Capítulo 46 - Ian

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Eu simplesmente não conseguia acreditar em tudo o que eu estava vivendo. Allison e eu estávamos nos relacionando bem, mesmo que fosse apenas como amigos, e ainda descobrimos que teríamos um bebê. Eu não pensei que poderia ser tão feliz, depois de tudo o que aconteceu, mas aqui estava eu.

Colecionando todos os tipos de alegria.

Só faltava uma coisa, mas, por enquanto, eu me contentaria com o que eu estava ganhando.

— Eu já falei pra você que você não vai sentir nada... – falou entediada, me olhando cética.

— Você não sabe disso. – retruquei e ela riu um pouco.

— Ian, o bebê ainda é pequeno demais pra você sentir mexer. – explicou, rindo – Nem eu sinto!

Ela estava no sofá, parcialmente deitada, com a camisa levantada até a metade, revelando a barriga que já começava a aparecer. Na verdade, não era exatamente uma barriga de grávida. Por ser bem magra, o pé de sua barriga já estava bem marcado e seu abdômen estava bem inchado, até a altura do umbigo. Ela costumava dizer que parecia estar cheia de gases.

— Sua mãe tá com medo de você gostar mais de mim. – sussurrei próximo ao seu umbigo, ela riu.

— Eu e você sabemos que isso não vai acontecer. – declarou despreocupadamente – Passamos o tempo todo juntos, lembre-se disso.

Eu a olhei feio de brincadeira, fazendo com que ela risse. Ela se levantou do sofá ainda rindo, abaixou a camiseta e foi até a cozinha. Eu a acompanhei, observando enquanto ela preparava algo pra comer.

Ela estava cada dia mais bonita. As curvas de seu corpo já estavam um pouco mais acentuadas, seus quadris tinham aumentado um pouco e os seus seios pareciam um pouco mais fartos. A barriga ainda não tinha crescido o suficiente pra que alguém de fora perceba que ela está grávida – especialmente porque ela sempre usava blusas mais confortáveis – mas já era perceptível pra nós, que estávamos sempre por perto. Sua pele parecia ter ganho um brilho diferente e as bochechas dela estavam coradas o tempo inteiro, o que ela não gostava, mas eu achava que lhe deixava mais bonita.

Ela sempre foi linda, na verdade, mas a gravidez lhe caía bem.

Uma coisa que ela parecia estar amando, eram os cabelos... Também pareciam mais cheios e brilhosos. Era a única coisa que ela realmente gostava e não reclamava de jeito nenhum.

— Você tem algum pressentimento? – perguntei e ela me olhou sem entender – Ouvi dizer que algumas mulheres têm uma certa intuição a respeito do sexo do bebê.

— Ah, sim... – ela riu, meneando a cabeça – É meio estranho, na verdade. A gente nunca sabe se é um pressentimento ou simplesmente um desejo oculto que aflora quando descobrimos estar grávidas.

— Mas o que você sente? – insisti e ela suspirou, olhando para o teto como se buscasse uma resposta. – Não é possível que não tenha uma opinião.

— Ainda é muito cedo... – ela falou tentando manter o tom de voz neutro, mas eu a conhecia muito melhor que isso – Tem tanta coisa pra acontecer, eu não quero ficar pensando muito a respeito de nada e correr o risco de me frustrar.

Ela continuou concentrada no que ela estava fazendo e eu simplesmente me aproximei dela e toquei sua mão, interrompendo sua atividade. Ela parou o que estava fazendo e respirou fundo, como se para se acalmar.

— Sei que você tá preocupada... – falei devagar – E entendo os seus motivos, mas você não deveria se prender ao medo.

— Até um dia desses, eu achei que não podia engravidar nunca mais. – fechou os olhos e riu fraco – Agora, eu descubro que estava enganada o tempo todo...

Destinos Cruzados || Henry CavillWhere stories live. Discover now