Capítulo 22 - Velhos amigos, novos inimigos.

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POV MIRANDA

Me preparei como pude para o ataque, antevendo onde o ser voador me atingiria. Com o galho grosso em minhas mãos, o acertei tão forte que, ao cair no chão, uma nuvem de poeira e folhas secas se levantaram no ar. Foi aí que vi que não era uma ave assassina. Era Benjamin.

— Benjamin, me perdoe, eu.... – falei, largando o galho no chão e indo ao encontro dele.

— Você tá muito forte, o que andou fazendo? – Ele dizia, se virando, levantando com cuidado e abrindo as asas. Assim que previu o ataque, ele tentou parar, se envolvendo nas asas no intuito, saberia eu depois, de proteger alguém que ele trazia consigo.

— POLIANA, você está bem? – Falei, assim que vi minha amiga saindo dos braços de Ben.

— Aí – ela dizia, enquanto tentava se levantar. – Parece que cai de um prédio de cinco andares...

— E por acaso você já caiu de um prédio de cinco andares, sua louca? – Rachel apareceu seguida de Matahun. – Oi, Miranda!

— O que vocês todos estão fazendo aqui? – Perguntei, assim que Benjamin se levantou.

— Precisamos de você, Miranda. – Foi a Rachel que respondeu.

— Precisamos que você nos ajude a entrar em Luciferus. – Benjamin completou. – Não pediríamos a você se houvesse outra saída.

Matahun, nesse momento, começou a recolher nossas coisas, com pressa. Era nítida a cara de insatisfação que ele fez ao ouvir aquilo.

— Algum problema, feiticeiro? – Rachel questionou.

— Já falamos sobre isso, princesa, não se lembra? – Ele respondeu, olhando e se referindo a mim.

— Me lembro de não ter concordado com o que falamos, Mat.

— Mat? – Benjamin e Rachel falaram em uníssono.

— Sim, Mat. Por quê? Algum problema nisso? – Encarei ambos, que negaram.

Poliana se aproximou de mim e tocou a minha mão de leve, se arrependendo depois do que diria, e se afastou. Achei isso um pouco estranho, mas antes que eu pudesse ir atrás dela, Benjamin veio em minha direção.

— Tem algum lugar em que possamos conversar, Miranda? – Ele disse.

— Sim. Vem comigo – falei, me distanciando dos outros, seguindo rumo ao rio. Benjamin me acompanhou. — Eu não entendo, como vocês me encontraram? O que eu posso fazer para ajudar vocês? Por que você trouxe a Poliana? – Essa última pergunta, confesso, não sabia ao certo porquê teria feito. – Ela não estava assustada, não sei, protegida por algum amigo seu?

— Pensei que fosse mais seguro trazer a Poliana do que deixar Rachel carregá-la! – ele riu, me encarando. – E te encontrei porque você ainda está com o seu colar, esqueceu? – ele me disse, se dando conta de que eu não o usava. – A propósito, sinto muito pelo ocorrido – falou, segurando minhas mãos e parando de andar, me obrigando a parar também. – Eu...

— Deixe-me adivinhar: você não faria isso comigo – revirei os olhos.

Afinal, em toda a oportunidade, Ben tentava se mostrar um melhor partido que o Dylan. Parecia até que eu estava na fila da casa de carnes e o açougueiro me dizia os prós e contras de cada peça.

— Eu queria ter podido evitar que ele fizesse isso com você – ele me puxou para um abraço.

Naquele momento, tentei controlar os meus sentimentos, que haviam explodido um pouco antes, quando estava no ritual. Até consegui por um momento, mas senti que Benjamin estava realmente sentido por mim, e não com a postura de "eu bem que te avisei". Eu chorei muito, até soluçar.

Condemnnatu - Série Além Da Alma - Livro 2Where stories live. Discover now