Miss Scarlett e a escrava branca

A pressão para descobrir a verdade

Scarlett muito desconfiada então diz:

- Me parece que você está escolhendo me contar a verdade pela dor não é Maria? Se esqueceu o quanto posso ser severa com aqueles que não me dizem a verdade?

- Não senhora. Eu não me esqueci, mas, estou lhe dizendo a verdade! Eu não teria nenhum motivo para esconder isso da senhora. Diz aquela escrava tentando passar credibilidade, quando sente o seu rosto arder intensamente e um estralo na pele de sua face, após receber um forte tapa de Scarlett, que grita de forma feroz:

- Traidora, descarada! Depois de tudo que faço por você nessa casa escrava. Você tem uma vida de rainha aqui! Eu lhe dou tudo! Lhe trato da melhor forma possível e você ainda vem me ocultar a verdade dessa forma. Pois eu vou te mostrar com quem está lhe dando. Ao dizer isso Scarlett vai até o seu guarda-roupas e pega um chicote trançado de couro cru, um dos mais pesados que ela tinha naquele quarto.

Maria já havia apanhado algumas vezes com aquele instrumento, com poucos golpes, quando fez algo mais sério naquela casa. Aquele era o chicote mais doloroso que Scarlett tinha em seu quarto. Maria não sabia o quanto suportaria aquela punição. Ela começou a chorar compulsivamente ainda sentada em frente a sua dona, quando Scarlett questiona:

- Esse chicote aqui você sabe o quanto dói, não sabe Maria?

- Sim senhora, ele é terrível! Diz Maria a chorar de forma ainda mais desesperada.

- Você pode se livrar dele se me disser a verdade. Diga escrava, me diga a verdade sobre o que te questionei! Ordena Scarlett em tom severo.

- Eu estou dizendo senhora. Tudo que eu digo é a verdade. Eu não sei de nenhum relacionamento de Pérola com quem quer que seja dessa casa.

- Eu cansei de você Maria. Estou tentando te ajudar. Ser boazinha, mas você insiste que eu seja má, então aguente as consequências. Dispa-se! Ordena Scarlett.

- Senhora por favor tenha clemencia. Eu não sei de mais nada. Diz Pérola a chorar desesperadamente.

- Dispa-se agora escrava, eu estou ordenando!

Maria chorando muito e descontrolada de tanto medo, começa a retirar as suas vestes. Ela estava muito desesperada. Quando ficou completamente nua, Scarlett ordenou.

- Eu quero que você fique com as suas costas completamente expostas para mim. Hoje vou te mostrar o que é um castigo de verdade. Sei que você nunca foi castigada naquele tronco e não sabe o que é aquele castigo. O máximo que já sofreu foi com esse chicote. Se não me contar a verdade, hoje sofrerá o pior castigo da sua vida, escrava! Diz Scarlett em tom severo e ameaçador.

Maria tudo que fazia naquele momento era chorar. Ela não tinha coragem de denunciar Pérola que amava tanto, pois isso provavelmente significaria a sua morte. Tudo que ela fazia era rezar para que tivesse forças e para que Scarlett fosse um pouco menos severa com ela do que seria com a sua amiga caso descobrisse a verdade. Quando Scarlett diz:

- Estou lhe dando uma última chance escrava! Vai me dizer a verdade ou não?

Maria chorava intensamente. Ficou calada por alguns instantes a chorar aterrorizada. Scarlett via tudo aquilo e não conseguia entender muito bem o que estava a acontecer. Ela não imaginava que uma escrava pudesse se sujeitar a tomar tamanho castigo, a conhecendo, para salvar uma outra escrava também de um castigo. Ela sabia que a amizade e o amor que uma demonstrava pela outra era enorme, mas, aguentar um castigo severo como o que provavelmente viria, era demais na concepção de Scarlett. Naquele momento, como Maria não dizia nada, pairava uma dúvida na cabeça daquela senhora se aquela escrava não estava mesmo a dizer a verdade.

Mas, na dúvida, se tratando de Scarlett, ela iria tentar até o fim descobrir aquilo que se propôs a descobrir, nem que para isso tivesse que castigar e pressionar aquela escrava intensamente para que ela pudesse dizer mais sobre aquele assunto questionado. Então ela diz novamente:

- Maria. Tem mais alguma coisa a dizer? Ou quer mesmo apanhar com esse chicote terrível?

- Senhora eu não tenho mais nada a dizer, mas, também não quero apanhar desse chicote terrível sinhá. Tenha clemencia por favor. Eu estou dizendo a verdade. Eu juro!

- Eu não acredito em você escrava. E vou fazer que me conte a verdade! Diz Scarlett ao acertar o primeiro golpe contra as costas daquela escrava, com uma força muito extrema. Aquele golpe fez uma profunda marca nas costas de Maria, que desesperada gritou de forma extrema. Todos puderam escutar o forte barulho daquele chicote ao bater em suas costas e o seu grito desesperado. Logo outros golpes vieram e o desespero de Maria se mostrou ainda mais extremo, com a continuidade daquele castigo.

Pérola que estava na parte de baixo daquela casa, se desespera. Ela pensa: Misericórdia! O que Maria fez dessa vez para ser castigada tão severamente por nossa dona dessa forma! Eu nunca a vi gritar de forma tão extrema e desesperada! Pensava Pérola também desesperada naquele momento.

Scalett estava a bater com muita severidade. Pelo fato daquele chicote ser mais pesado, logo ele começou a fazer pequenos cortes nas costas de Maria, o que tornava a dor daquela punição algo insuportável. Depois de lhe acertar 10 golpes severos e notar sangue a surgir de suas costas, Scarlett questionou Maria, que estava descontrolada e em prantos:

- Vai me dizer a verdade ou ainda vai tentar salvar a pele da sua amiga?

Maria naquele momento sabia que precisava salvar Pérola. Se Scarlett estava a surrá-la com tamanha força e fúria, mesmo sem ela ser a culpada por aquela traição, ela não conseguia imaginar o que ela faria com Pérola se soubesse que ela estava a se relacionar com Artur. Então ela diz:

- Senhora, eu estou dizendo a verdade. Pérola não se relaciona com ninguém nessa fazenda. A senhora vai me matar, se continuar a me castigar tão severamente! Afirma Maria em meio a um choro incontrolável.

- A sua resposta está errada Maria. Eu sei que está a mentir. E só pararei esse castigo quando me contar a verdade. A essa altura Scarlett estava com dúvidas sobre o que aquela escrava dizia. No olhar de Maria ela sentiu que ela estava a mentir, mas, depois que começou a castigá-la e percebeu que ela não iria mudar a sua versão, ela estava a começar a considerar que ela poderia estar mesmo dizendo a verdade. Mas, o seu sexto sentido, o qual ela confiava muito, ainda dizia que Maria estava a tentar proteger Pérola e ela iria até as últimas consequências para tentar confirmar isso.

Maria então diz:

- Senhora, por favor clemência. Esse chicote é insuportável. A senhora vai mesmo me matar se continuar a ser tão severa assim.

- É só me dizer a verdade que o seu castigo acaba Maria, é muito simples.

- Se a senhora continuar a me castigar eu vou dizer que isso aconteceu só para que o meu castigo cesse senhora. Mas, a senhora não descobrirá a verdade, mas sim uma mentira que vou contar para me livrar do meu castigo. Diz Maria para tentar confundir a sua dona.

- Então diga, escrava. Finja que vai dizer o que quero ouvir e diga que Pérola está a se relacionar com Artur. Se disser isso eu paro de te castigar agora mesmo.

Maria se sentia entre a cruz e a espada. Ela pensa, que não iria suportar toda aquela dor por muito tempo, mas, em contrapartida estava com medo das consequências que a sua fala poderia trazer para a vida da sua melhor amiga. Chorando muito e ofegante, sentindo uma dor que nunca sentiu em sua vida, ela pensa no que vai dizer.