Capítulo 7 - A Proposta

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AVISO CENAS INAPROPRIADAS PARA MENORES.


─ Senhor Abaddon? – Amduscias pediu permissão para entrar no escritório. – Estou com o senhor Wooth.

─ Entrem – ele ordenou.

Amduscias, seguido de Dylan, adentraram lentamente. Toda descontração da sala anterior havia cedido espaço para uma tensão implícita no ar. Afinal, era com Abaddon que eles tratariam, e qualquer um teria, no mínimo, prudência.

─ Então o senhor é o famoso Dylan Wooth? Conhecido por todos os Portais do Inferno, e além, pelas suas performances musicais extraordinárias, só superadas apenas pela lista de donzelas em sua cama, claro, todas com o devido consentimento? Conte-me: qual o seu segredo, jovem anjo? ─ Abaddon dizia, franzindo o cenho em sinal de um certo incômodo.

─ Acredito que o passado fale por si só. Sou eu mesmo. Mas do que se trata tudo isso? – Dylan falou, enquanto se sentava na poltrona a frente de Abaddon e Amduscias.

Um silêncio sufocante tomou conta do ambiente. Dylan tentou distrair-se observando os móveis rústicos e escassos que compunham o cenário. Ao voltar os olhos para o Anjo Caído à sua frente, observou-o concentrado, olhando de volta. Parecia que ele estava em um interrogatório.

─ Fiquei sabendo que você fazia sucesso na área musical, por volta dos anos 60, junto a alguns jovens da Inglaterra... – Abaddon falou, se levantando e caminhando até uma estante cheia de livros grossos, mas muito bem organizados. Você usa muito nosso portal, jovem.

─ Sim, foi uma época maravilhosa, posso dizer. Nem me dou conta do portal usado, Abaddon, sinceramente.

─ E depois, por volta dos anos 80, ainda na Inglaterra, continuou agitando o pedaço, correto? – Abaddon retirou um livro da estante e voltou à sua poltrona, colocando-o em cima da mesa de mogno.

─ Sim, estive em alguns movimentos por essa época sim.

─ Diga-me rapaz, você já prestou juramento a algum clã, desde que caiu? – os olhos do velho anjo o encararam, e ele levantou a cabeça esperando a resposta de Dylan.

─ Não.

─ Posso saber por quê? – elevou uma das sobrancelhas.

─ Com todo respeito, Abaddon, mas não vim aqui esperando ser convencido a aderir lado nenhum dessa guerra ─ Dylan se irritou com a pergunta, mas pensou em Miranda, do outro lado da sala, e ponderou sua resposta. ─ Acredito que posso ser mais útil assim, livre por ai. Posso ajudá-lo em mais alguma coisa?

Abaddon o olhava fixamente, e permaneceu assim por longos dois minutos. Amduscias não conseguia controlar o nervosismo, esperando algo trágico acontecer. De repente, Abaddon soltou uma gargalhada gutural.

─ Hahahaha – Abaddon riu, sendo acompanhado por todos naquela sala. ─ Rapaz, você tem atitude, devo admitir. Vem em meu território e ousa falar comigo desse jeito. Não sei se essa atitude é coragem ou burrice. Veremos. – ele dá uma pausa, e olha algo em seu celular. ─ Queira me desculpar, tenho que resolver algo, mas retorno em menos de cinco minutos. Amduscias, dê continuidade ─ e ele se retirou.

Uma mulher o aguardava do lado de fora, mas Dylan não conseguiu ver direito seu rosto, mas sentiu o perfume inebriando o ambiente.

Aquele perfume...

Ele não conseguia se lembrar, mas era familiar.

─ Dylan, temos uma proposta para você ─ Amduscias disse, retirando-o do transe em que ele estava.

Condemnnatu - Série Além Da Alma - Livro 2Where stories live. Discover now