Amor e Magia - O Herdeiro do Fogo

Guerra• Parte I

Matthew

De súbito sinto tudo em minha volta. Uma brisa fria e aconchegante corre por meu corpo. Abro os olhos e noto que estou deitado em uma cama com alguém ao lado segurando minha mão. É Araevin.

— Você acordou! — Fala com a voz rouca exibindo um sorriso que aperta meu coração.

— Onde estou? O que aconteceu ? — Tento me aconchegar acima dos travesseiros mas uma dor forte na base da minha coluna me impede com uma ferroada que percorre todo meu corpo.

— Não se mexa por favor — Ele rápido se levanta e me segura contra a cama.

— Por que dói tanto ?

— Você foi envenenado pela Maritia que pulou em você naquele dia.

— Naquele dia ? Isso foi hoje não foi ?

— Faz duas semanas.

Um balde de água fria acaba de ser jogado em mim. Eu estava inconsciente e se passaram duas semanas.

— Isso é tudo minha culpa Matthew me perdoe, eu não fui rápido o bastante para impedir e eu não fui duro o bastante pra não deixar Tinos te levar até lá. — Araevin treme segurando minha mão.

Apenas levanto meu olhar encontrando o de Araevin.

— Saia.

— Matthew por favor você tem que me ouvir eu...

— Saia, agora. — Falo sereno encarando o fundo dos seus olhos.

Ele desvia o olhar e sai.

Não foi culpa de Araevin. Na verdade não foi culpa de ninguém. Quando aceitei ir sabia que poderia me machucar mas eu confiei que não seria nada sério. Duas semanas aqui, já deviam ser dias sem mim lá em casa. Até onde o feitiço de Araevin funcionaria ? Se eu chegasse meses depois todos ali estariam agindo normalmente ?

Tudo que eu quero agora é ficar sozinho com meus pensamentos afim de pensar nas decisões que eu vou tomar.

~

É noite quando uma linda garota vem ao meu quarto trazendo consigo uma bandeja com o jantar. Sopa. E por mais que eu nunca tenha sido fã de sopa devo parabenizar o cozinheiro (a).

~

Acordo ouvindo o barulho da porta se abrindo. Olho a porta, está fechada. Subitamente sinto algo sendo colocado em meu rosto, inalo um cheiro forte e tudo começa a girar.

~

Acordo de novo sentindo frio em minhas costas, olho em volta e só vejo luz por entre pequenos buracos. Está tudo balançando e escuto cascos batendo no chão. Devo estar em uma carroça e estou deitado preso em um tipo de caixão de ferro. Bato com força na intenção de abrir ou romper mas todo esforço é em vão.

— Ah você acordou — diz uma voz distante.

— O que significa isso!!? Me tire daqui! — Grito esmurrando o que deve ser a porta, é muito resistente pois nem reclama com minhas batidas.

— Calma Herdeiro da magia, logo vamos chegar ao nosso destino, ou melhor ao seu destino. — A voz é familiar, esse tom sarcástico é conhecido.

— Fiwer seu desgraçado o que você está fazendo ?! — Esbravejo.

— Então você reconhece a minha voz, devo me sentir lisonjeado. — Fala ronronando.