Todo o Tempo que precisar

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Sya, Sis.

Como Sakumo me instruiu, Eleanor me buscou pela manhã, o sol mal havia nascido. Kakashi estava dormindo profundamente, preferi não acordá-lo, em contrapartida deixei um bilhete dizendo tecnicamente que sentiria saudades e em breve iriamos nos reencontrar. Apesar do bilhete parecer bem otimista, o escrevi um pouco triste, cogitei algumas vezes em não voltar para Konoha depois do funeral.

A Guerra é devastadora, tira vidas inocentes, causa dor aos entes queridos, destrói vidas... Eu mal a conhecia, mas já a detestava. Primeira vez que fomos apresentadas oficialmente e eu já bolava planos para impedir uma futura 3°. Não conversei com Eleanor durante o caminho, ela também não quis puxar assunto, percebeu que eu estava quieta e respeitou meu momento de luto.

Quando os arranha-céus começaram a surgir à nossa frente, meu coração bateu diferente, não sabia se era bom ou ruim, mas eu estava em casa. Ao nos aproximarmos mais, vi meus pais já vestidos de preto, minha mãe com um vestido colado em seu corpo, dava os realces necessários as suas curvas, enquanto meu pai estava com um terno preto e uma cartola preta, em outras ocasiões diria que iriam à um jantar de gala, que nossos vizinhos rotineiramente preparam para todos da cidade, mas não, aquelas roupas simbolizavam muito mais do que os outros imaginavam, simbolava a dor de pessoas que perderam uma filha amada, uma joia preciosa, a alegria e essência deles. Estavam visivelmente perturbados, uma áurea pesada e invisível, estava os arrodeando e percebi naquele momento que, não era apenas neles, mas no mundo todo, todos estavam de luto e parecia até que o universo sabia disso.

O dia não estava radiante, pelo contrário, o céu nunca esteve tão cinza e as nuvens nunca estiveram tão carregadas de chuva como hoje. Ontem eu senti uma prévia disso, chorei tanto ontem que hoje já estava sem lágrima alguma no organismo. Minha alma estava vazia, poderia até dizer que saiu do meu corpo e fora passear em um lugar mais alegre, bem distante de mim.

Me vesti apenas por respeito à minha irmã, nem força de vontade tinha mais. Eu deveria estar tão orgulhosa dela, lutou até o fim para defender um país que nem era o seu. Ela amava Konoha e demonstrou isso com sua própria vida, jamais será esquecida, assim como os outros milhares que morreram nessa guerra.

Minha mãe já tinha separado um vestido para mim. Suas mangas era curtas e deixavam meus ombros nus, era estilo "ciganinha". Sua saia era uns 3 dedos acima do meu joelho, leve e macia, qualquer vento que batesse forte entre minhas pernas poderia subi-la, mas não era o caso de hoje, apesar da chuva, não sentia que iria ventar muito. Um cinto preto para ajustar o tecido do vestido na minha cintura, destacando a incrível curva que eu teria herdado da minha avó. Luvas...minha mãe ordenou para serem produzidas com o máximo de antecedência possível, eram pretas de rendas.

Estava perto do Natal. Tinha passado três semanas imaginando como seria. Pensei que talvez estaria em casa, com toda a minha família, depois de ter concluído o treinamento com Sakumo em Konoha. Ficaríamos todos aoredor da árvore, eu um pouco triste por ter terminado as aulas, mas eufórica de alegria por estarmos juntos. Também considerei a possibilidade de abrir presentes debaixo da árvore da família Hatake, contando historias, rindo com os homens da casa e esperando Yumi chegar para comemorar conosco.

Nunca teria imaginado que um tempo antes eu estaria me preparando para enterrar minha irmã.

Enquanto não dava a hora de nos juntarmos para velar o corpo, quis passear um pouco pelo castelo, mas logo que cheguei ao corredor dos quartos senti algo... estranho.

Aquela não era mais minha casa.

Disse a mim mesma que estava louca. Claro que era a minha casa. As circunstâncias do meu retorno é que eram incomuns. Cancelei meu passeio. Caminhei direto para o jardim da frente.

White Pegasus| Kakashi HatakeМесто, где живут истории. Откройте их для себя