● Quem é que Usa a Porcaria do Nome na Camisola? ●

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“I am the diamond you left in the dust (Eu sou o diamante que deixaste na poeira)
I am the future you lost in the past
(Eu sou o futuro que deixaste no passado)
Seems like I never compared
(Parece que eu nunca comparei)
Wouldn’t notice if I disappear
(Não dariam pela minha falta se eu desaparecesse)”- Good Enough, Little Mix.

P.D.V Harry

- Porra! Odeio isto. Odeio pessoas.

Claro que os meus pais agiram sem o meu consentimento ao inscrever-me na porcaria desta academia. Qual é parte de “Eu odeio pessoas” que eles não percebem?

Espaços fechados, pessoas a respirarem o mesmo ar, calor abrasador, compromissos… Eu odeio isto! É isto que causa a minha doença! Qual é parte de “Eu não tenho cura” que eles não percebem?

De facto, eles são uns fantásticos recetores de mensagens, não há como duvidar!

Brilhante! Tem de ser um dia quente em Londres! Claro, porque não atingir os 40 graus?

- Olá! – Uma voz feminina ecoa de forma irritante no meu ouvido quando pouso o meu pé esquerdo no terceiro degrau da escadaria de entrada.

Planeei formas de evitar comunicação com pessoas desde que fui surpreendido com a notícia do meu terrível destino. Uma das estratégias foi vestir-me todo de preto e usar auscultadores. O preto, sendo uma cor neutra, não atrai atenções. Se o preto não for suficiente posso sempre fingir que a música está demasiado alta para ouvir qualquer espécie de som.

Obviamente não pensei que uma certa rapariga fosse berrar aos meus ouvidos antes de arrancar um dos meus auscultadores, não entendendo - de todo - o meu plano. Berros, odeio berros!

A rapariga, ligeiramente mais baixa que eu, apresenta uma estrutura fina, típica de bailarina. Veste umas leggins irritantes com padrões desenhados em tons de lilás e verde alface, finalizando a vestimenta com uma camisola branca onde se lê Destiny em tons de preto. É como se todo o seu corpo gritasse “Olhem para mim! Olhem para mim! “. Que irritante personagem!

- Eu chamo-me Destiny. – Coloca-se à minha frente – Podias ajudar-me? Estou perdida.

Destiny? A sério? Quem é que usa a porcaria do nome na camisola? Original! “Olhem para mim! Olhem para mim!”

De qualquer forma, está muito calor aqui! Suores iniciam a sua viagem pelo meu corpo e sei que se não me servir de açúcar por certo irei desmaiar.

- O que precisas? – A minha voz amedronta-a.

Teorias comprovam que as pessoas não se aproximam de alguém por quem sentem medo, sendo essa uma das estratégias que tenciono utilizar.

- Eu sou do primeiro ano! – Recupera rapidamente a inicial felicidade – Sabes onde são os balneários femininos?

“Ah, claro que sei! Eu vou lá imensas vezes!” Como é que é suposto eu saber?

- Não. – Empurro-a para o lado, prosseguindo o meu caminho. Estamos na mesma posição há demasiado tempo, isso irá atrair atenções indesejadas.

Está ainda mais calor dentro da porcaria do edifício. Odeio cada um dos retratos de bailarinos espalhados por todo o hall de entrada. A ironia de tudo isto é que eu não sou bailarino. Só sei o básico. Como é que eu entrei nesta escola? Não é suposto fazer uma audição? “Esquece”, berra o meu subconsciente alertando-me para o facto de a minha mãe ser uma ex-bailarina da companhia. “Provavelmente ela suplicou que te acolhessem aqui, anormalzinho”, cala-te estúpida voz!

- Descobri! – Sobressalta-me a voz de há minutos atrás. Não posso ser hipócrita e dizer que a rapariga não é belíssima, mas estou a segundos de a insultar. – Os balneários femininos são no segundo piso. O teu é no fundo do corredor!

- Quem te disse que eu não sabia? – Imponho-me com a voz demasiado rouca, devido a ter permanecido toda a manhã praticamente calado, enquanto me vejo livre dos auscultadores.

- Como não sabias onde eram os balneários femininos calculei que fosse o teu primeiro ano. Bem, vemo-nos por aí sem nome. – Despede-se, dando-me um beijo na bochecha direita. Surpreendentemente, o beijo relaxa-me.

«Uma rapariga deu-te um beijo Harry, muito bem!», estou capaz de me esbofetear a mim mesmo neste momento. O que fiz eu de errado? Estúpidos documentários! Amedrontar as pessoas supostamente ainda as aproxima mais de ti. Não sei o porquê de estes cientistas serem mundialmente reconhecidos quando as suas teorias são facilmente refutáveis. A “perseguidora” não reparou que eu já me encontro pronto para a aula: estou de fato de treino! Sim, porque não uso aquela apertada roupa de Ballet. Ponto assente.

De qualquer maneira, tenho de me despachar. A aula está próxima de começar e quero mentalizar-me da quantidade de pessoas presentes na sala para evitar ataques de pânico. Muitas pessoas com muito calor é a combinação perfeita para os habituais ataques. Estou farto deles, no entanto, não vão embora; morrerei com eles. No fundo, eu já morri. Há muito tempo. Só os meus pais parecem não percebe-lo…

 [Hello babes. Espero que estejam a gostar. Muitas surpresas estão a caminho. Obrigada pelos votos, comentários e visualizações. Continuem a dar-nos feedback por favor :)
Curiosos para os próximos?
We love you x Van]

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