● Quem é esta pessoa? ●

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“And who can say when the day sleeps (E quem pode dizer quando o dia termina)
If the night keeps all your heart?
(Se a noite guarda todo o teu coração?)
Night keeps all your heart
(A noite guarda todo o teu coração)

Who can say if your love grows (E quem pode dizer se o teu amor crescerá)
As your heart chose?
(Conforme o teu coração quiser)
Only time
(Apenas o tempo).”- Only Time, Enya.

P.D.V. Destiny

Perfeição. Sim, é disso que preciso, perfeição. Em cada movimento, a cada passo. Tudo tem de estar perfeitamente coordenado. E é por isto que o meu treino tem de ser diário e intenso, muito intenso.

Sinto a firmeza das minhas pontas assim que me levanto. Os meus pés doem, tal como a minha alma.

Continuo o meu treino. Não. Posso. Cair. Não posso cair em circunstância alguma, embora eu já tenha caído há muito tempo.

Falta-me luz. Falta-me aquela luz guia, aquele porto seguro, aquele conforto que tanta gente tem. Eu perdi tudo isso apenas com a ida dele. Ele desapareceu e levou tudo consigo. És realmente um assassino Niall Horan - tu destruíste a minha vida, mataste o meu coração!

Começo a executar piruetas, embora nada sinta ao fazê-las. Salto no ar, embora a habitual liberdade não seja sentida. Caio no chão, embora eu me sinta sem ele. Não sinto nada. Nada. Apenas dor. Tudo está perdido.

É como… se estivesse num jogo. Um jogo onde apenas a sorte nos pode ajudar. Onde cada jogada aleatória poderá condicionar o nosso futuro. As probabilidades de acertar são mínimas. Porém, eu sujeito-me a isto. Apenas a dançar. Danço neste jogo dono de uma compilação infinita de desastres e desventuras. E giro, giro, giro… como dados. Os dados estão viciados.

As horas passam. Tudo se resume a cair, levantar e tentar novamente.

Tentar novamente, tentar novamente, tentar novamente, tentar novamente, tentar novamente, tentar novamente, tentar novamente, tentar novamente, tentar novamente, tentar novamente, tentar novamente, tentar novamente, tentar novamente…

Até que finalmente as coisas correm bem. E aí vivemos o curto período de felicidade que merecemos. Depois pára. A desilusão regressa.

 

Flashback:
“Eu tinha apenas cinco anos de idade….

- Mamã, mamã! O bolo pode ser de morango?- Dizia correndo de um lado para o outro no supermercado.

- Claro que sim pequena. O papá vai adorar.”

Olho através do vidro, está muito escuro lá fora. Decido ignorar o relógio velho que se encontra na parede, mais uma vez. Não importa que horas são agora, importa que o tempo perdido dentro do estúdio foi bem utilizado.


“O meu pai fazia 30 anos e eu encontrava-me fascinada com a festa que estava a preparar juntamente com a minha mãe.”

Tranco a porta do estúdio, começo a caminhar lentamente. Os meus músculos doem. Talvez tenha esforçado de mais, mas que alternativa tenho eu?


“- E depois se o papá não gostar em ponho-me em cima dele a fazer-lhe cócegas.- Afirmei contente durante o percurso de volta a casa.

A minha mãe ria devido ao meu grande entusiasmo e não parava de dizer o quanto eu era parecida com ele.”

 

Está frio e a noite escura parece sugar cada forma e objeto.


“Chegámos a casa. Vi o forte corpo do meu pai deitado sobre o chão da cozinha.

- Mamã, o pai não devia chegar mais tarde?- Olhei-a.- E porque está ele no chão?”

Ouço o brusco som de um carro a travar.


“- Papá? - Disse a olhar o seu rosto pálido.- Porque não falas comigo? Porque não te mexes?”

 

Ignoro. É natural isto acontecer, deve ser apenas mais um turista perdido.


“Estás magoado? - Questionei observando o rio de sangue à sua volta.- Papá, estás magoado?”

 

De repente, sou bruscamente empurrada contra o banco de um carro.


“A minha mãe aproximou-se aterrorizada com este cenário. Pequenas lágrimas eram vistas a sair dos seus olhos claros.

- O que se passa com ele, mamã?”

Tento gritar. Não consigo. Sou impedida por uma forte mão a cobrir a minha boca, a cortar-me a respiração.

 “- Destiny… - Ela disse a chorar quando a marcava um número no telemóvel.- O teu pai morreu.- Alguém atendeu do outro lado.- Preciso de uma ambulância, rápido!

- O quê?”

 

Os meus pulmões gritam por ar. Os meus olhos fecham-se implorando por um pouco de luz, um pouco de tudo.


“- Papá! Não morras, papá! Abre os olhos! - Os meus gritos eram misturados no choro intenso. - Por favor. Papá! Papá!”

O carro arranca e o meu corpo já não aguenta mais. Acabo por desmaiar.

Porque é que isto me está a acontecer a mim? Quem é esta pessoa? 

[Hi, hi, hi! Mais uma vez obrigada por todo o apoio, espero que estejam a gostar disto tanto quanto eu ^-^ Para dizer a verdade, acho que este é o meu capítulo favorito :) Obrigada por tudo. <3 Dii*. xx]

Why me? || h.s. & n.h.On viuen les histories. Descobreix ara