Destinos Cruzados || Henry Cavill

Capítulo 20 - Helena

— Que cara é essa? – perguntei imediatamente sem conter minha confusão

— O que quer? – ele perguntou ignorando totalmente a minha pergunta e se sentando confortavelmente no enorme sofá.

— Que você me responda. – exigi e ele riu.

— Então pode voltar pra onde você veio. Não estou aqui pra ficar te dando satisfações.

— Ian, você ainda é meu marido! – declarei me aproximando, mas ele permaneceu no mesmo lugar.

Qual conversa, naquele momento, era inútil pra mim. Isso estava bem claro.

Olhei pro seu rosto e permiti que meu olhar analisasse o conjunto por inteiro. Notei que a grossa aliança, que ele nunca tirava do dedo, já não estava mais lá. Percebendo que eu tinha visto, ele mudou de posição e cruzou os braços na frente de seu peito.

A coisa estava bem mais grave do que eu esperava.

— Eu decidi que vou voltar pra Phoenix.

Seu olhar encontrou o meu e o sorriso em seu rosto teve, em mim, o mesmo efeito de um tapa na minha cara.

Quis socá-lo por isso.

— É mesmo? – perguntou, ainda com o sorriso no rosto.

Seu olhar era de quem não acreditava muito em mim, mas o sorriso mostrava que, independentemente do motivo, ele estava muito satisfeito com aquilo.

— Percebi que não adianta eu ficar aqui. Quero que você tenha o seu espaço e volte a sua rotina. Sei que vai ser melhor assim. Precisamos de um tempo longe um do outro. – me esforcei para manter a expressão de pesar.

— Entendi... – ele falou balançando a cabeça com certo sarcasmo – Dez anos, talvez, não tenham sido o suficiente.

— Sei que vai encontrar a razão e vamos superar isso. – permaneci positiva, ignorando o que ele tinha acabado de dizer. – Sei que me ama e sei que você vai voltar pra mim.

— Eu já encontrei a razão, Helena. – ele falou sem hesitar, levantando-se do sofá sem se agitar muito – No dia em que te pedi o divórcio. Se era só isso, você já sabe qual é o caminho da saída. – ele indicou a porta de entrada, deu-me as costas e saiu andando.

Antes de me deixar completamente sozinha, ele se virou pra me olhar outra vez.

— Diga... – pedi e ele encolheu os ombros.

— Eu não te amo mais. – ele disse com tanta certeza, que me fez sentir como se o ar tivesse abandonado completamente ao meus pulmões.

Deu-me as costas, me deixando sozinha ao vê-lo subir as escadas.

— A senhora consegue encontrar a porta de saída sozinha ou precisa de ajuda? – Nora voltou a aparecer, me olhando com a expressão neutra, mas eu sabia que ela tinha os fogos de artifício preparados pro dia em que esse divórcio fosse concluído.

— Deve estar adorando isso, não é? – perguntei furiosa e ela deu apenas um suspiro longo e me olhou sem muita disposição – Não se acostume muito com a ideia de se ver livre de mim. Ele pode até não demitir você, mas espere só até isso tudo se acertar. Acho melhor você ir se acostumando com a minha presença aqui.

— Não acho que vou precisar disso. – ela respondeu tranquilamente – Bom, ele me autorizou a chamar a segurança e é exatamente o que eu farei se a senhora não sair imediatamente desse prédio.

Usando todo o meu autocontrole, me retirei do apartamento sem gritar com ela.

Eu não lhe daria esse prazer.