Décimo Terceiro

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Maciel Andrade
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Sentei em frente a boca com um cigarro entre os dedos enquanto observava as crianças brincando na rua, um som tocava alto alguma música que eu ao menos prestava atenção, o tempo tava fechado, logo choveria por aqui, mas tava um calor dos infernos, levei o cagarro na boca e traguei, vendo as drogas saindo aos poucos, encostei minhas costas na parede e levantei a cabeça soltando a fumassa.

Breno - Maciel __ chamou me fazendo encarar ele __ Se liga aqui, tem alguma coisa errada com os armamentos que ficaram de chegar na terça-feira __ Me mostrou uns papéis __ A contagem das drogas também tão dando errado, tem alguém tirando, pega a visão __ Falou.

- A gente tem que vê esse bagulho aí mais tarde __ Falei __ Percebi na quarta que tá sumindo dinheiro, essa porra tá errada, fora os que tão devendo, não é o suficiente, tem algum pau no cu me roubando aqui __ Peguei meu celular e coloquei em notas __ Se liga, olha se essa porra aqui bate, não precisa nem ser o gênio da matemática não, esses filhos da puta acha mermo que eu tô de palhaçada só pode. __ apaguei o arquivo que tava no meu celular, não posso vacilar nesse caralho, porque se os cana pega, eu tô morto.

Breno - O pior é que esses pau no cu jura que tá tudo certo. Tu se prepara. __ Falou __ Vem chumbo grosso por aí, vai vendo __ apontou pra rua e eu olhei vendo a Liara cheia de malas, junto com os pivete dela.

- Junta os menor tudo tá contabilidade e da administração, leva tudin pra minha sala e manda levar os novato também. __ Falei me levantando. __ Vou ali __ Me sair atrás da outra lá.

Sentir as primeiras gotas de água caírem em meu rosto e olhei pro céu que prometia uma chuva forte.

-Ô mina __ Chamei alto __ Espera aí, menor __ mandei

Ela me olhou e revirou os olhos, largou uma mala grande no chão e colocou a mão na cintura, abusada pra caralho essa mina.

-Ta indo onde?__ perguntei

Liara- Vou passar um tempo na casa da minha mãe __ Disse __ O que tu quer ? __ Perguntou

- Vai falar comigo não, moleque ? __ perguntei ao Marlon que me olhou perdido

Marlon - Oi __ sorriu sem graça e logo virou o rosto.

Moleque ficou estranho desde que eu falei pra ele que o papo de eu ser pai dele era lance sério, na moral, eu nem entendia, moleque só queria viver agarrado comigo, achei que era isso que ele queria, mano. Mas não, moleque tá revoltado, até me xingou, falou um monte, eu até entendia, acostumou a chamar outro de pai. Culpa dessa filha da puta da Liara.

-Vou levar vocês lá __ Falei olhando pra menina que tava segurando a mão do Marlon enquanto ficava de cabeça baixa para os pingos de água não tocarem seu rosto.

Eu tinha impressão de que já tinha visto ela em algum lugar, Liara balançou a cabeça e puxou a menina pra sua frente, Marlon foi junto se afastando de mim. Peguei a mala grande, e fui subindo, calado, sem falar nada. Vez ou outra eu encarava Liara que mantinha os olhos no chão ou nos filhos, falava pouco com as crianças. Passei a mão na testa e tirei um pouco do suor que se misturava a água que caia do céu.

-Pronto __ coloquei a mala no canto da sala.

Olhei pra rua vendo a chuva começar a cair forte, eu teria que voltar pra boca de um jeito ou de outro, peguei no bolso procurando o radinho e não achei.

- Merda __ Falei, peguei meu celular e disquei o número do Davi. __ Atende caralho __ falei quando vi que ele não tava atendendo, quero me molhar não, porra.

Liguei pro Breno, mas o caralho nem chamou, na moral, esse caralho tá tirando com a minha cara. Coloquei o celular no bolso, puto já e me sentei no sofá, Liara sumiu com a menina lá e o Marlon tava sentado no sofá enquanto olhava para as próprias mãos.

- O que tu tem ? __ perguntei.

Marlon - Porque você me falou aquilo, sendo que meu pai é o Caio? __ Perguntou sem me olhar

- Aquele viadinho não é teu pai __ Falei __  Eu sou __ apontei pra mim mesmo.

Marlon me olhou, com os olhos triste e cheios d'água, ele abriu a boca algumas vezes mas fechou, logo em seguida, parecia que o menor não conseguia falar, virei meu rosto olhando pro chão, eu sabia que o que eu tava fazendo era mó errado, eu mesmo fiz isso com a gente, eu afastei todos eles de mim, afastei Liara, afastei Marlon, afastei todos. Não poderia simplesmente chegar e exigir que ele me chamasse de pai, mas eu o fiz.

Marlon - E onde você tava nas minhas festinhas de escola, onde tava você, quando eu fiquei doente e precisei ir para o hospital, ou quando eu xinguei pela primeira vez o meu coleguinha de escola e tiveram que chamar meu pai por isso ? __ Perguntou __ Caio sempre esteve lá __ Disse.

Olhei pra ele, que já deixava algumas lágrimas caírem, sentir meu nariz arder e me segurei pra não chorar na sua frente, me levantei assim que ouvir os passos da Liara e sair daquela casa o mais rápido que conseguir para não chorar na frente de nenhum deles, bati a porta com força e me afastei, em meio a chuva grossa que caía.

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Oi gente, super feliz por a meta ter batido rápido. Obrigada.
Queria saber o que vocês estão achando?

Vocês não sabem, mas eu leio todos os comentários que vocês deixam, mesmo que as vezes eu não responda, mas eu AMOOOOO LER os comentários, adorei que no capítulo anterior passou e muito da meta e bem rápido, continuem comentando por favor, eu fico tão motivada ❤😍

Guerreiro Do GuetoWhere stories live. Discover now