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O celular mal toca o alarme e eu já estou de pé, e apesar de ser sábado, preciso acordar cedo para arrumar as minhas coisas. Arrumar uma mochila para uma casa na praia é a coisa mais fácil do mundo, afinal, você só precisa de biquínis.

Não tem nem um mês que toda a minha vida mudou repentinamente, mas sinto que eu não descanso há muito tempo, um final de semana longe dos problemas e dramas da minha vida, é tudo que eu precisava agora.

Mas, antes que eu possa sair nesse final de semana de puro relaxamento, eu tenho coisas a fazer. Estou melhorando no quesito "afazeres domésticos", essa semana eu só quebrei 2 copos enquanto lavava os pratos, e isso significa progresso, apesar disso, sábado ainda é dia da faxina, da limpeza profunda que não fazemos no dia-a-dia. Depois de por os meus fones de ouvido, que estão tocando uma playlist qualquer, começo a limpar a casa, já que vou passar o final de semana fora relaxando, nada mais justo do que dar ao meu pai o mesmo, dois dias sem preocupações.

Horas depois de eu ter começado a arrumar a casa, meu pai acorda, me oferece ajuda mas eu já estou praticamente no fim, então ele começa a fazer o que seria o almoço. Não fica o melhor de todos, mas também não é o pior que ele já fez, acho que eu não sou a única que precisa de algumas aulas de culinária.

***

De: Júlia
Para: Liliana
Eai, tudo pronto?
Se sim, só avisar que eu e meu pai chegamos aí em meia hora.

De: Liliana
Para: Júlia
Sim, está tudo pronto.
Pode vir, é o tempo em que eu me despeço do meu pai.

Apesar de eu estar indo passar apenas um final de semana fora, o meu pai está agindo como se eu fosse fazer uma viagem de um ano. Eu sei que ele é meu pai, mas é um pouco de preocupação de mais.

Meia hora depois, a Júlia manda mensagem dizendo que já chegou e está me esperando na porta. Tento me despedir mais uma vez do meu pai, que insiste em me levar até o carro. Ele cumprimenta o pai de Júlia e eu praticamente pulo na minha amiga para abraça-la.

- Tudo certo? - pergunta Júlia

- Acho que sim... Ah, eu esqueci uma coisa, espera que eu já volto, é rápido eu juro. - digo correndo para o elevador.

Chego em casa e vou direto para o quarto, acabei esquecendo de pegar meus documentos, meu pai sempre diz que eu deveria levá-los sempre comigo caso aconteça alguma coisa, mas eu não vou ficar andando por aí com minha identidade e CPF no bolso, ainda mais com o meu dom para perder coisas.

Saio do apartamento e me dirijo ao elevador quando uma voz me chama.

- Vai sair sem se despedir de mim? - pergunta Henrique aparecendo na porta de seu apartamento.

- Não sabia que fazia diferença, são só dois dias.

- Ah, então eu não sou íntimo o bastante para você se despedir? - diz ele fazendo drama novamente, com quem ele aprendeu? A Globo está perdendo.

- Até mais Henrique, tchaau - digo em tom de deboche.

- Sério? Nem um abraço? - diz ele abrindo os braços, reviro os olhos e o abraço. É estranhamente reconfortante, o Henrique me abraça de maneira forte porém delicada, o seu perfume é tão bom que me deixa embargada. Nós ficamos assim por um tempo, mais tempo que o natural para um abraço. - Tachau, se cuida tá? - diz ele me soltando e entrando em casa.

Complexo de PrincesaWhere stories live. Discover now