20 - O lado escuro da lua.

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Eles olham pra mim meio sem saber o que dizer e eu olho pra eles, confusa e sem entender o porque daquele olhar. Tinha algo que não estavam me contando, e eu iria descobrir.

— Depois a gente conversa, espero que achem o garoto. — Dando fim aquela conversa, apenas aceno, me afastando um pouco deles, para voltar para casa.

Vejo Clary e Tyler, sentados no sofá assistindo TV e quando eu apareço eles se assustam, se levantando rápido. Eu mereço.

— Primeira lição de sobrevivência: esteja sempre preparado pra tudo. Desliguem essa coisa, vamos sair. — Ordeno, e eles se olham, dando de ombros e fazendo o que eu pedi.

Vejo Clary colocar o tênis e Tyler só levanta do sofá e me olha esperando uma ordem, ou qualquer que fosse o que iríamos fazer agora. Eu nem mesmo sabia o que fazer dali em diante, estava tão apavorada quanto despreparada.

— Espera. — Me sento a ponta do sofá, e olho pra ele. — Você tem certeza disso? Quer mesmo ser um híbrido? Eu sei que se deixar morrer não é a melhor opção também, mas, nenhuma das opções são boas, sendo sincera. Ser um vampiro vai exigir muito de você. Uma nova vida, literalmente.

Ele olha para Clarissa, depois para mim novamente e então para a parede da cozinha. Consigo ver em seus olhos que ele está com medo, mas também que tem determinação. Ele era um garoto forte, sem dúvidas.

— Eu não quero morrer, e pode parecer estranho, mas sinto que posso confiar em você de olhos fechados. Então, eu quero tentar e acho que vocês podem me ajudar nisso. — Ele suspira, dando de ombros. — E também, sei que tenho muitas coisas para viver ainda.

Apenas meneio a cabeça, e mordo o meu pulso e pego um copo que tinha na secadora e deixo o sangue cair dentro do mesmo, em seguida estendendo para que ele bebesse. Tyler faz uma cara estranha de pura confusão, e eu tento segurar a risada.

— Só bebe.

— Mas é o seu sangue. — Ele me responde, franzindo o rosto e eu sorrio.

— Pra completar a transição pra híbrido precisa ser o meu sangue, depois você pode beber o sangue que quiser. De preferência não o da Clary.

Ele olha pra ela e depois bebe o sangue. Ele faz uma careta no início, mas em seguida deixa o copo cair no chão e ele cai junto com a mão no peito e quando levanta o olhar vejo veias em volta dos olhos amarelos alaranjados. Depois de alguns segundos, Tyler pisca e seus olhos estão normais, e ele se levanta. Parecia tudo bem.

— Ótimo, — Abro a geladeira e jogo uma bolsa de sangue pra ele. — pra viagem. Agora vamos.

Eles sorriem ainda meio estranhos e então saímos. Eu começo a explicar que agora tem lugares como a casa dos amigos ou outros alguém que ele não pode mais entrar sem convite, o que é ruim se você quer matar alguém, que precisa beber sangue se não fica cinza e dissecado. E que apesar de ser um do meu bando ele pode morrer, já que não é tão imortal como eu, então com uma estaca no coração ou se cortarem a cabeça dele, ele morre. Eu deveria estar o apavorando muito agora, mas sentia que era necessário contar tudo isso a ele.

Quando chegamos a entrada da floresta, estaciono o carro por ali, e começamos a caminhar em um silêncio completo, minha atenção completa estava aos passos que dávamos e a qualquer ruído que eu pudesse escutar ao longe. Os dois atrás de mim olhando para todos os lados e sussurrando baixinho, sobre coisas que eu realmente não estava ligando agora.

Se Halwyn não fosse tão teimoso e tivesse ficado onde eu mandei, eu não precisaria achar ele agora. Poderíamos estar em segurança em algum lugar, pensando em uma maneira de repetir o que fizemos a tantos anos. Mas não, ele sempre tem que agir por impulso. Esse cara um dia ainda me tira do sério.

𝐅𝐈𝐑𝐄𝐏𝐑𝐎𝐎𝐅 | 𝗧𝗪.Where stories live. Discover now