Capítulo 7 - Isso não é um zumbi

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O belo e antigo parque do condado de San Francisco não ostentava mais essa exuberância. Apesar do pouco tempo, a grama alta havia tomado conta de toda a relva e os cipós se trançavam pelos pinheiros. A situação deveria ser ainda pior quanto mais ao sul, próxima à floresta de sequoias, Purisima Creek Redwoods. Mas ir mais além não seria necessário como Zoe esperava.

Seguindo em uma direção reta à que Martin apontara, Zoe mantinha-se a frente da caminhada, abrindo espaço pela grama e iluminando com sua lanterna que mais parecia um farol. Apesar do brilho lunar sobre a floresta, as copas dos pinheiros cobriam uma grande parte da luz. E não sendo inédito para Zoe, a floresta não expressava o mesmo silêncio que durante o dia. Os insetos orquestravam um canção chiada que ecoava por todos os cantos e sapos coaxavam próximos aos riachos.

Nada cansada, Zoe fez uma breve parada e olhou para trás para verificar com Martin estava. Ele parecia bem, talvez um pouco cansado. Em seu rosto pálido, escoava o suor por entre sua barba branca mal aparada. Constantemente, ele usava uma lenço azul sujo para se secar, esfregando pelo rosto e a sua calvície. Por instantes, Zoe notou que ele mancava, mas já ouvira dele nos últimos minutos que o mesmo sofria de uma cãibra no alto de sua perna.

- Consegue continuar? - perguntou Zoe já arrependida de ter trago ele com ela.

- Já fiz caminhadas maiores que essas - respondeu Martin com a voz cansada e rouca. - Fique tranquila, estou bem.

Ele não estava bem. Zoe sabia pelo teu tom de voz.

Seguindo pela estreita e abafada floresta, os dois chegaram a uma clareira que devia ser base para um antigo acampamento. Haviam três barracas queimadas e, próximo delas, a grama estava morta e pisoteada. Talvez estes fossem indícios de que alguém - que não estava sozinho - tivesse passado por ali recentemente.

- As clareiras não são tão próximas no parque - Zoe pensou alto. - Estamos há quase duas horas caminhando. Por que eles iriam tão longe por uma caça?

- Harry é teimoso. Niels é uma criança - completou Martin ao pensamento de Zoe. - Quer pensar na pior das hipóteses?

Zoe apenas abriu a boca para responder, mas logo se aquietou quando ouviu um estranho barulho dentro da floresta. Não era um grilo, um mosquito ou um sapo. O barulho era diferente de tudo o que ouvira. Atrás dela, Martin também estava calado ouvindo o barulho que se repetia de forma inconstante.

- Parece zumbis - Martin comentou com o olhar fixo na mata. - Mas... mas não zumbis.

Outro barulho, este mais alto e próximo, forçando-os a ficarem alertas. Zoe já segurava sua pistola em mãos, com a lanterna apoiada sobre ela. O barulho parecia um rosnado de zumbis, só que mais estridente. Em frente a eles, as folhagens que cobriam a floresta se mexiam conforme seus rápidos movimentos.

- Zumbis não são rápidos, eles não são rápidos - repetia Martin em pânico.

Quando morcegos deixaram a floresta e passaram por eles, Martin não se controlou e caiu sobre uma das barracas assustado. Ainda apontando para a floresta, Zoe o ajudou a se levantar. Assim como ele, ela também estava assustada e sentia medo, mesmo se esforçando para não transparecer isso a ele.

A coisa que estava lá fora era diferente de tudo o que já enfrentaram até então neste dia. Ela estava os observando e iria caça-los. Pela sua velocidade, parecia algo muito voraz.

- Precisamos voltar, Zoe.

Zoe queria assentir para que corressem de volta aos outros, mas a floresta insistia em trazê-los para dentro. Ouviram-se um grito, alto e desesperador. Desta vez, não era estranho. Era humano. A coisa que os cercava correu em direção ao grito. Sem que indicasse a Martin, Zoe fez mesmo que a criatura, saltou para dentro da floresta e correu para ajudar quem fosse que precisasse.

Zombie World - A Evolução (Livro 2)Where stories live. Discover now