Capítulo 5 - Sweet Nothing

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     Já sabia de quem era aquele par de olhos cinzentos: Draco Malfoy. Impressionante como ele pode ser dez vezes mais bonito do que nos filmes, ou do que sua descrição nos livros. E aqueles olhos combinavam tanto com a roupa verde que usava. Mas, apesar de ser mais bonito ainda tinha uma cara de malvado e incrédulo. 

- Gosto, as histórias são bem criativas – Respondi - você é? 

- Draco, Draco Malfoy - Ele continuava me fitando profundamente - e você?

- Iaya Gaunt. - disse quase voltando a ler pois ele instaurou um silêncio entre nós constragedor. Eu comecei a achar que ele estava tão paralisado que iria quase cair no chão ali mesmo com o balanço que o trem começou a fazer.

- Nome legal, você é nova aqui, não? - finalmente falou algo

- Sim, eu... Descobri meus poderes a poucos dias.

- V-você é nascida trouxa? - ele perguntou entrando na minha cabine

  Sabia que ele iria perguntar, Draco Malfoy mais nascidas trouxas igual confusão. Afinal, estávamos falando de um sangue puro. Como eu.

- Não, sou sangue-puro. Mas é uma longa história... - sorri 

- Aham. - ele balançou a cabeça sentando na minha frente - Sabe para que casa vai entrar?

- Não... - disse mentindo 

- Um palpite? - perguntou, mas parece que já sabia a resposta

- Sons... - até que pensei duas vezes antes que fala - Ah, nada, não sei mesmo.

- Você é descendente de Salazar Sonserina? - DROGA! Ele percebeu. Draco sussurrou inclinando-se para frente. E da maneira mais idiota respondi:

- Sim, mas por favor, não espalhe, - sabendo que mais cedo ou mais tarde ele podia contar para os seus amiguinhos - não quero ser conhecida por isso. Por favor, Malfoy? - fiz cara de coitada

- Pode ficar tranquila. - ele disse abanando as mãos pra mim com um sorriso de lado. Por que aquele sorriso fofo? - Está a salvo comigo.

  Meu deus eu estou tão perdida. Depois do meu primeiro dia todo mundo vai saber quem eu sou. Não posso, é o meu segredo. Alvo havia falado que eu não podia contar para ninguém lá no Caldeirão porque podia ser perigoso que os comensais vinhessem atrás de mim. Mas Lucio era quase um comensal, e óbvio que Draco ia contar para o papai querido. 

     Nós ficamos nos encarando por um momento, não sei o por quê. Estávamos em silêncio e aquilo me incomodava, porque parecia que calado ele era um enigma. Mas depois uma menina de cabelos negros e olhos meio puxados acho que era Pansy Parkinson entrou na cabine, e não fez questão de olhar para mim por muito tempo pois já estava sentada quase no colo de Draco e ele não fazia nenhum cerimônia para flertar com ela. Eu olhei aquilo meio desacreditada e voltei ao meu livro. Mas antes disso, ela puxou Draco para fora da cabine, que correspondia.

- Cara de Buldogue. - sussurrei rindo quando ela saiu, sem pensar. 

- Quem é cara de Buldogue? - uma menina de cabelos negros adentrou na cabine.

- Parkinson. - fui sincera - Quem é você? - reparei que a menina usava o uniforme da Corvinal deslumbrante.

- Eduarda Bureseska, desculpe não ter me apresentado antes... - ela me deu a mão para apertá-la. 

- Ô, não foi nada, eu me chamo Iaya Gaunt, como vai? - eu apertei, talvez com muita força demais porque ela soltou rapidamente. 

- Vou muito bem! Olhe, você é nova não? É você que vai entrar no quarto ano? 

- Vou... Espero que o Chapéu Seletor me selecione para uma casa que eu consiga me enturmar... - abaixei os olhos 

- Ah, mas a casa não importa, eu gostaria de ser sua amiga, claro, se você quiser. - ela parecia entusiasmada e com um sorriso no rosto que logo fez surgir o meu. 

- Mas é claro que eu quero! - Respondi animada.

  Nós duas conversamos mais um pouco e então reparamos que estávamos chegando na estação de Hogsmeade, então, ali mesmo dentro da cabine, comecei a colocar dois casacos de frio porque sabia o que me esperava. Quando chegamos Hagrid estava à espera dos alunos novos, eu, estava envergonhada por ter que acompanhar crianças de onze anos enquanto eu mesma tinha dezessete. E parando para pensar eu nem deveria entrar no quarto e sim no sexto, mas isso não interessa muito... eu acho. Fomos nas direções dos barcos, lógico. Eu eu nem notei muito quem estava dentro dele comigo porque eu estava amando admirar aquele castelo de longe e por trás um escuro marinho e com estrelas perdidas ao fundo. 

   Atravessamos o Lago Negro e chegamos no castelo. Sorri, quando vi todas aquelas luzes amarelas e brancas flutuando no meio do preto. Hagrid  e os outros monitores nos levavam para a sala principal. Os corredores eram extremamente largos e muitos deles rústicos. O teto ficava longe de qualquer coisa, e eu só sabia falar "uau" com os símbolos das casas na parede da porta principal que dava a acesso a sala. Sorri largamente quando tirei as luvas já dentro do castelo que estava bem quentinho. 

   Consegui um lugar para sentar perto de muitos alunos animados.  

- Muito bem! Vamos começar a seleção de casas para alunos novos. - disso Alvo se aproximando de nós ainda lá em cima. - Boa sorte a todos! 

- E lá vamos nós - sussurrei - Merlin me ajuda!

***

   A professora Minerva chamou meu nome gritando e eu tive que fazer esforço para não tropeçar, juro que queria alguma coisa para colocar no meio das minhas pernas. Sentia-me como uma modelo, andando sem nada para segurar nem um celular, nem um livro, nem um fone de ouvido, em meio a tanta gente. Todos olhavam para mim, alguns riam do meu passo desregulado e outros, bem, eu não ousei olhar mais para ninguém depois que vi que uns zombavam de mim. Eu só franzi os lábios e segui em frente olhando para o Chapéu. E lá vou eu, subi os degraus e sentei na cadeira. Parecia que todos ali estavam esperando ansiosamente a decisão da minha casa. 

  Absolutamente todos os presentes me olhavam, sentia-me sendo sugada por aquele Chapéu Seletor quando ele pairou sobre minha cabeça.

- Bom... Você tem coragem... - ia começar, aquela voz me dava arrepios. E eu estava com medo, esse adjetivo só me diz Grifinória - Inteligência... Gentileza... Mas tem uma vontade de ganhar sempre mais... - ah não, ah não! - Além de que é determinada e faz de tudo para proteger as pessoas que ama. SONSERINA! - ele gritou e pareceu que deu um sorriso logo depois.

  Imediatamente a mesa da Sonserina levantou-se inteira para aplaudir ninguém menos que eu, qualquer lugar era melhor do que estar ali, sendo literalmente o centro das atenções, sentei-me em um canto vazio da grande mesa e reparei que os mesmos olhos acinzentados me fitavam. Segui o olhar e vi: Draco Malfoy, junto de Pansy Parkinson, a mesma estava alisando o loiro enquanto ele não dava a mínima, apenas olhava em minha direção e aplaudia. 

  Não foi uma GRANDE surpresa eu ser da Sonserina mesmo.

 ****

O jantar terminou e fomos para a sala comunal, logo que ia entrando alguém me puxou para um canto isolado das masmorras. E eu entrei em pânico. 

- Hey, o que é isso? - Perguntei assustada.

- Shhh, Pansy vai ouvir - Reconheci o tom de voz, era Malfoy - eu queria falar com você.

- Sobre o quê, exatamente? - O olhei desentendida.

- Sabe... Eu... Eu... Eu preciso que me ajude a tirar Pansy do meu caminho. - ele parecia aflito ao me falar aquilo.

- E por que eu faria isso? - Disse cruzando os braços. 

A Herdeira De Slytherin ll FINALIZADAOnde as histórias ganham vida. Descobre agora