Cap 11 - Os Amores do 1-A

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Enquanto íamos, ouvimos algumas vozes meio altas vindo de um dos corredores. Duas vozes conhecidas de dois amigos de turma nossos, estavam meio altas como se fosse uma discussão. Nos encaramos e nos perguntamos o que devia estar acontecendo. Resolvemos ir dar uma olhada.

Ao chegarmos ao corredor daquele andar, avistamos dois dos nossos colegas. Eram Kirishima e Kacchan que estavam conversando em frente a porta do quarto do meu colega explosivo. Eu e meu amigo bicolor ficamos escondidos de junto a parede que dava a curva para o corredor e observamos a cena. Aparentemente, como de costume, meu velho colega de infância de cabelos louros estava de mal humor, e o seu único amigo tentava acalmá-lo.

- Bakugo, quer se acalmar? - ouvi Kirishima dizer - Do jeito que você está, vai acabar explodindo o próprio quarto.

- Cala a boca cabelo de merda, não me diga o que fazer!

- Não estou querendo te dizer o que fazer, só acho que você já explodiu coisas demais ultimamente, não concorda?

- Você não tem que achar nada, isso não é problema seu.

Honestamente, às vezes eu me perguntava como Kirishima conseguia ser amigo de Kacchan e aguentar toda aquela ignorância e mal humor em tempo integral. Eu que o conhecia há anos nunca tinha me acostumado totalmente com seu temperamento literalmente explosivo.

- Ok, mas também não precisa ficar assim tão estressado.

- Ah claro, tá falando assim porque não é você quem vai ter que passar os próximos meses tendo aula extra com aquele meio a meio desgraçado enquanto todos os outros estão estagiando.

Reparei que Todoroki ergueu uma sobrancelha, num gesto tipo "ele tá falando de mim?!".

- Tá bem, mas podia pelo menos descontar sua raiva de outro jeito além de tentar incendiar as coisas. - Kirishima pôs a mão no ombro de Kacchan - Olha, eu tenho um saco de treino de boxe no meu quarto, quem sabe te ajude a...

- Se eu quisesse sua ajuda eu pedia cabelo de merda, para de tagarelar no meu ouvido.

Ouvi quando Kirishima deu um suspiro do tipo "ok, desisto" e jogou os dois braços pra cima.

- Certo, como quiser, só queria ajudar. Não tá mais aqui quem falou.

Kirishima deu as costas para o amigo e já estava vindo em nossa direção para ir para seu quarto. De repente, Kacchan esticou seu braço, o pegou pelo pulso e o puxou, empurrando-o contra a parede.

- Ei ei ei Bakugo, o que está...

- Se quer mesmo me ajudar, cale a boca!

No segundo seguinte Kacchan beijou o amigo de cabelos vermelhos. Percebi que no instante Kirishima ficou de olhos arregalados e surpreso, mas em pouco tempo ele relaxou e começou a corresponder o beijo, e mais, parecia estar gostando.

Levei minha mão até minha boca surpreso com o que via. Virei o rosto para Todoroki e reparei que ele estava de olhos arregalados, aparentemente também surpreso com o que via. Ele pegou um pouco de pipoca da tigela e pôs na boca, como se estivesse se entretendo com a situação.

Bakugo afastou seu rosto do de Kirishima. Ele continuava com a expressão séria de sempre no rosto, mas meu amigo de cabelos vermelhos parecia espantado e ao mesmo tempo bem contente.

- Ei ei Bakugo, o que foi...

- Não faça perguntas - ele disse em tom ríspido.

No instante seguinte Kacchan o pegou pelo braço e o puxou, os dois entraram para o quarto dele e em seguida a porta se fechou.

- Não creio! - eu disse em voz baixa ainda surpreso - Você... viu isso Todoroki?

- Claro que vi Midoriya, eu tenho olhos! - ele disse sério, mas seu tom de voz aparentava tanto espanto quando eu.

- Por essa eu não esperava!

- É - ele pôs a mão no meu ombro - Vem, vamos.

Seguimos pelo corredor e chegamos até a escada, subimos para o andar de cima. A cena de Kacchan e Kirishima se beijando ainda rondava na minha cabeça.

- O que você tem? - Todoroki me perguntou.

- Nada, é que... Uraraka e Asui-san, Yaoyorozu e Jiro, Kacchan e Kirishima-kun... quantos casais será que tem na nossa turma sem que eu nunca notasse?

- Você esqueceu de falar da gente.

- É, nós também. Nossa, pelo andar da carruagem tô começando a achar que talvez até o Mineta já tenha conseguido uma namorada.

- Acho que aí cê tá indo meio longe.

Chegamos ao fim da escada.

- Ah, se quer saber, eu até que tô contente com o que vimos. - ele disse.

- Sério? Por quê?

- De qualquer forma não preciso mais me preocupar com o Bakugo. - ele sorriu pra mim e deu de ombros.

O encarei meio em dúvida, mas não disse nada. Ele se virou e seguiu andando, e eu fui atrás dele.

Simplesmente Aconteceu...Onde histórias criam vida. Descubra agora