Meu Querido Monstro ( Andamento)

-7-

Eu sentia coisas estranhas que eu não sabia o que era mas não era amor.

Eu não seria louca de me permitir amar alguém como ele. Não mesmo! De jeito nenhum.

— Sim, eu o amo muito — respondi e quase deixei transparecer o cinismo em minha voz.

— Ele é um homem de sorte por ter alguém como você ao lado dele como esposa — ele dizia.

Acho, que se ele pudesse, Adônis me mandaria para outro planeta!

Quase gargalhei. Eu não duvido nada.

— Você acha?
Aí ele parou na minha frente.

— Sim, você é a mulher mais maravilhosa que já me envolvi — ele me olhou nos olhos — Se eu pudesse nunca teria lhe deixado ir. Ainda sinto algo muito forte por você, Catarina — ele se aproximou de mim e tocou o meu rosto.

Ele não pode.

— Jason olha...

— E como eu queria estar no lugar dele e ser seu marido e você ser minh...

Ouvi o barulho de um carro bem próximo a nós e eu sabia que era ele. Me afastei de Jason quando vi o Adônis se aproximar com cara de poucos amigos.

O que pra mim já estava se tornando algo normal.

— Catarina, minha querida esposa — ele parou  do meu lado, sua voz saiu um tanto irônica — Por que não me pediu para vir buscá-la? — encarou Jason que nos olhava.

— Ah...  eu.. não quis incomodar — inventei.

— Você não incomoda meu amor — pude vê-lo me fuzilar com os olhos.

Respira, Catarina! Respira!
— Eu a acompanharia — Jason se pronunciou.
Adônis lhe lançou um olhar gélido e esboçou um sorriso cínico.

— Agradeço, mas agora ela irá comigo — Ele praticamente me arrastou até o carro.

— Até amanhã, Jason — desejei antes de entrar no carro.

Já dentro do carro eu fiquei pensativa no que Jason havia me dito. Quando estávamos juntos o que eu sentia por ele era real mas não ia dar certo. Talvez eu sentisse algo ainda por ele.

Será?
Acho bem difícil.

— Escuta só Catarina! — olhei para o homem do meu lado. Quase me esqueci dele —  Enquanto estivermos juntos nessa palhaçada eu não quero você com nenhum homem — disse enquanto dirigia em alta velocidade.

Ué.

— Como é que é? — indaguei ainda sem acreditar no que ouvi.

— Você é burra garota?! Eu disse que não é pra você ficar com nenhum homem até tudo isso acabar — repetiu impacientemente e pude sentir o carro parar. Já estávamos no casarão.
Desci do carro junto com ele que rapidamente seguiu em frente o segui.

— Você está com ciúmes, Adônis? — debochei enquanto passava na frente dele sem olhar para trás.

— Nem se você tivesse alguma importância para mim! — ele respondeu irritado.

Ah é?

— Eu entendo que pra todos nós estamos casados, mas se eu me encontrar as escondidas com alguém não vai dar em nada — pirracei e ele me segurou fuzilando-me com o seu olhar raivoso.

— Nem pense, Catarina! Eu estou lhe avisando — aproximou o seu rosto do meu.

Aí meu Deus!

Ele estava muito próximo de mim. Muito mesmo.
É nesse momento que as cenas daquele maldito sonho invadem a minha cabeça.
Eu estou ferrada.

— Não ligo para os seus avisos — respondi num subido de coragem.

Ele deu uma risada psicopata.

— Catarina, você não me conhece e não sabe o que eu sou capaz de fazer quando as minhas ordens não são atendidas — disse devagar de uma forma que me fez arrepiar ainda mais.

— Eu ainda não ligo — repeti um pouco insegura.

— Pois bem, cuidarei para que o seu amiguinho perca o emprego e não encontrei nenhum outro nesse país — ameaçou e eu olhei chocada.

Ele não seria capaz né?

— Eu não acredito em você — ele segurou o meu rosto em suas mãos.

— Verás  — me soltou e saiu de perto de mim.

Ok, e se fosse verdade? Eu não poderia arriscar pois o maior prejudicado seria o Jason.

Fui atrás dele que já subia as escadas.

— Adônis, eu vou lhe obedecer — respondi a contra gosto ele se virou e me encarou com um sorriso esnobe em seu rosto.

— Sábia escolha — disse e continuou o seu caminho. Subi as escadas também e o olhei indo para o seu quarto.

Eu acho.

— Você não passa de um moleque mimado! — disse alto. Irritada com aquilo que ele praticamente me obrigou a fazer.

— Eu ainda irei cortar essa sua língua, Catarina — disse ao bater a porta, continuei ali parada.

Babaca! Me virei para ir para o meu quarto mas parei ao mesmo instante me lembrando do diário.
Fui até o vaso e sem fazer barulho eu peguei o livro. O encarei.

— Vamos descobrir algumas coisinhas.

Gostaram?
Votem e comentem!
Bjs❤️