— Isso não melhora as coisas. Quer dizer que vai fazer uma boa ação em consideração a mim? Um ômega é mais do que uma mercadoria, não servimos só para procriar.

Ambos estavam irritados àquela altura, tentando explica suas posições.

— Qual parte do "não fui eu quem decidiu" não ficou claro para você?

— Pode não ter decidido, mas aceitou e isso mostra qual é o seu verdadeiro carater — desafivelou o cinto — Vou ser poupado apenas por ter um pouco de moral com você, se não nos conhecêssemos você faria sem pensar, apenas interessado em herdar a merda da empresa do seu pai. Mas tem um lado positivo em toda essa merda, você acabou de me provar que eu não estou assim tão a vontade para vender a minha liberdade em troca de estabilidade. Está mais do que na hora de eu realmente assumir o comando da minha vida e eu vou fazer isso agora. 

Saiu do carro irado, ignorando os pedidos do alfa para que voltasse e pegou o celular assim que entrou na cafeteria que tinha em frente, acionando o primeiro contato que faria naquela noite. 

Não iria mais se auto sabotar por mais ninguém, estava farto de toda aquela farsa. Se fosse para foder com a própria vida ele o faria sozinho. 

— Izu? — a voz do outro lado soou chocada e um tanto afobada. 

Ouvir a voz do alfa fez o coração de Izuku bater mais acelerado e ansioso, como se acionasse um gatilho dentro de si. Engoliu a força do sentimento que embolava seus pensamentos para poder falar. 

— Shoto, precisamos conversar. Vou te enviar a minha localização, me encontre em dez minutos, já estou te esperando. 

— Tá, o quê? — o som no fundo indicava que ele estava agitado buscando as coisas, talvez se arrumando enquanto mantinha o telefone perto da orelha — Espera, me explica o que aconteceu. 

— Eu tomei uma decisão, Shoto e preciso que esteja aqui para a gente conversar, por favor, não demore. 

*******

Para a surpresa de Shoto, Izuku realmente estava lá na cafeteria, esperando por ele com um olhar um tanto vago enquanto mexia o cappucino que tomava. 

— Cheguei, o que acon....

Não deu para terminar a pergunta, pois ele se levantou e venceu o espaço entre eles com o olhar destemido, segurando-o pela gola da camisa e o beijando com fúria. Surpreso, Shoto demorou um pouco a retribuir, mas quando o fez suas mãos desceram instintivamente para a cintura do ômega, agarrando-o com vontade.

— Senhores, por favor, não é permitido.

Shoto soltou a cintura de Izuku por um instante, tateando o bolso e retirando a carteira de onde sacou algumas notas sem ver e jogou no balcão. Sem desgrudar de Izuku ele o segurou levantando-o e o ômega rapidamente se segurou, rodeando sua cintura com as pernas enquanto aprofundava o beijo. 

Era viciante, instintivo e tão necessitado que o alfa pouco se importou com o motivo, apenas se entregando ao momento enquanto os levava até um dos becos para que não fosse admoestados. Prensou Izuku na parede, arfando dentro do beijo ao sentir as mãos dele subirem por seu pescoço, agarrando-se ao cabelo e instintivamente rosnou, liberando parte de sua presença para afastar outros alfas curiosos de perto. 

Não haviam perguntas em sua mente, tudo havia dissipado em meio a névoa do prazer e Shoto quase cedeu aos instintos mais primitivos quando sentiu Izuku movimentar-se impaciente em seu colo. 

Reunindo toda a força de vontade possível ele se afastou, quase perdendo-se de novo ao ver o olhar libidinoso e entregue do ômega. 

— Aqui não, Izu, não em um beco sujo — balançou a cabeça exigindo mais controle de si. Era difícil com o ômega rebolando e o mordendo, mas ele precisava — Não vamos nos pegar em um lugar assim. 

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