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Durante o resto da semana, Ana, Jéssica, Jean e eu trabalhamos no nosso trabalho, acabou sendo bem divertido e nos tornamos amigos.

- É estranho que você e o Henrique pararam de se falar do nada. - comentou Jéssica.

- Bom, vocês lembram da treta do final do ano, né? - pergunta Jean cabisbaixo.

- Sim - dizem Ana e Jéssica ao mesmo tempo.

- Não. - respondo em seguida.

- Foi no ano passado que o Henrique começou a namorar com a Rebeca, ele largou tudo por ela, inclusive os amigos, quando ela deu o fora nele, ele tentou voltar como se nada tivesse acontecido. Acontece que ele ainda estava tentando voltar com ela, eu disse que era idiotice é nós discutimos. Agora não passamos de colegas.

- Poxa Jean, que triste. - comento.

- Na verdade não, ele escolheu assim, e a gente ainda se fala, só não como antes.

Diferente do Henrique, eu não sinto falta do meu ex, acho que o Lucas não foi tão importante na minha vida quanto eu achava. Depois de algum tempo, eu acho que vou superar todos eles, a Manoela ainda faz falta, ainda dói pensar em tudo que aconteceu. Mas agora eu estou seguindo em frente, estou fazendo amigos, estou fazendo o que eu gosto sem me preocupar tanto em falarem algo de mim. Mas no fundo eu ainda tenho medo da história se repetir ou do passado vir a tona e todos se virarem contra mim novamente. 

***

O final de semana está chegando, e com ele a mamãe. Ela ligou algumas vezes, mas foram todas ligações muito curtas. Mas eu estou acostumada, em compensação, eu e meu pai estamos mais próximos do que nunca. Ele está indo muito bem no novo emprego, e diferente de antes, ele tem tempo para bobagens como noite de jogos. Estabelecemos que dia sim e dia não nós iríamos fazer um programa em família, e no sábado nós vamos surpreender a minha mãe com um jantar que nós vamos fazer.

- Ela já chegou?? - pergunto animada ao meu pai, desde que nós nos mudamos, eles estão tendo muito mais tempo para mim e essa vai ser a primeira vez em meses que nós jantamos todos juntos.

- Ainda não Liliana, calma, ela já vai chegar. - diz meu pai. - Faz 15min que eu te disse que ela mandou uma mensagem avisando que estava pegando um táxi, o outro lado da cidade não é exatamente perto.

- Que tal a gente começar a fazer o jantar? Ela deve chegar cansada e com fome, a gente pode já ir fazendo, corta tempo.

- Na verdade essa é uma ótima ideia.

Eu e meu pai começamos a fazer o jantar e foi super divertido. Mais ou menos meus hora depois, a mamãe chegou, só tinha um probleminha...

- Chegueeeii!! - gritou ela com a voz meio tremida, tentando abrir a porta - Quem pós essa porta aqui? Alôô, Camilla, será que dá pra abrir aqui? Ninguém mais trabalha nessa casa?

- Já vai! - grito de volta enquanto corro para abrir a porta - Oi mamãe..? - quando abri a porta, um cheiro insuportável de álcool preenche minhas narinas, a minha mãe está meio desarrumada e com o olhar perdido - Você tá bem? Você por acaso bebeu?

- Liliaana! Filha, como ousa dizer isso? Eu estou ótima - diz ela entrando no apartamento. - Marido! Você está aqui também! Hhmmmm que cheiro bom, o que vocês estavam fazendo hein? Foi a Camilla que cozinhou?

- Querida, a Camilla não trabalha mais pra gente. Você está bêbada? - pergunta meu pai segurando minha mãe, ela parece que vai cair a qualquer momento.

- Eeeuu? Jamaaaaiiisss!! - diz ela, após isso ela arrota e pela cara do meu pai, o cheiro do hálito dela é pior do que o do álcool que está impregnado nas suas roupas. - Eu bebi socialmente, a fusão está sendo um sucesso e os acionistas me chamaram para uma comemoraçãozinha- ela faz menção de vomitar e meu pai a leva para o banheiro.

- Querida, pode ficar de olho no fogo enquanto eu cuido da sua mãe? - pede meu pai voltando do banheiro.

- Ela tá bem?

- Vai ficar depois que terminar de botar o álcool para fora, eu vou dar um banho nela, tem alguns saquinhos de chá no armário, pode fazer um pra ela? Prepara uma dipirona também.

- PEDROO, eu vomi- o vômito interrompeu a fala dela. Eca...

- Certo. Ehh, só por curiosidade, nós ainda vamos jantar né?

- Eu e você, sim, a sua mãe vai apagar depois de tomar o chá, já a vi assim várias vezes para saber que ela só vai acordar amanhã ao meio dia.

Meu pai volta para o banheiro pois minha mãe já estava gritando por ele novamente. Enquanto meu pai dava banho na minha mãe, eu fiz o que ele me pediu. Pouco depois o jantar estava pronto e minha mãe estava apagada na cama.

- Até que não ficou ruim né? - pergunta meu pai enquanto come o jantar.

- É.. tanto faz.

- Olha Lily, eu sei que hoje não saiu como você esperava, mas ela ainda vai estar aqui amanhã. A gente pode fazer alguma coisa legal.

- Não é isso, é que é sempre assim, ela sempre estraga tudo. Quando não estraga, não se dá nem o trabalho de aparecer. Já parou pra pensar em como isso me afeta?!

- Lily, eu sei que não é fácil lidar com ela mas-

- Olha, a noite já foi estragada, vamos só comer e ir dormir. - E foi exatamente o que fizemos.

***

Na manhã seguinte acordei com algumas mensagens da Júlia.

De: Júlia
Para: Liliana.
Oi! Como você está? Faz algum tempo que não falo com você.

De: Liliana
Para: Júlia
Hey Júlia, tá tudo bem, estou tentando me adaptar a vida nova. Os dramas do colégio novo parecem muito com os da nossa turma kkkkk

De: Júlia
Para: Liliana
Nem imagino.
Falando em drama, você nem imagina a situação daqui, o Lucas e a Manoela vivem brigando. Fora que depois de uma lição de moral dos professores todo mundo passou a culpá-los pelo que houve com você. Sua barra tá praticamente limpa.

De: Liliana
Para: Júlia
Sinto-me vingada.

Nós ficamos algum tempo conversando antes de eu sentir um cheiro ótimo. Saí do quarto e vi a minha mãe fazendo o café da manhã.

- Bom dia querida.

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Foi issoooo

Esse cap tem parte 2, daqui a pouco sai.
Espero que estejam gostando
Ah, só queria dizer que estou muito feliz com o feedback da história.
Obrigada
Bjuuss até já
:3

Complexo de PrincesaWhere stories live. Discover now