22• You Can't Protect Me

Depuis le début
                                    

Assenti fraco, apertando ainda mais minhas mãos uma contra a outra. Eu sentia vovô perto de mim, sei que ele nunca abandonaria sua menina de cachos chocolate, mas sentia uma imensa solidão me invadir ao pensar em minha mãe.

Como podemos ter saudades daquilo que não vimos, saudades de algo criado por nossas mentes? Idealizava em minha mente a imagem de nosso abraço, aquele que eu jamais poderia ter e sentir. Eram em momentos como este que eu amaldiçoava o Lorde, porquê ele era a razão pela qual eu nunca poderia sentir o toque dela.

O contato humano, nossa primeira forma de comunicação. Segurança, proteção e conforto... tudo isso no suave toque de um dedo, ou o encostar de um selar na bochecha. Ele nos conecta quando estamos felizes, nos da apoio quando temos medo e desperta sentimentos de paixão e amor.

Precisamos tocar aqueles que amamos quase tanto como precisamos de ar para respirar. Mas eu nunca entendi a importância do toque, o toque dela.

— Obrigada, professor. - proferi num fio de voz, voltando meu olhar para as estrelas ao longe. — Mas suponho que tenha outros assuntos para tratar comigo, estou certa?

— Soube do acontecido com Severos, pela manhã. Devo admitir que fez um grande estrago em nossa sala de aula, senhorita Merlin. - ri soprado, vendo-o me acompanhar. — Acredite, ele não queria lhe ferir.

— Mas fez. - cerrei os dentes, fechando as mãos em punhos. — Ele estava tentando invadir minha mente, de modo doloroso. - grunhi, prendendo uma mecha de cabelo na orelha. — E tudo aquilo, por que?

— Seu professor e eu temos alguns assuntos particulares, Makayla. - sua voz permanecia calma, como se desejasse transmitir conforto para aqueles que a ouvissem. — A intenção de Severos nunca foi de te ferir, mas sim de excitar sua ira para ver como conseguiria controlar sua magia. Seus poderes são algo de uma magnitude nunca vista antes, precisamos nos certificar que saiba lidar com isso.

— Quantas coisas pretende tentar esconder de mim, Dumbledore? - pendi a cabeça para o lado, ainda mantendo minha atenção focada na enorme floresta. — Enquanto Snape se esforçava para quebrar meu encanto da oclumência, ele a deixou aberta. - neguei com a cabeça, girando meu troco para que ficasse cara a cara com Albus. — Um agente infiltrado entre os comensais, devo admitir que me surpreendi com a ideia. Mas existe algo, guardado nas profundezas da mente dele, algum segredo entre vocês dois.

— Não posso permitir que se envolva nisto, Makayla. - afagou minha mão, sorrindo leve. — Eu sinto muito, mas estamos fazendo isto para sua proteção e de todos os outros alunos de Hogwarts.

— Vocês nunca irão conseguir me proteger, professor. - suspirei, fixando meu olhar em algum ponto longe dele. — O meu destino foi escrito por outra pessoa, e ambos sabemos como tudo isso vai terminar.

— Eu sinto muito que as coisas tenham de ser assim, senhorita Merlin. - engoliu em seco, pendendo as mãos ao lado do corpo. — Mas em batalhas, grandes atos precisam ser feitos. Mesmo que nos custe aquilo que mais almejamos, nossa vida.

— Algumas pessoas querem fugir da morte, não conseguem a encarar ou imaginar como pode acontecer. - retruquei, apertando meus joelhos um contra o outro. — Tudo isso porque elas não suportam sentir que um dia serão esquecidas, não importa o quão importantes sejam ou quantas aulas serão dedicadas a elas. Na realidade, temos medo medo dar dor, do fim. - baixei a voz, quase como um sussurro.

— E do que você têm medo, minha querida? - proferiu rouco, fitando meus olhos.

— De não conseguir lutar contra ele, professor. - espremi os olhos, levando minha mão em direção ao peito. Acaricie o lugar, lugar este onde estava escondida minha marca. — Tenho medo de que ao vê-lo, eu fraqueje. Não sou tão forte quanto o senhor e todos os outros imaginam.

Prophecy | Draco MalfoyOù les histoires vivent. Découvrez maintenant