíveis de aturar!- disse eu enquanto saia do quarto deles e ia ter com a Aalyia, a abanar a cabeça internamente perante as estupidezes dos meus irmãos infantis.

-Al, já cá estou. -avisei eu, encostando ao de leve a porta. Deparei-me com ela, já deitada na cama, confortável apenas com a luz da mesa de cabeceira comum às duas camas aberta. -Queres ir dormir?

-Sim, estou muito cansada, sabes que hoje foi um dia de muitas emoções- disse ela, esboçando um leve sorriso na sua cara ensonada.

-A quem o dizes, também estou cansadíssima!- respondi com um leve sorriso, entrando também eu na cama.

-Não sabia como é que vocês iam ser, mas parecem todos ser muito simpáticos, especialmente tu Savannah- sorriu ela, abrindo um do olhos que já estavam fechados há muito. Deixei também escapar um sorriso- Boa noite.

-Boa noite miúda, disse ao fechar a luz.

 Passados poucos minutos ela dormia. Eu não. Passadas umas horas todos dormiam. Eu não. Simplesmente não conseguia... era impossível! Talvez tenha sido a conversa do destino, talvez tenha sido a viagem que me trocou as horas, talvez tenha sido a repentina mudança, ou a culpa de não me sentir tão feliz como todos os outros pareciam estar, a culpa de eu ainda estar revoltada apesar de não haver mais nada que me pudesse deixar revoltada, nenhum aspeto negativo, nenhuma coisa mal cozinhada, arrumada ou limpa. Nada! 

Eu virava-me e revirava-me. Não conseguia dormir... Se calhar um pouco de água ia ajudar-me a dormir. De leve saí do quarto e fui para o andar de baixo, quase sem fazer barulho. Na cozinha fui buscar um copo com água, e, no entretanto vi uma luz aberta, a da garagem... Vamos ser verdadeiros aqui.... eu estava com um pouco de medo, mas se fosse um ladrão eu tinha que ir ver. Desci com muito cuidado as escadas, que tinham alguns degraus que rangiam levemente, não ajudando a situação de medo que eu estava a atravessar. Estava entre as duas portas, uma que leva à sala de música e a outra à sala de jogos. A luz da sala de música estava aberta e ouvia alguém a cantar e a tocar guitarra. era um som lindo, fosse quem fosse o ladrão de certeza que devia seguir uma carreira musical. A voz angelical misturava-se perfeitamente com a melodia da guitarra, doce, calma, bonita, simples e transparente. Podia ficar horas a ouvir aquele som delicado que me enchia as orelhas e o coração, apaixonei-me pela voz, já para não falar da música com letras profundas e chias de sentido, cantadas do coração, cheias de emoção. 

Vou entrar... 

Não, não entres Savannah!

 Entro sim!!!

 Com este pensamento abri a porta.