“And the tears come streaming down your face (E as lágrimas começam a escorrer pelo teu rosto)
When you lose something you can't replace (Quando perdes algo que não podes substituir)
When you love someone, but it goes to waste (Quando amas alguém, mas é desperdiçado)
Could it be worse? (Pode ser pior?)”- Fix you, Coldplay.
P.D.V. Harry
- O que te aconteceu? – Niall questiona-me assim que abre a porta da sua casa.
- Ainda perguntas? – Dou um passo em frente – Que raio é que tu fizeste?
- O quê? O que é que estás a dizer, Harry?
- Não podes esconder-te para sempre!
- Não faço ideia do que estás a falar.
A raiva possui-me quando o oiço a soletrar a última palavra fingindo não saber do que falo. Num movimento irracional encosto o seu pescoço à parede com apenas um braço.
- Apenas tu sabes a porcaria que fizeste. – Berro – O tipo de preto avisou que alguém que amas sofrerá se abrires a boca. A Melody está doente Niall! Corre risco de vida. E tu? Tu só te limitas a dificultar as coisas. Vais acabar por magoar alguém com isto. Tu podes magoar-me , mas não te atrevas a magoá-la! – Prossigo já quase sem ar. - Eu não quero saber se tu e a tua patética vida estão em perigo. Quem é que pensas que és? Eu não te suporto filho da mãe!
Empurro o seu corpo contra a parede violentamente, soltando o pescoço. Retomo o meu caminho até à saída tendo a certeza que não irei receber uma resposta.
Agora situado na quarta e última escadas do hall de entrada de Niall, os meus joelhos falham fazendo-me cair no chão violentamente. A demasiada adrenalina desencadeia uma descarga de energia por parte do meu corpo. Uma vontade de gritar juntamente com um desespero envolve-me.
Não ter a situação sobre controlo deixa-me doido. Parte dos meus ataques surgem em situações de inconstância, tal como esta se revela ser. Não posso encarar a situação de ânimo leve quando acabo de ser ameaçado.
Senti-me obrigado a esconder de Melody a verdade, alterando o sujeito da conversa. Com o desconfortante interrogatório sobre a sua doença - à qual nenhuma pergunta foi respondida - acabamos por voltar para casa em silêncio. Adivinho que ela não voltará a tocar no assunto, não coincide com a sua personalidade. É misteriosa e aceita que os outros também o sejam. É difícil arrancar-lhe qualquer palavra quando se trata de assuntos com importância.. É preocupante. Quanto puderá o ser humano aguentar desacompanhado?
- Harry?
Coloco as minhas mãos sobre o meu cabelo, preenchido por cachos, puxando-o fortemente. Arrepios violentos percorrem-me o corpo sempre que um floco de neve se desfaz em mim.
Sinto uns braços rodearem o meu tronco, encostando a minha cabeça ao seu peito, embalando-me.
- Não tenhas medo. Estou aqui para ti. Vai ficar tudo bem. – Sussurra.
Abraço-a reciprocamente. A minha mão encarrega-se de limpar os flocos de neve caídos sobre o seu cabelo. Simultaneamente sinto o meu corpo acalmar.
- Está tudo errado… - Deixo-a saber.
- O destino atraiçoa-nos a todos. Tudo ficará bem.
- Tenho medo.
- O que tu precisas é de um bom chocolate quente. – Beija-me os caracóis.
- Adorava Destiny.
