Capítulo 12

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Preciso correr.

Tenho que sair daqui agora mesmo.

Olhei para trás e a imagem escura continuava me perseguindo. Minhas pernas já não aguentavam mais fugir. O que aquilo quer comigo? Por que está atrás de mim?

Passava por várias casas por entre as ruas, todas iguais, de tijolos, tendo todas as luzes apagadas e aparentemente vazias. Corria o mais rápido que conseguia, já perdendo o fôlego. Enfim, encontrei o caminho para minha casa!

Virei o rosto e a coisa escura já não estava mais tão perto.

E de repente, ela desaparece.

Parei de correr e permaneci ali mesmo, na estrada, observando todo o contorno das calçadas. Os gramados, antes verdes, agora com um tom acinzentado e morto. Tudo parecia sem vida, infeliz.

Ao tornar a seguir para minha casa, percebi que a mesma estava destruída, e faltava uma coisa: a casa vizinha.

Uma tristeza enorme tomou conta de mim e vi as folhas das árvores e arbustos ao meu redor começarem a se mover, voado ao meu redor.

De repente, uma figura escura como a noite aparece em minha frente. Tento me mexer, mas sinto-me colada ao chão. Percebo que a figura me é familiar, com um rosto conhecido.

Jhennifer.

Mas não era inteiramente ela. Seus olhos estavam completamente negros, impregnados de raiva. Tinha um sorriso no rosto. Um sorriso diabólico que exibia dentes pontudos e afiados como os de um tubarão branco. Seu rosto estava pálido e seu cabelo flutuava ao redor do mesmo.

- Você acha que será assim tão fácil, Georgia? Acredita mesmo que é só voltar para casa e falar algumas coisas doces que terá seu amado Harry de volta? – sussurrou olhando diretamente em meus olhos, porém não parecia sua voz. Estava distante e um tanto quanto anormal, como se falasse através de um microfone velho.

Seu sorriso cresceu ao perceber que não podia falar coisa alguma e admito: estava assustada demais para reagir a qualquer coisa.

- Ah, garota pobre e ingênua. Não vê que sou muito melhor que você? Faça-me o favor. Você pode até ser inteligente, mas nunca terá a força que eu tenho; as mesmas capacidades. Sempre será fraca, incapaz de lutar pelo que deseja.  – Gargalhou e virou-se em direção a minha casa e a vizinha, e então, prosseguiu – Esse será seu futuro, Gege querida. Em breve, você estará fora do meu caminho. Ficará vulnerável e indefesa, enquanto seu "melhor amigo" precisará de um, vejamos... Ombro para chorar. E quem você acha que ele vai procurar? Desista agora, antes que seja tarde.

Aquele medo que sentia tornou-se uma ira extrema. Fechei minhas mãos e tudo ao meu redor começou a flutuar e a girar ao redor de nós duas. Caixas de correio colidindo contra troncos de árvore, enquanto o céu fechava e um raio atingia o chão ao meu lado. Meus pés deixaram de tocar o chão. Jhennifer observou o ambiente, aterrorizada.

- O que está fazendo? PARE COM ISSO! – Gritou em plenos pulmões. No momento seguinte, o chão em seus pés partiu-se ao meio, o que a fez cair.

- Jhennifer, estou cansada de você sempre tentar me arruinar. DEIXE-ME EM PAZ! Você não tem ideia do que sou capaz ou até mesmo da força que tenho. Acha que pode aparecer e simplesmente me assustar falando coisas desse gênero? Pois saiba que eu não sou nada do que você acha. Pode até ter me enganado uma vez, mas eu aprendi minha lição e acredite: isso nunca mais irá se repetir.

Ela fechou os olhos, levantou-se e sorriu. Deu alguns passos em minha direção e então, seus pés deixaram o chão. Flutuou até ficar em minha altura e abriu os olhos, que refletiam minha imagem. Aquele sorriso demoníaco assustou-me, realmente. Ela parecia prestes a atacar um cachorrinho com uma pá.

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