Capítulo 3

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Como chegamos logo de manhã na casa nova, tivemos o dia inteiro para arrumar as coisas e desempacotar tudo e, admito, meu quarto está maravilhoso. No lado de fora da porta branca encontra-se uma plaquinha escrita "Georgia" (clichê, eu sei). As paredes pintadas de lilás davam um toque feminino e descontraído que eu tanto amo. O closet ocupa parte de uma parede, sendo interrompido pela porta do banheiro - que é consideravelmente pequeno. Minha cama, perto da janela, garante-me uma boa visão para qualquer coisa do lado de fora e também oferece certa iluminação e um bom arejamento no quarto. Pouco mais ao lado, entre o closet e a cama, encontra-se a porta de uma humilde sacada, onde já decidi que seria o melhor lugar da casa para realizar minhas tão amadas leituras.

Estava, agora, lendo um pouco da história dos Três Mosqueteiros enquanto tocava uma musica qualquer na radio. Pelo mais incrível que pareça, ouvir algo enquanto leio me proporciona certa segurança, sem contar que não me distrai de maneira alguma.

Quando terminava a pagina 64, ouvi um barulho estranho do lado de fora de casa. Fui até a janela e lá encontrei o garotinho jogando futebol (ou tentando) até que "ZUUUUM!" uma bola entra no meu quarto e, por uma sorte dos céus, não quebra nada. Fiquei algum tempo em choque, mas logo recolhi o objeto que quase me nocauteara e me dirigi à janela. Ao chegar lá, encontrei o garoto mordendo os lábios com uma expressão de susto e, devido a certa distancia de nossas casas, não consegui escutar o que me dizia, então rapidamente pegou uma folha de papel e começou a escrever.

"Desculpe-me se quebrei alguma coisa, sou muito desastrado".

Pedi-lhe que esperasse e corri até a escrivaninha onde estavam todas as folhas e canetas jogadas. Sou uma pessoa muito organizada, juro, só não tive tempo ainda... E talvez porque a preguiça é maior, mas vamos ocultar esta parte.

Rasguei uma folha do caderno mesmo e escrevi:

"Sem problemas. Sou um desastre também! :)".

Ele leu e sorriu. Deve ser um bom sinal, não é?

Logo pegou outra folha e rabiscou alguma coisa, mostrando-me algum tempo depois.

"Devemos ser almas gêmeas, haha :) Poderia devolver-me a bola?"

O que é almas gêmeas mesmo? Ah, depois eu pesquiso.

"Claro! Espere-me no quintal da frente".

Fechando as janelas, vi que se retirou do quarto.

Desci as escadas correndo e como eu já sou um desastre caminhando, imagine correndo, então quase caí do 4º degrau. Cheguei à porta, destranquei-a e corri até o quintal da frente onde ele já me esperava.

- Aqui — entreguei-o a bola e ele pegou-a com cuidado, como se fosse feita de vidro.

- Obrigado... Tem certeza que não está brava? — perguntou com seus olhos verdes brilhando.

- Imagina, foi só o susto mesmo. A propósito, meu nome é Georgia — estendi a mão ao dizer meu nome para poder cumprimenta-lo.

Ele retribuiu e respondeu:

- É um prazer conhece-la Georgia. Meu nome é Harold, mas me chame de Harry. Qual a sua idade?

- O prazer é todo meu Harry! Tenho oito, e você? — perguntei. Acho que estou arranjando um amigo. YAY!

- Oito também. Você vai estudar na Storytown Comprehensive School? Eu estudo lá e...

- Sim! Acho que seremos colegas então...

Ok Gege, e agora? Você precisa dizer alguma coisa.

Para de encarar.

Por que não disse nada ainda?

Diz alguma coisa.

FALA ALGUMA COISA GEORGIA ROSE!

- Então, você joga futebol?

Não, ele brinca de casinha com uma bola de futebol. Palmas pra você, gênia.

- Sim, quer jogar comigo? — ele está mesmo perguntando isso? - Tem um parque aqui perto onde podemos brincar.

É, parece que sim.

- Eu adoraria! Vou apenas falar com a minha mãe e já volto.

Quando vi já estava correndo igual uma retardada para meu quarto. Chegando lá, calcei meus tênis e fui em direção à cozinha onde mamãe estava preparando um bolo de chocolate.

- Mãe, posso ir jogar bola no parque aqui perto com o Harry?

Ela parou e me encarou. Ai.

- Que Harry, filha? — perguntou levantando uma das sobrancelhas e cruzando os braços.

- É o nosso vizinho. Ele tem oito anos assim como eu e estuda na minha futura escola. Então, posso ir? — falei muito rápido. Nota mental: nunca mais falar como se estivesse em uma montanha-russa a 80 km/h.

- Claro, mas até as 17:00 horas de volta, viu?

- Pode deixar. Te amo, tchau!

Corri até a entrada e ele estava esperando. Como eu disse.

- Musica legal aquela que estava ouvindo em seu quarto — ele falou encarando-me. 

Wow! Nunca vi olhos tão verdes assim em toda minha vida!

- A-ah, pois é... Estava tocando na rádio, então... — suspirei enquanto pensava no que dizer, então, prossegui — Sim, é uma musica muito legal.

Como era o nome mesmo? Lembro que era algo como "Oh oh oh" e depois um pouco de "Yeah yeah yeah" e depois "Ohh Woo!"

- Vamos? — meu novo amigo perguntou.

- Claro.

Pegou a bola de futebol e a colocou entre seu braço direito. Com sua mão esquerda livre, agarrou a minha e fomos assim, de mãos dadas, até o parque da cidade, onde jogamos futebol, brincamos no balanço e conversamos.

Eu lhe falei como são as coisas no Brasil e ele me contou uma certa primeira impressão de como são as pessoas daqui.

Aparentemente, na Inglaterra, todos os dias as pessoas bebem chá as cinco horas da tarde. Ainda bem que soube disso, mas haja chá pra tantas pessoas.

Sentados embaixo de uma grande árvore no parque, continuou contando-me sobre as pessoas daqui e como são suas maneiras de agir e se portar.


Acontece que eu já tenho uma primeira impressão, mas é de apenas uma pessoa especifica...


♥  


Terceiro capitulo postado \o/

No próximo capitulo a Georgia e o Harry vão estar mais crescidinhos, já que nesse conta como eles se conheceram e viraram amigos (quando ainda eram pequenos).

Então é isso, até o próximo capitulo!!

the best song ever.Where stories live. Discover now