Escolhas

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Gente, segurem os corações e abaixem as facas. Lembrem-se que nem tudo o que parece de fato é. 

— Nós não precisamos ficar com ele, você sabe

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— Nós não precisamos ficar com ele, você sabe. — O alfa sugeriu para o ômega que permaneceu em silêncio, apenas escutando, embora seu estômago revirasse um pouco de ansiedade — O médico nos deu a opção do aborto, disse que ainda está em tempo e que será um procedimento até mesmo rápido e sem muita necessidade de preparação.

Eijiro travou com a fala, captando na voz de seu alfa que era que ele esperava que fizesse. Não que a possibilidade não lhe tenha passado pela cabeça, ele chegou a cogitá-la sim e não seria hipócrita ao dizer que não, no entanto ouvi-la sendo dita assim em voz alta parecia um tanto quanto cruel.

Ainda assim soava como mais racional do que se apegar e ter toda a vida modificada por aquele pequeno deslize.

— É o que você quer? — indagou buscando os olhos dele, atento a cada detalhe.

— Não tem como criar uma criança, trabalhar e estudar, Eiji, não vamos conseguir lidar com tudo. A escolha é ficar com o bebê e largar tudo ou deixar que ele venha em um momento mais oportuno.

Novamente o silêncio enquanto o ômega absorvia toda a situação. Os feromônios de Katsuki indicavam certa apreensão e pânico, não muito diferente de si mesmo.

Parecia o certo a se fazer, mas porque estava se sentindo tão desconfortável e triste com a possibilidade?

— É, você tem razão — concordou a contragosto, um tanto abatido. O alfa o encarou, ansioso pela continuação — mas... Eu ainda estou confuso, e... Bom, gostaria de mais um tempo para analisar a situação.

O alfa ergueu a sobrancelha, unindo os vincos da testa em um mínimo rosnando descontente.

— O que você quer dizer com isso? Não há o que pensar, não tem outra alternativa.

— Eu sei, mesmo assim soa tão cruel...

— Não, não soa, nem é. Qual é, Eji, é a nossa vida aqui em jogo, não podemos jogar tudo pro alto por causa de um embrião que nem mesmo pensa, vais ser melhor pra nós dois, pense em tudo o que perderemos se decidirmos criar esse bebê! Vamos estar amarrados para sempre à uma obrigação que poderíamos evitar.

— Acho que já não há mais tempo de evitar, Suki, ele já foi feito.

— Mas ainda não nasceu — argumentou segurando as mãos do ômega — Tente ser racional e não emotivo.

— Eu só preciso de um tempo para absorver tudo, Suki, um tempo para pensar.

— E o que, desistir? Se ficar pensando demais vai acabar se apegando, criando vínculo e desistindo, isso que é perigoso — argumentava alarmado com a possibilidade de o ômega retroceder — Pense no nosso futuro, Eiji, no que estaremos deixando para trás, a faculdade, ambições de um futuro estável.

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