Cap 04 - O Que Tá Acontecendo Comigo?

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Sentei-me. Resolvi que precisava ocupar minha mente com alguma coisa para não ficar imaginando aquilo. Me agachei e peguei um dos meus halteres no chão ao lado da minha cama e comecei a me exercitar, já estava ficando meio sedentário. Não adiantou muito, só conseguia me lembrar de meu colega bicolor dizendo "não queria ter feito aquilo".

Dei uma pausa no exercício. Coloquei o halter no chão, passei a mão pelos meus cabelos ondulados, respirei fundo. Desci meus dedos pelo rosto e passei ele pelos meus lábios, lembrando quando Todoroki fizera o mesmo dias atrás, segundos antes de me beijar. Baixei a mão e fechei os olhos.

- Para de pensar nisso Izuku! - disse para mim mesmo - Não tem porque... ele disse, foi um acidente, já se desculpou e você disse que tava tudo bem.. Ele é outro garoto igual a você! Nem amigos vocês são direito, não tem porque você tá desse jeito!

Parei e tentei relaxar. Corri os olhos pelo meu quarto, escutei o som das panelas fervendo na cozinha do outro lado da porta do cômodo. Suspirei e me curvei para frente e peguei o peso de halter novamente.

- Acho que esse estágio vai vir em boa hora, - comentei comigo mesmo - preciso mesmo ocupar a mente.


[Todoroki.]

Estava na sala de exercícios da minha casa, praticando. O dia fora cheio, os últimos dias todos foram. Boxe era meio que uma espécie de terapia para mim de vez em quando, embora eu tenha intensificado os treinos ultimamente, por conta do torneio.

Meus cabelos estavam colados ao meu rosto por conta do suor. Eu estava com calor e cansado, mas minha adrenalina seguia e meu sangue fervia. Acertei mais alguns golpes no saco de treino que ficava no centro do cômodo.

Não sei porque, mas minha mente estava fervendo. Em tantos anos, meu pai sempre me doutrinou e me ensinou a ter tudo sob controle, o que era necessário para ser um herói perfeito. Algo que sempre fui instruído a controlar foram as minhas emoções, e eu diria que consegui isso por bastante tempo, com exceção é claro do meu rancor pelo meu coroa.

Mas ultimamente eu me via desmoronando. Não tinha controle de nada, nem das palavras, ações ou postura. Isso desde o dia do festival de heróis. Eu queria acreditar que tudo aquilo era resultado de ter encarado os meus fantasmas envolvendo minha família, mas algo lá dentro me dizia que não era só isso. Que mais alguém, que não era nem meu pai nem minha mãe, mas que tivera um papel importante naquela história, era o responsável por minha confusão. Aquele garoto... aquele menino com quem eu estudava, o de sardas e cabelo verde...

Tal pensamento me deixou no limite do estresse. Invés de acertar um soco no saco de boxe, acabei segurando-o e uma chama intensa brotou de minha mão esquerda. Quando dei conta, tinha incinerado meu objeto de treino. Ótimo, eu definitivamente não estava bem.

- Mas que raios! - acabei gritando - O que tá acontecendo comigo?

- Eu também gostaria de saber.

Me virei espantado. Meu pai, o famoso herói Endeavor, o 2º maior de todos, estava de pé na porta, me observando com aquele olhar amargurado e sempre tão cheio de seriedade. Suas mãos estavam atrás das costas, e ele me encarava como se estivesse me julgando.

- Impressão minha, ou desde o dia do torneio você não é mais o mesmo, Shouto? - ele disse caminhando em minha direção.

Passei o braço pela minha testa, retirando o excesso de suor.

- O que você quer? - perguntei.

- Não pude deixar de ouvir a violência com que você socava o saco de boxe. - ele encarou o objeto em chamas balançando - Ao que tudo indica, me enganei ao achar que sua fase rebelde tinha ficado para trás.

Olhei para o fogo com o canto do olho.

- Isso não importa, já disse que não foi por sua causa que aceitei esse meu poder.

- Não me diga que foi por aquele garoto com quem você lutou? O amiguinho do All Might? - ele ergueu as sobrancelhas e cruzou os braços - Vai me dizer que um menino que você mal conhece direito fez você deixar de lado toda sua teimosia que eu nunca consegui concertar?!

Comprimi os lábios. De fato o que ele dizia soaria bizarro aos ouvidos de qualquer um que ouvisse, mas em parte, acho que era essa a verdade. Embora eu mesmo estivesse com receio de aceitar.

Comecei a andar em direção a porta.

- Já terminei por hoje. - eu disse.

- Fugindo de mim novamente Shouto? - ele se virou e encarou-me enquanto eu seguia até a porta - Ao que vejo você ainda tem muito a aprender comigo. Meu conselho, agora que recebeu bem as ofertas de estágio, pense bem qual opção vai escolher para atuar.

- Pode ter certeza que irei - respondi sem me voltar para ele.

- Acho bom mesmo. Algo me diz que você está deixando suas emoções falarem mais alto que sua razão garoto, e se quer saber, isso é perigoso.

Saí pela porta e caminhei pelo corredor, em momento algum virando meu rosto para encará-lo de novo.

- Dispenso conselhos vindos de você - falei em voz baixa.

Fui até meu quarto. Precisava relaxar, talvez um banho me ajudasse. Minha cabeça estava girando, várias coisas se passavam nela. Em sua maioria, estava o garoto de cabelos verdes. Quando nos enfrentamos no torneio, quando fiz uma visita a sua casa, e nossa recente conversa naquela tarde.

- Achei que se pedisse desculpa a ele isso ia passar - falei comigo mesmo - achei que estava com vergonha ou remorso do que fiz mas... mas não adianta.

Passei a mão pelo meu cabelo suado. Não sei o que estava acontecendo comigo, mas querendo ou não admitir, o fato era que Midoriya tinha mexido com meu psicológico de uma maneira que nunca alguém fez antes. E eu precisava descobrir de um jeito ou de outro, o que eu realmente estava sentindo.


[S02 x EP16]

Eu estava correndo pelas ruas de Hosu.

Estava fazendo uma patrulha com meu pai, no final das contas decidi ir para o estágio que ele me oferecera. Em meio à nossa ronda, percebemos que algums espécie de confusão estava acontecendo em algum ponto da cidade. Porém, no momento em que seguíamos para averiguar o que aconteceu, recebi no grupo da turma uma mensagem de Midoriya.

Era apenas uma localização. Nada especificado, mas só sabia que ele estava na mesma cidade. Na hora achei estranho e curioso. Será que ele mandara errado? Ou será que ele estava precisando de ajuda?

Não hesitei muito em dar a volta e seguir para o ponto em que ele tinha indicado na mensagem. Na minha cabeça ficou ecoando algumas frases que eu dissera no passado. Uma fora no dia do torneio, quando confrontei Midoriya pela primeira vez, e afirmei que não estávamos lá para sermos amigos. A outra, disse minutos antes, quando informei a meu pai que precisaria correr, pois meu amigo estava precisando de ajuda.

Ok, eu ainda estava precisando organizar minha cabeça, e quando houvesse uma oportunidade, seria bom conversar com Midoriya novamente, veria como poderia deixar claro como me sentia sem parecer um idiota sentimental, ia depender se como me sentiria diante dele.

Foi com esse pensamento que segui até o gueto da cidade em que Midoriya deveria estar, e lá junto de Iilda, travamos uma batalha intensa contra Stain, o assassino de super heróis.

Simplesmente Aconteceu...حيث تعيش القصص. اكتشف الآن