Amor e Magia - O Herdeiro do Fogo

Guerra• Parte II, Final

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Uma luz clara incomoda meus olhos. Não sinto mais dor, o ar é limpo e a brisa que gera um farfalhar sucinto nas folhas das árvores é o único som audível.

Abro os olhos e vejo uma clareira, conheço esse lugar, fora a primeira clareira aonde passei a primeira noite nesse mundo.

Parece mais bonita agora com o mesmo brilho do sol deixando tudo mais vivo. Meu corpo está tão leve, sinto a terra em meus pés. Me aproximo mais ao centro da clareira com calma. -Isso é um sonho ?-.

— Esse lugar é lindo não acha ?. — Diz uma voz masculina de tom indescritível. É gostosa de ouvir.

Me viro para procurar o emissor dessa voz, em vão pois não o encontro em toda minha volta. Apenas noto que meu campo de visão é limitado na área da clareira e com exceção do céu que é possível ver nitidamente com o sol e poucas nuvens.

— Quem é você? — Pergunto encarando uma árvore.

— Sou aquele que lhe concedeu seus dons.

— Não entendi — talvez eu tenha dito apenas para que ele fosse mais claro.

— Meu nome é Daedon. — A voz parece vir de todos os lugares.

— Daedon, Deus do fogo ?

— Ainda tem dúvidas ? — Uma luz dourada começa a fluir no chão. Cobrindo o mesmo.

— Por que está falando comigo ? — Pergunto enquanto olho em volta.

— Estou aqui por que você precisa de ajuda. Da minha ajuda.

— Por que acha isso?

— Nesse momento seu corpo está sendo drenado afim de destruir o escudo da capital. Quando a transferência terminar você e Tinos irão morrer.

— E presumo que você tenha uma solução.

— Posso resolver seu problema se você concordar em resolver o meu. — Sua voz é sempre no mesmo tom sem nenhuma mudança de humor ou timbre.

— E qual é o seu problema?

— A extinção da minha espécie. Você é único e é o último que está vivo e viverá com esta característica. Não quero que abra mão disso afim de viver entre os humanos desperdiçando a última e grandiosa criação perfeita daquele seu mundo.

Fico de fato muito confuso. O que ele disse removeu todo meu chão. Respiro fundo me contendo.

— Então você só vai me ajudar se eu concordar em passar o resto da vida nesse mundo? — Pergunto com cuidado.

— Lembrando que sua vida é infinita então tirando esse pequeno detalhe, sim.

— Prefiro a morte.

O cenário rapidamente muda. Agora estamos de frente a capital sobre um exército colossal de demônios. Sim só podem ser demônios. Rostos deformados e corpos com membros adicionais ou só pedaços de carne que cresceram ali sem sentido.

Em meio ao exército vejo espalhados em pouca quantidade criaturas enormes, são como gigantes mas a quantidade de membros adicionais é tanta que nem é possível considerar que eles são parecidos com humanos.  Usam armaduras de ferro preto, gastas. Alguns carregam machados e espadas já outros usam uma foice enorme cuja a lâmina cintila com tamanha afiação.

O exército segue para capital. Procuro por entre eles onde está Tinos e eu pois é claro que isso é uma visão do agora. Noto distante um raio vermelho imenso colidindo com o escudo da capital, um estrondo ecoa por todo o local e inicia os gritos de guerra de todos os soldados do exército. Olho para na direção do raio.