8. Especial Jason...

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Um mês se passou e Lesa não deu nem sinal de vida.

Aquela garota é estressante. Aposto que ela deve estar lá no bem-bom enquanto eu estou aqui ralando duro para que todos me respeitem. Tenho de admitir que a coisa é mais difícil do que eu pensava.

Muitos amigos ou conhecidos da Lesa me olham feio. Os mais velhos da alcateia nem se quer se importam com minha opinião, e olha que eu sou o maldito alfa desta alcateia.

As pessoas apenas não me batem porque respeitam meu pai e porque sou o alfa. Até mesmo meus "amigos" não falam muito comigo, a não ser meu melhor amigo Miguel, que sempre esteve nos momentos difíceis. Ele foi o único, tirando aquela tal de Josi e o Iago que me disseram a verdade. Miguel disse que eu fiz uma burrada maior que a galáxia e que deveria ir procurar Lesa. Eu apenas fingi que o escutei e segui em frente.

Embora eu saiba que ele esta certo, mas, mesmo assim, eu não vou correr atrás dela.

Pelo menos é o que eu digo a mim mesmo todas as malditas noites desde que ela se foi, ou melhor dizendo, eu a expulsei.

E se você me escutasse agora, notaria quão amarga minhas palavras foram.

Já não aguentava as criticas das pessoas então decidi despejar os pais dela de sua casa para poder fazer com que ela viesse.

É claro que fiz isso na frente de seus amigos, mas fingi que não os vi, já que eu sabia que no momento em que eles me vissem despejando os pais de Lesa iriam procurar ela e ela iria vir até mim e então a convenceria que seu lugar era aqui, que iriamos ser uma família, ter 10 filhos e quando chegasse do trabalho ela me esperaria com o jantar pronto e viveríamos felizes para sempre.

Obviamente essa com certeza não é o tipo de vida que eu queria, mas a maioria das garotas sim, então, nem ai.

Coloquei o plano em pratica. Tudo foi perfeito, expulsei os pais dela de casa. A mãe dela até chorou achando que era verdade e o pai dela quase me bateu cara.

E depois esperei umas 2 horas até que vi que os amigos dela se foram e eu fui ate os pais de Lesa e disse que tudo aquilo não passava de um plano para fazer Lesa voltar.

O pai de Lesa me bateu de verdade, um grande e poderoso soco na cara e a mãe fez uma cara tão sinistra que eu quase molhei as calças. Depois que passei uma hora pedindo desculpas, morrendo de dor no olho e dizendo que acharia uma maneira de encontrá-la.

Assim que terminei de conversar com os pais de Lesa, voltei a minha casa, aquela casa estava tão vazia, agora que era alfa, meus pais decidiram ir morar em uma casa menor e viver uma vida mais tranquila.

A casa estava solitária, até parecia triste. Sempre soube que moraria nesta casa quando me tornasse alfa. Seria apenas eu e minha companheira e depois os nossos filhos e nossos amigos.

Nem o meu beta que é Miguel quis vir morar aqui. Logo depois que rejeitei a Lesa, Miguel encontrou sua companheira, às vezes ela me lembra de Lesa, tão quieta e no seu canto.

A primeira vez que me transformei em lobo depois do incidente com Lesa, meu lobo se descontrolou, era a primeira vez que acontecia isso.

Não me lembro de nada, só o meu lobo gritando por Lesa e de acordar o outro dia no antigo quarto dela, que ficava na casa de seus pais.

Fugi dali o mais rápido possível. Depois disso não me transformei mais, com medo de me descontrolar de novo.

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Passaram-se uns oito messes e nem Lesa nem seus amigos voltaram. Na alcateia nada mudava, tudo continuava o mesmo e parecia que cada vez mais eu sentia saudade da garota.

Transformei-me poucas vezes e todas às vezes acordavam na cama de Lesa, uma vez acordei dentro de seu roupeiro. Confesso que senti saudades. Alias, quem sentiu saudade de verdade foi meu lobo.

Acho que eu não assumiria tão facilmente a verdade, nem a mim mesmo.

Nessas tantas vezes que acordava em seu quarto reparei que havia pequenas coisas que pareciam insignificantes ali, mas pareciam tão dela. Achei um álbum de fotos embaixo de sua cama.

Havia muitas fotos. Desde quando Lesa era bebê até o presente. Havia fotos que demorei minutos para poder parar de rir. Em uma delas havia uma Lesa com a maquiagem borrada e o cabelo enorme, parecia uma juba de leão. Em outra estava Josi comendo um bolo e sua cara estava cheia de merengue. Havia uma de Iago com as calças molhadas e ao seu lado havia uma Loba vermelha rosnando, sabia que aquela era Lesa, eles pareciam estar perto de um laguinho. Havia uma muito bonita de Lesa sentada desenhando uma loba, ela estava distraída. Decidi levar aquela para minha casa.

Todos os dias eu treinava garotos para lutarem. Fazia negócios com outras alcateias. A vida continuava e sempre que tinha um tempo livre ia ao quarto de Lesa. Um dia a mãe dela me viu, pois havia adormecido ali e ela chegou eu escutei quando ela entrou e depois fechou a porta.

Muitas vezes escutei os pais dela conversando. Algumas vezes ate escutei sua mãe chorando o que me partiu o coração. Saber que fui eu quem foi o culpado de fazê-la chorar me entristeceu muito. Às vezes tinha vontade de ir pedir desculpas e sair eu mesmo a procura de Lesa, mas acabava me dando conta do quão idiota essa ideia era então apenas descartava isso.

Visitei muitas vezes meus pais, sabia que eles notavam o quão devastado eu estava. Por isso visitava eles cada vez menos e passava mais tempo no quarto de Lesa que no meu. Tinha uma parede no meu quarto que continha só fotos de Lesa. Eu parecia um bebê chorão, só faltava à chupeta.

Sim, eu estava virando um idiota. Tudo por culpa da lobinha fujona. Minha vida estava uma rotina tediosa, muitas vezes saia e dormia na cama de qualquer garota que achava.

Mas depois o sentimento de culpa vinha assim que via as fotos de Lesa. Nunca admitiria que estivesse começando a me apaixonar por uma foto de Lesa. Deus, ela deveria ter feito uma macumba pra mim.

Decidi esperar até ela voltar, pois não havia nada que eu pudesse fazer a não ser esperar.

*ATUALIZADO.

Lua de sangue: rejeição (Livro Um - Completo)Where stories live. Discover now