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as tardes de domingo.

não é meu blazer azul e camisa de linho que me fazem quem sou. às vezes deito, cansado- não fisicamente, mas de pensar -, e encaro a janela numa tarde de domingo. sinto saudades de fazer nada com você, de sentarmos e ficarmos assistindo filmes, dançarmos e brigarmos sobre quem irá guiar. eu prometi a mim mesmo, mês passado, que pararia de pensar em ti. mas quando me encontro na boemia, lembro da nossa boemia. meu corpo não aguenta mais álcool, mas não há nada mais romântico que uma garrafa de uísque para corações partidos. eu acho que a gente esperou demais um do outro. eu quis reciprocidade, tu quis paciência. e chegamos num momento em que tu não pôde mais fingir reciprocidade e eu também não pude mais fingir paciência. você é muito adulto para mim.

tu disse que não gosta de barba, mas de repente um moço cheio delas aparece com os braços ao redor de ti pela tela fria do meu celular. eu prometi que iria parar de fumar, mas já estou no meu terceiro. eu não estou sendo hipócrita, se você não for. eu não quero te odiar. estou feliz por você, sabe? porque eu percebi que o problema era eu. um paralelepípedo nunca preenche totalmente uma circunferência. eu nunca seria bom pra você.

tenho tomado alguns cházinhos. pra ver se acalma, ver se não dói mais. não importa quanto tempo passe... sempre que estou sozinho, eu lembro de você e me pergunto se estamos vendo o mesmo pôr do sol. estou fazendo outras coisas agora. e você não vê minhas redes sociais como vejo as suas, aposto. é quase impossível te esquecer. porque eu não quero te esquecer. não.

quando eu for maior e conquistar algumas coisas, eu espero que você esteja de longe vendo meu triunfo. não sei, só queria que você ainda estivesse interessado em mim. só para garantir, sabe? só para garantir que fui, no mínimo, um pouco especial para você.

café et cigarettesWhere stories live. Discover now