23. ɪɴ ʜᴇʀs

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"...Não é difícil de notar que eu tô na dela..."
Confident - Justin Bieber

"Confident - Justin Bieber

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PARK JIMIN

      Certo! Tenta calcular daquela outra forma, certeza que vai melhorar o gráfico. — Fechei o notebook, afastando-me da escrivaninha. — Você é ótima nos cálculos. Parabéns.

Nayeon havia passado aquela tarde na minha casa, decidiu que queria ajudar com sua inteligência, negligenciada pelo pai. Achava que, se eu usasse sua ideia, seria melhor aceita. E julgando o machismo dos patriarcas de nossa família, nada que Nayeon dissesse os faria testar a sua ideia. Eu me sentia mal por ela. Não queria que ela tivesse que passar por isso.

— Você vai falar? — perguntou ela, pondo sua bolsa no ombro. Minha cara não pareceu convencê-la, então ela soltou o ar pesadamente. — Jimin, eu quero ajudar. Eu sei que pode dar certo, se eles aceitarem. Pode tirar você dessa situação.

Que situação em específico ela queria se referir? Ao meu pai me tirando do sério? Ou a ela me levando ao ápice da paciência? Havia muitas coisas, muitas situações diferentes que, por deus, eu queria sair, mas não era a forma certa — não depositando em alguém a sorte de me livrar.

Cruzei os braços, encarando ela sério.

— Nay, eu não quero que se meta em minhas coisas. Posso ajudar, mas não quero tomar os créditos do seu trabalho só para me beneficiar. Não sou assim. Não vou usá-la.

Ela se sentou na minha cama, com um ar cansado e apelativo. Não sabia se sentia pena de mim mesmo pelo que estava acontecendo, ou com pena dela por estar querendo me ajudar.

— Quero que pare de negar algo que eu me ofereço a fazer. Você é teimoso demais, Jimin! Eu quero fazer isso!

Nayeon estava irritada, mas ela tinha esse direito? Ela tinha direito de se sentir irritada sobre algo na minha vida? Algo que eu decidi?

— Por favor, Nayeon. Pare de implorar! Isso me dá pena — pedi, sentindo meu coração bater forte. Eu não queria chateá-la mais, já estava passando dos limites.

— Não dá! Você sabe que eu...

— Que gosta de mim? Claro que sei. Você não se preocupa em disfarçar. — Andei até o espelho, arrumando a regata branca.

Ela permaneceu em silêncio, e então, pelo reflexo do espelho, vi que estava de cabeça baixa.

Queria dizer algo que a confortasse, uma frase muito bem articulada, algo que a fizesse desistir de mim o mais rápido o possível. Formei as palavras na cabeça e, antes que conseguisse dizer, ela soltou:

— Eu sei o que você passa com seu pai, eu só queria que você entendesse isso. Eu posso te ajudar.

Franzi o cenho, virando-me para ela. Nayeon sabia mesmo o que eu passei com meu pai? Aquilo tudo que ela via durante as reuniões, era apenas uma parte menos pior dele.

Bad Idea • PJMOnde as histórias ganham vida. Descobre agora