Capítulo 20

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Ding dong.

Esse foi o som da campainha da minha casa, obviamente. Às oito e meia da noite de um dia extremamente cheio de emoções e surpresa. Ugh, minha vida daria uma ótima comédia.

Desci as escadas correndo, conferindo se meu cabelo não estava parecendo um ninho de esquilos raivosos. É claro que ele estava, mas usei um pouco das minhas "habilidades" com vento para dar um ar mais... natural? É, vamos dizer que sim.

Meu pai estava consultando um livro de odontologia na sala e, quando passei por ele, perguntou-me se estava esperando alguém.

- Sim, apenas um amigo, papai. – respondi. Não tenho certeza se podia chamar o Nate de amigo, já que havíamos nos conhecido há poucas horas, mas que seja.

Cheguei à porta e conferi se era realmente quem estava esperando. Estava de costas, mas o cabelo dourado era reconhecível a quilômetros de distância. Destranquei e abri a porta, vendo-o se virar e me olhar, sorrindo.

- Olá, Georgia. – cumprimentou-me.

- Pode me chamar de Gege. Georgia é muito formal – respondi fazendo uma careta. Já perdi a conta de quantas vezes havia dito essa mesma frase para muitas outras pessoas.

- Muito bem, senhorita Gege. – ironizou, colocando a mão no bolso direito da calça e tirando algo de dentro – Aqui está.

Logo reconheci meu celular. Peguei-o em minhas mãos e lembrei que precisava buscar o dele que, por sinal, era idêntico ao meu. Até os rachados estavam ali. Impressionante, na verdade.

Devo deixá-lo esperando do lado de fora ou pedir que entre? Não posso pedir que espere no frio, mas também não mereço ouvir o papai fazer piadinhas sobre isso depois.

Ah, que se dane.

- Preciso buscar seu celular em meu quarto. Quer entrar um pouco? – convidei, percebendo que minhas bochechas queimavam levemente.

Preciso admitir que ele é realmente bonito. Muito mesmo. Tem um estilo meio college despojado, do tipo que descasca cebolas sem chorar e, ao mesmo tempo, ouve seus desabafos deprimentes de garota na TPM.

Foco, Georgia!

Ele mal entrou na casa quando papai veio correndo da sala até a porta cumprimentá-lo. Conversaram por um tempo (Nate estava sendo interrogado, na verdade) até acontecer o diálogo seguinte:

Papai: Você parece ser um bom garoto. Inteligente, educado e com os dentes mais naturalmente perfeitos que já vi. Ótimo, mas... O que você quer com a minha filha?

Nate: Ahm... Trocar o celular com ela?

Okaaaay, Nate pode ser inteligente, mas definitivamente não é bom para conversar com os pais. E vai me levar a um interrogatório particular depois disso.

- Tá bom, tá bom! Pai, foi bom ter essa conversa, e ainda melhor que ela acabou. – falei, já pegando o pulso do Nate e o conduzindo até a escada que leva ao segundo andar da casa (dã).

- O QUÊ? – papai gritou enquanto eu subia os primeiros degraus.

- Nada! Te amo! – exclamei de volta, já fechando a porta do quarto.

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Cadê. Esse. Celular?!

Nate estava sentado na cadeira da escrivaninha enquanto eu procurava o celular dele. Não queria dizer que o havia perdido, mas precisei pedir que ele ligasse para seu número. Ao fazer isso, uma música das Spice Girls começou a tocar e lembrei que havia colocado o celular para carregar de baixo da escrivaninha. Nate se levantou para que eu fosse pegar e, quando tirei o carregador da tomada, acabei tropeçando e batendo a cabeça na parte de cima da escrivaninha e a próxima coisa que ouvi foi um líquido e plástico cair no chão.

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⏰ Last updated: Nov 09, 2017 ⏰

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