Capítulo 22 - Velhos amigos, novos inimigos.

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Ele nada disse, apenas continuava me abraçando.

— Ele não se preocupou nem com o filho, Benjamin... nem com o próprio filho... Eu... eu... me sinto traída, enganada, feita de otária por acreditar nas coisas que ele me dizia.... eu...

— Com relação a isso... – ele tentou dizer. – Você sabe que posso...

— Não, Ben – me afastei do seu abraço, secando minhas lágrimas. – Você não é o pai do meu filho, Benjamin.

— Como você pode ter tanta certeza? Você se lembrou de alguma coisa? – Ele me disse, abaixando o rosto para me encarar.

— Sim, podemos dizer que sim. Mas não faz o menor sentido.

— Como assim?

— Anjos podem parar o tempo? – Perguntei.

— Alguns de nós sim. Por quê?

— Jheremy pode parar o tempo?

— Sim, ele e Rachel podiam parar o tempo, mas por que dessas perguntar Miranda?

— Eu tive uma visão, Benjamin. Envolvia coisas com o sangue das penas das asas de vocês, água e tempo parado. Não entendi cem por cento de tudo que vi, mas tive a certeza de que não tivemos nada aquela noite. Tanto eu, quanto você, dormimos.

Foi perceptível a expressão de decepção no rosto dele. Acho que ele se ligava a esse fio de esperança de termos um filho para poder um dia me reconquistar. Infelizmente, nem que eu quisesse tentar algo, sei que nada apagaria o que Dylan havia feito comigo. Não seria justo com nenhum de nós tentar forçar algo a mais que amizade.

— Eu sinto muito, Benjamin – falei, por fim.

— Você sente? – Ele levantou o olhar me encarando.

— Eu... – gaguejei. – Quero dizer que sei o quanto você achou que pudesse... olha, eu acho que você teria sido um ótimo pai. – Dei um sorriso tímido de consolação.

— Não me importa, Miranda, que não seja meu filho. Eu nunca vou abandonar você... – tentou pegar minhas mãos novamente, ao que me afastei. – Não, não se afasta, por favor. Eu sei que você está sozinha, você vai precisar de ajuda, de apoio. Me deixe ser essa ajuda para você...

— Não, Benjamin... não posso fazer isso...

— Pense nele – ele colocou de súbito a mão no meu ventre, que já era perfeitamente perceptível àquela altura da gravidez, se colocando atrás de mim, em um abraço. – Ou nela. Não tô te pedindo nada... só me deixe ser para eles o que Dylan jamais será...

Permiti que ele ficasse naquela posição um tempo, depois me virei e o encarei por alguns minutos, alternando o olhar dele com as árvores ao lado chacoalhando com o vento. Eu queria poder ter uma resposta para isso, mas se eu havia aprendido algo em todo esse tempo com esses anjos, é que nada era tão simples assim. Não podia simplesmente trocar o pai do meu filho, porque isso era impossível. Eu sabia que ainda amava Dylan, e não seria nem um pouco justo com o Ben dar esperanças falsas. Eu também não queria ser grosseira com ele, já que ele estava sendo tão bom comigo naquela hora.

— Vamos? – Falei, por fim, o puxando em direção ao rio.

Nos sentando em uma raiz gigante de uma árvore que estava à mostra. O barulho que a água próxima fazia era calmante, e o clima assim ficou tranquilo até que Ben falou:.

— Jheremy está lá. Poliana sente sua alma todos os dias. Não conseguimos chegar até Luciferus. Ela não existe nos mapas...

— Sim, eu sei. Matahun já me explicou o lance da invisibilidade.

Condemnnatu - Série Além Da Alma - Livro 2Opowieści tętniące życiem. Odkryj je teraz