─ Ok. Vamos pensar um pouco. Eu tenho certeza de que o caminho não é esse. – Rachel disse, irritada por passar pela quarta vez no mesmo conjunto de pedras em forma de prancha na praia. ─ Não sei onde eu estava com a cabeça pra confiar em vocês duas para nos levar pra ver a piscina natural!
─ Eu não sei de nada. Apenas segui a Anabele – Poliana se defendeu.
─ Claro! A culpa é minha, como sempre! Rachel, dá uma olhada ali, não é o Dylan e a Miranda? – Anabele apontou com a mão para um lugar ao longe, no meio do mar ─ Mas o que eles estão fazendo lá?
Rachel se aproximou e viu aquela cena erótica se desenrolando e se irritou, não sabia ao certo o porquê, mas certamente as duas horas de caminhada pela orla sem ter tomado café da manhã certamente tiveram muito a ver com esse humor.
Ela procurou algo que pudesse chamar a atenção dos dois, encontrou um graveto perdido, sobra de uma antiga fogueira, e atirou rumo aos dois que se entrelaçavam.
─ Dá pra vocês se vestirem e virem aqui? – ela disse, colocando as mãos na boca, para formar um arco e amplificar o som.
Tentou não olhar, mas o corpo escultural e nu de Dylan não podiam ser facilmente ignorados. Que bom que ele se esquivou atrás de Miranda, que apesar de usar apenas calcinha e sutiã, estava mais apresentável que ele.
Ela se virou rumo às meninas e avisou que tinha encontrado a piscina natural e o casalzinho perdido também.
─ Eu estou exausta e faminta, Anabele, preciso comer alguma coisa – Poliana reclamou com a nefilim.
─ Eu também. Vamos Rachel, vamos entrar e comer algo, por favor! O sol já está no céu e está ficando cada vez mais quente aqui. – Anabele disse, caminhando pelo longo corredor de cadeiras de praia que já estava ficando cheio.
Poliana fez sinal de positivo com a cabeça, seguindo a amiga. Rachel também queria comer, mas antes disse a Dylan:
─ Precisamos conversar mais tarde. Tem algumas pessoas chegando, acho que estão procurando por Miranda – ela disse, apontando para o seu celular.
Ele assentiu, dessa vez vestido, segurando as mãos de Miranda com um sorriso que ultrapassava os lábios. Sorriso esse que durou pouco.
─ Dylan o que é isso? – Miranda gritou, ao perceber algumas pessoas vagando sem rumo para dentro da floresta. Ela podia sentir o cheiro de morte e os gritos de desespero ecoando de dentro do mato, mas, por mais que ela tentasse enxergar, não conseguia distinguir corretamente os rostos das pessoas.
A parte da praia em que essas pessoas iam era muito diferente da parte onde o hotel ficava. A mata era tão densa naquela área que o sol não conseguia chegar ao solo, deixando-o tudo muito úmido. Ruídos de animais selvagens podiam ser ouvidos e Miranda teve a sensação de conseguir distinguir o som de uma cobra venenosa se esgueirando para dentro do mato, o que era um absurdo. Quem consegue ouvir uma cobra fugindo pelo mato?
─ Calma Miranda, você tem que se acalmar. – Ele disse, abraçando-a e guiando-a rumo às cadeiras do hotel. ─ Você se lembra de quando viemos para o farol?
─ Sim. – ela disse, ainda com medo.
─ Lembra que falei que você precisaria ter muita atenção para distinguir o que seria o mundo real e o Inferno?
─ Sim.
─ Pois bem. Aqueles gritos, gemidos e cheiro forte não são de pessoas que estão vivas e sofrendo, também não são Demônios da agonia – ele riu – na verdade, são almas. Almas de pessoas que cometeram suicídios.
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Condemnnatu - Série Além Da Alma - Livro 2
FantasyNo Inferno, ela esperava encontrar lavas incandescentes e sons de desespero, mas ao chegar, o que teve foi a notícia mais alarmante e inusitada que poderia imaginar. Ela estava grávida. Agora, além de lutar pelo conhecimento a respeito de seu passa...