28. ғᴇᴀʀ

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"...É um sentimento desconhecido, mas eu conheço tão bem...

Oh, mas você sabe a verdade.

Eu prefiro te abraçar..."

Car's Outside - James Arthur

Car's Outside - James Arthur

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PARK JIMIN


— Acho que tem um rato aqui em casa. Acreditam? — disse minha mãe indignada, enquanto mastigava sua panqueca. — Nunca tive rato por aqui, não é agora que esses negócios vão alastrar a minha casa.

— Mãe, por que acordou com essa paranoia? — Dei uma garfada a mais na panqueca.

— Não ouviu aquele barulho ontem à noite? — perguntou novamente.

O barulho que eu fiz?

— Que barulho? — fingi.

Júlia e eu não trocamos nenhuma palavra desde quando acordamos, para não parecermos suspeitos de nada. E isso continuou até nos juntarmos à mesa com a minha mãe tagarela.

— Os ratos derrubaram a decoração do meu móvel ontem à noite. Como não acordou, Júlia? Não ouviu nadinha?

Ela estava encarando Júlia indignada enquanto ela tentava mastigar o pedaço de panqueca com dificuldade.

— Ah! O barulho... — Ela engoliu e pigarreou: — Escutei, mas nem foi tão alto assim...

Ri, abaixando levemente a cabeça. Aquilo era mentira. O barulho da noite anterior tinha sido tão alto quanto uma buzina de carro. Foi altíssimo.

Engoli em seco para não deixar mais nenhuma risada estragar o que tinha acontecido entre nós. Mas não tinha a mínima suspeita de que dona Lin soubesse do que realmente acontecera.

— Bom, vamos acabar logo com isso. Vocês vão embora hoje, eu tenho que consultá-los — soltou a mais velha, com naturalidade.

— Consultar? — perguntou a cacheada, com os olhos levemente arregalados. — Eu e o Jimin?

Ouvir meu nome sair de sua boca causou um leve aperto no meu peito, um puxão estranho e bom.

Infelizmente, tinha esquecido de contar a ela o ritual que minha mãe fazia todas as vezes que eu ia lá.

— Sim, não quero ninguém rebatendo ou tentando me fazer mudar de ideia — levantou mamãe, pegando os pratos. — Acha que ele puxou a teimosia de quem?

Só podia haver duas pessoas mais teimosas no mundo: minha mãe e Júlia Parker. Para a minha sorte, Júlia não rebateu em nada, apenas concordou com a cabeça, sorrindo.

— E lá vamos nós... — murmurei.

O caminho para a loja não era tão demorado quanto eu me lembrava, ainda era chato e sem sal — julgando a falta de pontos sociais naquele bairro de aposentados.

Bad Idea • PJMOnde as histórias ganham vida. Descobre agora