Guerreiro Do Gueto

Décimo Quinto

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Maciel Andrade
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Me sentei na cadeira vendo Breno e Davi me encarando e soltei a fumaça do cigarro, e me apoiei na barra da mesa, encarei os dois na minha frente.

-Solta o verbo, caralho __ falei alto

Davi - Ae Maciel, os PCC se aliaram com o TCP, tá ligado ?__ perguntou

Me levantei puto da cadeira e encarei eles, afim de ouvir o resto.

Breno- Ontem derrubaram o caminhão dos armamentos, os menor tudin que tinha dentro do caminhão, morreu __ Falou me encarando __ Vamo fazer o que quanto a isso?__perguntou me fazendo parar com o cigarro na boca encarando eles.

-Nós vai pegar os armamentos de volta, né nenhuma não, meu fi __ Falei __ O X9 que tá aqui dentro vai cair, uma hora ou outra __ Disse __ Junta só os de confiança __ apontei pra porta, quero a porra do caminhão aqui, eles acham o que, que aqui tem bobo ? Tô visando qual é a deles a muito tempo, acha que eu sou o homem mais perigoso desse caralho atoa, bando de pau no cu. __ bati na mesa com força e eles me encararam __ Escreve aí __ apontei __ O Pin vai cair, junto com as tropa tudo, esse caralho aqui do Rio, vai vermelhar e eu quero é vê PCCu entrar no meu caminho. __ Falei __ Manda Buiu rastreas aquele caralho daquele caminhão e da uma assistência pras famílias dos manos que morreu __ Falei saindo da minha sala.

Joguei o cigarro no chão, puto já, paguei caro por aquele caralho, mas né nenhuma não, o que é meu é meu, vai voltar pra mim e acabou o papo.

Liara - Maciel __ Ouvi sua voz e me virei encarando ela.

-Qual foi ? __ perguntei __ Quero tu nesse caralho não, vai pra casa, mina __ mandei.

Liara - Eu preciso conversar contigo __ Pediu colocando as mãos atrás das costas

- Liara, na moral __ Me aproximei __ Não me estressa, vai pra tua casa, mina __ ordenei

Liara - Mas... __ interrompi o que ela falaria

- VAZA DAQUI CARALHO __ gritei.

Vi ela se encolher e da alguns passos pra trás, que caralho, parece que só escuta na base do grito, na moral, mais fácil afastar do que descontar toda a minha raiva nela. Subi pra laje onde os menor tava e me sentei um pouco afastado, observei de longe Liara quase correr em direção a sua casa, me encostei na parede com a promessa de que logo iria até ela saber o que a mina queria, deve ter acontecido alguma coisa com meu moleque e eu moscando aqui, na base do ódio, ouvi o radinho chamar na minha cintura e peguei.

__ Aí chefe __ Dadinha chamou, peguei a frequência

- Solta a voz Dadinha __ mandei

__ Têtê tá aqui, patrão, deixo subir ?__perguntou

-Libera aí filho da puta, avisa que eu tô na principal __ ordenei.

__ Jaé __ desligou

Me levantei esperando Matheus chegar e desci da laje ouvindo os menor tudin começar a cochichar, entrei na minha sala agora vazia e me sentei na cadeira esperando meu irmão chegar, ouvi baterem na porta e logo após ela ser aberta.

Matheus - Qual foi, irmão __ fez toque comigo.

- Ae Matheus, se liga __ joguei alguns papéis pra ele __ Veio em boa hora, tava precisando bater um lero contigo mesmo __ Falei vendo ele olhar os papéis com o cenho franzido.

Matheus - Essa porra é séria, irmão? __ Perguntou me olhando e eu balancei a cabeça confirmando.

(...)

Peguei um do bom na gaveta da mesinha já bolado e peguei o isqueiro no bolso.

Matheus- Fiquei sabendo que teu menor tá na quebrado, irmão __ Disse e eu balancei a cabeça __ Porra, nem botei fé quando o Davi soltou o papo __ coçou a cabeça.

- E a tua menina? __ perguntei __ Fica ligado, viu meu parceiro, meu moleque vai passar a pica nela em dois tempo __ Me encostei na parede

Matheus- Aí ele fica sem __ Disse __ Deixa eu te falar, dei um coro bem dado na mãe dela ontem, descobrir que a vadia tava maltratando minha menina, cobrei bonito pra caralho, tá la no galpão a vagabunda __ Disse __ Depois que peguei minha menina das mãos do PCCu, os arrombado tá querendo acabar com nós tudin, mas eles vão cair, bando de arrombado do caralho. __ juntou os dentes.

- Vai da bom, parceiro __ Disse __ ae bora conhecer meu moleque __ levantei.

Têtê levantou também e me seguiu porta a fora, os seguranças dele tudo de peça na cintura, armados até os dentes, é sempre assim meu parceiro, peixe grande pra sair de dentro da comunidade tem que tá preparado pra tudo, os menor começou a seguir a gente enquanto a gente ia subindo morro acima, entrei na viela onde aquela mandada mora e já bati na porta esperando ela abrir.
Mas quem abriu foi o Marlon, me olhou serinho o moleque.

- E aí menor __ Falei e ele só ficou me encarando como quem não quer nada, deu espaço para gente entrar e eu entrei sendo seguido pelo Matheus.

Marlon - Mom, Maciel brought a friend __ Gritou na língua estranha deles lá.

- Fala português, caralho __ mandei e Matheus riu

Marlon - You have no right to rule me __ Falou em inglês, me olhando com um certo nojo.

Liara - Marlon, se desculpa __ mandou aparecendo na porta da cozinha. Ajeitei o coudre na cintura e encarei ela.

- O que ele disse ? __ perguntei.

Liara - Quando ele tava me gritando ou quando ele tava falando com você?__ Perguntou

- Os dois, filha __ Falei

Marlon - Eu falei, Mãe, Maciel trouxe um amigo e logo em seguida um você não tem o direito de mandar em mim __ revirou os olhos se afastando e sentando no sofá.

Liara - Peça desculpas, Marlon __ Falou tão seria, que eu teria medo se não soubesse de todos os seus pontos fracos.

Neguei com a cabeça, afim de arrancar a cabeça de Marlon ali mesmo, pra aprender me respeitar, garoto abusado do caralho.

...

__

Marlon tá revoltado.