Prólogo

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Heathrow, aeroporto de Londres, um dia após queda da Califórnia

As caixas amplificadoras espalhadas pelo grande saguão do aeroporto sinalizava uma nova mensagem: "Senhores passageiros, temos novas atualizações nas situações de cinco voos agendados para os próximos vinte minutos. Atentem-se aos números dos voos em nossos telões. A Heathrow agradece pela compreensão".

Impaciente, enquanto aguardava o retorno de sua irmã, Amy levantou-se do banco, segurou sua mala e caminhou até a frente do grande telão conforme sugerido pela mensagem de voz. Havia uma multidão de pessoas se apertando por ali e mesmo com o ar condicionado, o clima estava bastante quente. Amy retirou seu casaco sobretudo preto, jogou sobre sua mala e puxou o bilhete do portão que estava em seu bolso. Cerrou seus olhos para o telão e olhou duas vezes para o bilhete. Felizmente, seu voo não era um dos que haviam sido cancelados.

- Sorte ou azar? - indagou uma voz masculina atrás dela.

A jovem moça olhou para trás e encontrou-se com um rapaz alto, de ombros largos e pele morena, aparência indiana, vestindo uma roupa bastante social, com a camisa branca para dentro da calça, olhando para ela com um bilhete também em mãos.

- Desculpe-me, não entendi - respondeu Amy puxando seus cabelos castanhos ondulados para trás da orelha.

- Está olhando para o quadro de voos e a maioria foi cancelada. Como está o seu voo?

- Ah sim. 4345 - respondeu Amy mostrando o bilhete ao rapaz de olhos claros. - Os voos pela Europa são os únicos que ainda não foram cancelados.

- Não é estranho? Não temos nenhuma notícia da América do Norte desde as últimas 24 horas. Os jornais simplesmente fingem não estar acontecendo nada. #OndeEstáAAmérica está em primeiro nos trending topics do Twitter. Minha irmã mora em Vancouver. Não consigo mais ligar para ela desde das duas horas da tarde.

- Há uma teoria de que seja um ataque terrorista cibernético. Não se preocupe, logo teremos notícias de lá. Agora se me dá licença, preciso retornar ao meu assento até que minha irmã volte. A aeroporto tá lotado e o sinal do wifi... bem, ele acabou de cair novamente - terminou Amy olhando irritada para seu celular. A jovem obstetra olhou novamente para o galante rapaz e acenou em despedida com um sorriso, seguindo seu caminho de origem.

***

Ouve-se uma forte descarga continuada por segundos. Hannah puxou suas calças e arrumou sua blusa sobre ela. Abriu a porta e seguiu até a pia que estava a sua frente. Diferente do saguão do aeroporto, o banheiro estava vazio. Sobre a pia, abriu sua bolsa e começou a retocar sua maquiagem. Seu celular estava a beira e vibrava constantemente. 

"Hannah, a coisa ficou séria. Me atenda ou responda por..." dizia a notificação na tela do celular.

Despreocupada, Hannah desligou a tela de seu celular e o jogou de volta para dentro  da bolsa. Para seu espanto, ouviu uma mulher tossindo de dentro de um dos banheiros. A mulher parecia estar muito mal e perdia o fôlego a cada sessão de catarros. Preocupada, Hannah caminhou até a porta do banheiro que estava fechada e deu duas batidas.

- Tá tudo bem aí? - indagou esperando respostas.

O silêncio durou segundos até que a mulher voltou a tossir já mostrando sinais de ânsia.

- Ei? Quer que eu chame a enfermaria? - gritou Hannah batendo na porta.

Impaciente por vácuos, Hannah decidiu a ignorar e retornou até a pia para continuar retocando a maquiagem. Olhando para o espelho, podia ver os pés da mulher que tossia atrás da porta. Poderia ser uma funcionária dali sobre aqueles scarpin pretos. A mulher realmente não parecia bem. Hannah concentrou-se sobre os pés dela e, mesmo que com pouco nitidez, percebeu sangue respingado ali.

Zombie World - A Evolução (Livro 2)Όπου ζουν οι ιστορίες. Ανακάλυψε τώρα